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Em carta a Biden, Bolsonaro se compromete a eliminar desmatamento ilegal

Em debate no Senado, especialistas alertaram para sucateamento no combate às mudanças climáticas durante a gestão de Jair Bolsonaro. [fotografo] Ibama [/fotografo]

Em debate no Senado, especialistas alertaram para sucateamento no combate às mudanças climáticas durante a gestão de Jair Bolsonaro. [fotografo] Ibama [/fotografo]

Jair Bolsonaro enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no intuito de demonstrar compromisso do governo brasileiro com a proteção do meio ambiente. No documento, Bolsonaro se compromete a “eliminar o desmatamento ilegal até 2030”.

Veja a carta na íntegra:

“Alcançar essa meta, no entanto, exigirá recursos vultuosos e políticas públicas abrangentes, cuja magnitude obriga-nos a querer contar com todo o apoio possível, tanto da comunidade internacional, quanto de governos, do setor privado, da sociedade civil e de todos que comungam desse nobre objetivo”, diz Bolsonaro.

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Na carta, o governo brasileiro diz querer trabalhar em parceria com os Estado Unidos e argumenta que “trabalhar pela preservação ambiental passa, também, pelo desenvolvimento econômico”. Bolsonaro fala ainda sobre o “paradoxo amazônico”, que apesar da riqueza natural é a região que que registra os piores indicadores socioeconômicos do país.

“Se não dermos a esse imenso contingente de homens e mulheres [25 milhões de pessoas habitantes da região] as condições de prosperarem materialmente, por seus próprios esforços, jamais alcançaremos resultados duradouros no domínio ambiental.”

O argumento do governo federal é de que combater estes índices passa não apenas por medidas de “comando e controle”, mas de incluir alternativas econômicas que reduzam o apelo de atividades ilegais de forma inequívoca e concomitante à atuação de repressão. O presidente diz ainda que sua gestão vem desenvolvendo estratégias nesse sentido.

Além de listar diferentes atuações do governo no setor, o documento diz que o Brasil “merece ser justamente remunerado pelos serviços ambientais que seus cidadãos têm prestado ao planeta”. Bolsonaro diz que quer trabalhar com a comunidade internacional, em prol da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável da Amazônia.

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Ao longo de seu mandato, Bolsonaro vem recebendo duras críticas no âmbito internacional pelo retrocesso na condução das políticas ambientais. Durante os dois primeiros anos de governo foi evidenciado um aumento no desmatamento ilegal, alcançando níveis recordes, conforme apontado por indicadores. Segundo o Observatório do Clima, a velocidade de devastação da Amazônia elevou 34% no ano passado.

Nesta quarta-feira, a Polícia Federal do Amazonas apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, por praticarem interferências indevidas no órgão.

> PF no Amazonas apresenta notícia-crime contra Ricardo Salles e senador

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