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Estação de tratamento de água da Companhia de Saneamento do Paraná [fotografo] Divulgação/Sanepar [/fotografo]

Estatais lançam campanha pela derrubada dos vetos à nova Lei do Saneamento
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Para reforçar seu posicionamento contrário às mudanças de última hora na nova lei que conduzirá o saneamento no Brasil nos próximos anos – promovidas por vetos presidenciais – a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) lançou a campanha Água é Direito de Todos.

A Aesbe criou uma página para tornar conhecidos os problemas em principalmente dois dos 12 vetos – referentes aos artigos 14 e 16 da Lei nº 14.026/2020 – e explicar as consequências negativas para a sociedade caso tais vetos não sejam derrubados no Congresso Nacional.

> Veto em lei do saneamento pode comprometer regiões carentes, dizem especialistas

O novo Marco Legal do Saneamento tramitou durante quase dois anos no Congresso com o forte argumento de que sua aprovação contribuiria para a universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, trazendo recursos privados para acelerar o atingimento dessas metas. 

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Aprovado em julho, o projeto apresenta a definição das metas de abastecimento em um ambiente de segurança jurídica e regulatória que busca propiciar a atratividade de investimentos e permite a atuação conjunta entre a iniciativa privada e as empresas públicas do setor.

Vetos descumprem acordo

Após a sua aprovação no Senado, entretanto, a nova lei sofreu 12 vetos do presidente da República, Jair Bolsonaro, em artigos que foram debatidos, negociados e votados no Congresso Nacional. 

Entre os vetos está o artigo 16, que criou a regra de transição entre os modelos de operação para o setor de saneamento básico. Por meio dela, é possível absorver a subsistência das operadoras e a integração dos investimentos privados com novas modelagens destinadas a alavancar a universalização dos serviços. Para isso, o artigo autoriza a renovação dos contratos de programa em vigor por até 30 anos, bem como possibilita a regularização das situações em curso em alguns munícipios.

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Marcus Vinícius Fernandes Neves, presidente da Aesbe

Para o presidente da entidade, Marcus Vinícius Fernandes Neves, o veto presidencial descumpre um acordo que foi feito no Congresso Nacional que contou, inclusive, com a participação de membros do Executivo, de deputados e de senadores de todas as correntes politico-partidárias. Além disso, as negociações envolveram entidades da sociedade civil e também governadores – que chegaram a mandar uma carta para o presidente pedindo que ele não vetasse trechos da lei.

Em julho, logo após os vetos, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também criticou a ação do governo e ameaçou derrubar os vetos

“A gente precisa respeitar os entendimentos e respeitar o que é acordado, acordado republicanamente, ninguém está falando de nada que não se possa falar em uma sessão do Senado Federal”, afirmou.

Na visão da Aesbe, o veto ao artigo 16 suscita a possibilidade de judicialização de alguns pontos do marco regulatório, o que pode inviabilizar sua aplicação. Esse é um dos motivos para a entidade lutar pela derrubada dos vetos presidenciais.

Campanha

No movimento pela derrubada dos vetos presidenciais, a  Aesbe tem o apoio de diversas entidades do setor de saneamento, como a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e a Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), da sociedade civil, das autoridades acadêmicas e de diversos parlamentares. Entre os que já se mostraram contra os vetos estão o presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, e o relator do projeto de lei, senador Tasso Jereissati.

O que a Aesbe e outras entidades defendem é um ambiente legal adequado à realidade do país, no qual empresas públicas e iniciativa privada possam atuar juntas para levar água e esgoto tratados a todos os brasileiros.

A Aesbe representa as 26 companhias estaduais de saneamento que prestam serviços a consumidores de áreas urbanas em 5.146 municípios do país. Diariamente, são atendidos 173,2 milhões de brasileiros com água encanada tratada e 164,1 milhões com coleta de esgoto, o que corresponde, respectivamente, a 92,4% e 72,7% do total, segundo os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2018).

> Privatização da água ou melhora do serviço? Veja o que muda com a nova lei do saneamento

Uma resposta para “Estatais lançam campanha pela derrubada dos vetos à nova Lei do Saneamento”

  1. Valdir disse:

    Dois pesos, duas medidas!
    Esse é o lema dos defensores de “parasitas”.
    Reclamam nesse caso, alegando que foi um “acordo” e que o governo está descumprindo. OK!
    Mas ninguém está reclamando do descumprimento do “acordo” quanto à liberação de R$ 60 bilhões, que ficou acordado que em contrapartida, não haveria aumento de salários de servidores publicos até dezembro de 2021.
    PAÍS DE MER4DA!

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