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Fãs de Bolsonaro sabem menos sobre covid e resistem mais à vacina, revela pesquisa

Presidente Jair Bolsonaro exibe Cloroquina para apoiadores. Remédio se mostrou ineficaz como tratamento precoce contra covid-19, e anvisa alertou para uso indiscriminado de remédios [fotografo] Reprodução [/fotografo]

Presidente Jair Bolsonaro exibe Cloroquina para apoiadores. Remédio se mostrou ineficaz contra covid-19 [fotografo] Reprodução [/fotografo]

Quase metade dos brasileiros que avaliam o governo Jair Bolsonaro como ótimo e bom ainda não está plenamente convencida da necessidade de se vacinar contra a covid-19, quando a vacinação estiver disponível.

Apenas 54,5% das pessoas que manifestam apreço pela administração federal dizem que há “muita chance” de se vacinarem. Entre aqueles que consideram a gestão de Bolsonaro ruim e péssima, o percentual é de 79,2% – ou seja, praticamente 25 pontos percentuais a mais.

Os dados, divulgados há pouco, são da pesquisa “A comunicação no enfrentamento à covid-19”. O trabalho foi realizado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS/UnB), em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Western University, do Canadá.

> Veja o total de casos e óbitos em cada um dos 5.570 municípios do país

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Polarização x pandemia

Conforme os responsáveis pelo estudo, as informações colhidas demonstram que “a polarização política no país é um dos fatores mais importantes” para explicar as  diferenças de comportamento dos brasileiros em relação à pandemia.

Eles acrescentam: “Opositores do governo federal estão mais preocupados com a pandemia, sabem mais sobre a doença e têm maior intenção de se vacinarem quando uma droga estiver disponível para a população. Já os brasileiros que avaliam favoravelmente a gestão do presidente Jair Bolsonaro estão menos preocupados, sabem menos e também têm menor intenção de se vacinarem”.

Foram entrevistadas on line 2.771 pessoas, entre os dias 23 de setembro e 2 de outubro. Os respondentes aceitaram convite aleatório para participar da pesquisa, que respeitou cotas de gênero, idade, região geográfica e classe social. O levantamento de campo ficou a cargo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad).

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“Tô nem aí”

Se você está entre aqueles – ou aquelas – que se espantam ao ver pessoas nas ruas aglomeradas e sem máscaras, desafiando frontalmente recomendações sanitárias preconizadas globalmente pelos órgãos de saúde e pelos maiores especialistas no tema, a pesquisa trará algum desconforto adicional.

Não passa de 33,9% o total de brasileiros que se declaram “muito preocupados” com a pandemia que, segundo as estatísticas oficiais do Ministério da Saúde, já matou até este momento cerca de 151 mil brasileiros.

Há mais representantes da turma do “tô nem aí” entre os que fazem avaliação positiva do governo Bolsonaro. Entre esses, os que se dizem “muito preocupados” (21%) ou “bastante preocupados” (34,1%) somam 55,1%. Para os que avaliam negativamente a administração atual, o índice sobe mais de 30 pontos percentuais, chegando a 85,9% a soma dos “muito preocupados” (44,8%) e os bastante preocupados (41,1%).

Uma outra pesquisa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgada nesta terça-feira (13), também apresentou evidências de um provável “efeito Bolsonaro” na evolução da pandemia. Ela cresceu mais, mostra o estudo, onde o presidente da República obteve maior votação no primeiro turno.

 Clique aqui para ver outros dados da pesquisa.

> Governo adota discurso anti-vacina e diz que imunização não é obrigatória

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