Ícone do site Congresso em Foco

Governo recua e vai aceitar MP com redução de poder de Marina Silva

Aliados do governo consideram um risco deixar tentar mudanças que podem resultar na perda da validade da medida. Ministro Alexandre Padilha esteve no Congresso. Foto: Reprodução

Aliados do governo consideram um risco deixar tentar mudanças que podem resultar na perda da validade da medida. Ministro Alexandre Padilha esteve no Congresso. Foto: Reprodução

Sem base de apoio solidificada no Congresso Nacional, o governo do presidente Lula (PT) recuou e anunciou que vai acatar as mudanças feitas pelos parlamentares no texto da Medida Provisória  MP 1154/2023, responsável pela organização dos ministérios e órgãos do Poder Executivo. Com isso, o governo dá aval aos congressistas para reduzir os poderes de atuação da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Se não for votada até quinta-feira (1º), a MP perde a validade e o governo corre o risco de ficar com a estrutura do antigo governo de Bolsonaro. Aliados do governo consideram um risco deixar tentar mudanças que podem resultar na perda da validade da medida. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) tem feito uma série de reuniões a fim de evitar que a MP caduque. Ainda não há acordo para que a medida seja apreciada nesta terça-feira.

“Vamos defender o relatório do jeito que ele está, a defesa do governo é a aprovação do relatório. Não digo que é o relatório ideal para o governo porque o ideal é o texto original, mas não existe isso. Existe construção com a Câmara, com o Senado”, afirmou nesta terça-feira (30) o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

A manifestação de Padilha se deu após uma tentativa frustrada do governo de alterar o texto da medida provisória. Relatada pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), o parecer da medida esvaziou pastas diretamente ligadas à ministra, que prometeu uma ofensiva junto ao Congresso para reverter as alterações. Também prejudicado pela medida está o Ministério dos Povos Indígenas, de Sônia Guajajara.

Publicidade

Em seu relatório, o líder do MDB na Câmara tirou do Ministério dos Povos Indígenas a responsabilidade sobre a demarcação de terras indígenas, transferindo a função para o Ministério da Justiça. O relator defendeu, durante manifestação em defesa do texto, que a mudança trará mais “isenção” ao sistema de demarcação de terras indígenas, o que é rebatido por Marina Silva.

Isnaldo Bulhões sugeriu, ainda, a transferência do Cadastro Ambiental Rural (CAR), do Ministério do Meio Ambiente, para o Ministério da Gestão. Já a Agência Nacional das Águas (ANA) passa a ser vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, deixando a órbita do Meio Ambiente. Marina Silva e sua colega, Sônia Guajajara, têm feito uma série de peregrinações tentando convencer, sem sucesso, os parlamentares a mudarem o texto da medida.

 

 

Publicidade
Publicidade
Sair da versão mobile