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Bolsonaro nega reajuste a servidores e confirma preferência por policiais

Bolsonaro afirma não enxergar espaço no Orçamento para permitir o reajuste do serviço público

Jair Bolsonaro lançará sua pré-candidatura à presidência da República no próximo dia 26 de março. A data foi marcada pelo Partido Liberal. Foto: Isac Nobre/PR

Durante entrevista para a Jovem Pan na noite desta quarta (19), o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a demanda dos servidores públicos federais por reajustes salariais. Além de não enxergar alternativas no Orçamento para permitir o aumento, o presidente confirmou a sua preferência em reservar aumentos aos policiais federais, penais e rodoviários em 2022.

O presidente afirma que a preferência pelos órgãos de segurança se deve ao limite de R$1,7 bilhões no orçamento para reajuste de servidores. “A nossa folha é superior a R$300 bilhões. Então se você diluir esse montante [R$1,7 bilhões] para todos, dá menos de 1%. (…) Fica aquela velha pergunta a todos: vamos salvar três categorias, ou vai todo mundo sofrer no corrente ano?”.

Sobre o aumento dos policiais, Bolsonaro confirmou a preferência. “Há uma grita de maneira geral porque a intenção foi essa sim, não vou negar, reservar algum reajuste para policiais. (…) O que eu não quero é que cometamos injustiça perante o servidor público”, declarou. Os gastos extras por conta da pandemia e o teto de gastos foram, segundo o presidente, os principais obstáculos para a implementação de um reajuste geral.

Ainda sobre a questão, afirmou que “reconhecemos o trabalho do servidor, reconhecemos a defasagem, a inflação que acabou em 10%”. (…) Lamento, não tínhamos outra alternativa. O plano anunciado pelo presidente é de negociar um reajuste para o Orçamento de 2023, executado já após o fim de seu mandato.

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A fala de Bolsonaro na entrevista foi sua primeira declaração desde a aprovação do Orçamento sobre a questão dos reajustes salariais. Diversas categorias do serviço público, como auditores fiscais da Receita e auditores agropecuários já deflagraram greve em função do congelamento salarial, que dura desde 2017 a 2019 a depender da função. Demais servidores consideram entrar em greve já em fevereiro caso o governo não ofereça uma proposta concreta de reajuste até lá.

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