Ícone do site Congresso em Foco

PEC da cobrança em universidades pública fica para depois das eleições

Segundo autor da PEC que instaura cobrança de mensalidade nas universidades públicas, adiamento para após as eleições é necessário. [fotografo]Marcos Oliveira/Agência Senado[/fotografo]

Segundo autor da PEC que instaura cobrança de mensalidade nas universidades públicas, adiamento para após as eleições é necessário. [fotografo]Marcos Oliveira/Agência Senado[/fotografo]

O acordo realizado entre as bancadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para adiar as discussões sobre a PEC que institui a cobrança de mensalidades nas universidades públicas federais para somenta depois das eleições, em outubro, foi visto como uma medida necessária para o autor da proposta, deputado General Peternelli (União-SP). Ao Congresso em Foco, o deputado nega o cálculo político e diz que o acordo foi técnico, permitindo tratar do assunto com a devida serenidade.

Peternelli explica que a ideia de postergar o debate para além das eleições se deve principalmente ao grande número de requerimentos de audiência pública vinculados ao projeto. “Acho que o debate com a sociedade para uma questão como essa é sempre importante, e o número de pessoas que começaram a aparecer tanto para falar contra quanto a favor da cobrança em universidades ficou muito grande, e isso ia tomar todo um tempo”, relata.

A proposta, na forma da PEC 206/2019, foi entregue como um mecanismo para tentar aumentar o orçamento disponível nas universidades, ao mesmo tempo que se propõe a cumprir o papel de mecanismo de distribuição da renda de pessoas mais ricas. Partidos de oposição, porém, temem que a instauração de um sistema de cobrança de mensalidade nas universidades públicas possa comprometer o acesso de pessoas mais pobres ao ensino superior, bem como de comprometer o funcionamento de políticas de inclusão, como as cotas e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Esses pedidos de audiência chegaram justamente em um período crítico para as atividades da Câmara: a PEC chegou à pauta da CCJ no final de maio, faltando apenas um mês para o recesso legislativo. Logo após o recesso, se inicia o período eleitoral, quando as comissões têm suas atividades interrompidas pelas campanhas dos parlamentares.

Publicidade

Essa lacuna de um mês é, na avaliação do deputado, insuficiente para a discussão da PEC. “Praticamente não teríamos oportunidade de aprovar e de realizar essas audiências. E a cobrança nas universidades é um tema que não é urgente, que se propõe a ser analisado com calma. Tanto que a PEC é de 2019. Temos um longo caminho para essa atividade”, declarou.

Outro motivo pela qual Peternelli considera necessário o acordo realizado na CCJ diz respeito ao próprio funcionamento da comissão. “Tivemos tantas pessoas querendo debater a questão que, se fôssemos entrar nesse contexto, a CCJ não faria outra atividade, sendo que tem muitas leis importantes, muitos temas que precisam ser analisados”,  apontou.

Sair da versão mobile