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Especialistas criticam forma e conteúdo da PEC Emergencial: “Aberração normativa”

29.03.2021 11:27 0

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Em um debate realizado pelo Congresso em Foco em parceria com a Febrafite, deputados e especialistas criticaram a PEC Emergencial, que foi promulgada pelo Congresso no dia 12 de março. As críticas foram dirigidas tanto à forma quanto ao conteúdo da emenda constitucional.

Para o jurista Heleno Torres, a PEC Emergencial é mais uma alteração constitucional patrocinada pelo governo que seria melhor resolvida em texto de lei ordinária ou lei complementar.

“Temos que preservar a força normativa da Constituição e isso significa dizer que não podemos ficar incluindo no texto constitucional medidas que podem ficar amanhã gerando a necessidade de novas reformas constitucionais para reformar aquele texto. O que foi feito com a PEC Emergencial é grave porque é inexequível. Ali há regras contraditórias entre si”, avalia Torres.

“O resultado do texto final é péssimo. Do ponto de vista científico, é de impossível sistematização. Uma aberração normativa”, diz.

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Mauro Benevides Filho, deputado federal licenciado e atual secretário de Planejamento do Ceará, também criticou o texto. Segundo ele, toda a PEC foi construída com o objetivo de levar para o caixa do governo o superávit de fundos vinculados do governo.

“O objetivo da União com essa PEC foi pegar os R$ 162 bilhões e colocar no seu caixa para pagar a dívida pública. Aí para escamotear um pouco, disse que tiraria R$ 44 bilhões do teto para pagar o auxílio emergencial”, afirmou o deputado.

Rodrigo Spada, presidente da Febrafite, afirmou que as entidades de classe ligadas ao funcionalismo público enxergam as alterações com preocupação.

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“Aprovar uma PEC numa discussão apressada, sem passar pelas comissões, no meio de uma pandemia, é gravíssimo. Isso traz distorções, pontos conflitantes dentro da própria emenda com o texto constitucional. Isso é gravíssimo para toda segurança jurídica do ordenamento que a gente espera em um país democrático”, avalia.

De acordo com Spada, a discussão em meio à pandemia impediu a participação de entidades interessadas nos debates sobre a proposta.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), vê a aprovação do texto como mais um passo em um “processo profundo de desconstrução do Estado”.

“Essa não é a PEC do auxílio emergencial, é a PEC do ajuste fiscal. E ajuste fiscal no meio de uma pandemia é um erro. Se você olhar para as saídas da crise na Europa, essa receita de saída da crise pela restrição do Estado foi abandonada até pelo FMI. Essa não é a receita que tem sido adotada pelos países mais relevantes do mundo”, avalia.

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