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Bolsonaro foi membro do PP por cerca de 20 anos, e a legenda ocupou quadros estratégicos ao longo de seu governo. Foto: Anderson Riedel/PR

ELEIÇÕES 2022

Legenda de Bolsonaro, PL está próximo de virar o maior partido da Câmara

14.03.2022 16:40 0

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O Partido Liberal (PL) ainda não sabe a essa altura se alcançará o objetivo de reeleger o presidente Jair Bolsonaro. Embora Bolsonaro tenha experimentado alguma recuperação nas últimas pesquisas, ele ainda aparece bem atrás do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas eleitorais. Mas o primeiro objetivo que o PL buscava com a filiação do presidente o partido comandado por Valdemar Costa Neto já está bem próximo de atingir. Terminada a movimentação de deputados que trocam de legenda no período da chamada janela partidária, o PL deverá ultrapassar até o final do mês o União Brasil e se tornar a maior bancada da Câmara.

A janela partidária começou no dia 3 de março. Deputados federais têm até o dia 1º de abril para mudar de partido na janela partidária. Como a eleição para deputado é proporcional, de acordo com a legislação eleitoral os mandatos desses parlamentares não pertence a eles, mas aos partidos. Numa situação normal, portanto, os partidos podem pedir esses mandatos de volta caso os parlamentares troquem de legenda. Por isso, a justiça eleitoral estabeleceu um período no qual essas trocas são permitidas sem provocar consequências. Nesse período de um mês, os deputados podem trocar de partido sem risco de perder o mandato. E a maior parte das mudanças que vêm acontecendo refere-se à migração de políticos que desejam aderir à mesma sigla onde está Jair Bolsonaro.

No último final de semana, o PL recebeu 16 novos deputados federais. Eles deixaram o União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, sigla em que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito. O União também já perdeu outros três deputados para o Republicanos. A razão das mudanças é clara. Em 2018, Bolsonaro elegeu consigo uma série de deputados. Depois, rompeu com o PSL para tentar inicialmente formar seu próprio partido. Não conseguiu e ingressou no PL. Na mesma sequência, o PSL abandonou a base de Bolsonaro e tornou-se independente, o que ficou mais claro após a fusão com o DEM. Assim, deputados que seguiram fieis a Bolsonaro acabaram agora deixando a legenda.

Atualmente, a maior bancada da Câmara ainda é a do União Brasil. Mas o partido tende a se reduzir e perder essa posição para o PL De acordo com o analista político Antônio Augusto de Queiroz, Bolsonaro se consolida com uma base de aliados para fortalecer sua campanha de reeleição.

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“Em 2023, o PL terá um tamanho tão grande quanto, ou maior que o da União Brasil. Isso beneficia mais o Bolsonaro porque ele se beneficia de votos do atual mandato e se cacifa num grande partido com grande votação e com fidelidade a ele para disputar a reeleição e também eleger uma grande bancada próximo ano”

Até esta segunda-feira (14), o União já recebeu cerca de 17 desfiliações. Enquanto isso, o PL, de Valdemar Costa Neto, já filiou pelo menos 15.  Uma cerimônia de filiação dos novos deputados aconteceu, inclusive, no sábado (12), na sede do partido e contou com a presença de Jair Bolsonaro. O PL ainda espera filiar cerca de 10 deputados nesta semana.

Em 2018, no PSL, Bolsonaro elegeu 52 deputados e o partido tornou-se o segundo maior na casa. Em 2014, a sigla havia eleito apenas um deputado federal. O maior número de deputados federais eleitos pelo PSL se deu no Rio de Janeiro, 12 deputados, e em São Paulo, com 10. 

Veja a lista de deputados que saíram do União Brasil durante a janela partidária até esta segunda-feira (14) confirmados pelo Congresso em Foco:

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Alê Silva (MG) Republicanos


Bibo Nunes (RS) PL


Carlos Jordy (RJ) PL


Carlos Henrique Gaguim (TO) Republicanos


Coronel Chrisóstomo (RO) PL


Daniel Freitas (SC) PL


Hélio Lopes (RJ) PL


Junio Amaral (MG) PL


Loester Trutis (MS) PL


Luis Miranda (DF) Republicanos


Luiz Lima (RJ) PL


Luiz Philippe De Orleans e Bragança (RJ) PL


Marcelo Álvaro Antônio PL


Márcio Labre (RJ) PL


Nelson Barbudo (MT) PL


Sanderson (RS) PL


Sóstenes Cavalcante (RJ) PL


 

Com a janela partidária, também é esperada a ida da deputada Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP). Todos integravam o União Brasil, partido originário da fusão do Democratas com o PSL.

Perda do União Brasil

Atualmente com a maior bancada da Câmara, o partido União Brasil, que está em seu primeiro ano de atuação, estima perder pelo menos 28 dos seus 81 deputados. O número estipulado pela diretoria do partido é baseado na bancada que já existia no PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro. A presidência da sigla prevê que aqueles que foram eleitos com o chefe do Executivo deixem a legenda neste período.

“Acredito que a gente possa ultrapassar 53 [deputados] com mandatos. Isso não tem nenhuma implicação para o partido porque 53 é o lucro original do PSL. Nós esperamos eleger 70 em outubro”, disse o presidente Luciano Bivar ao Congresso em Foco.

Antes das mudanças, o União Brasil tinha 81 deputados e contabilizava o maior número de cadeiras na Câmara. Logo atrás, encontrava-se o PT e o PL, ambos com 43.

Bolsonaro se filiou ao PL em 30 de novembro do ano passado, após dois anos sem legenda.

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