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Óbito de crianças “não implica em decisões emergenciais”, diz Queiroga

As falas de Queiroga vão de encontro à declarações de Bolsonaro, apesar da avacina para crianças de 5 e 11 anos estar autorizada pela Anvisa

Queiroga, durante reunião no Ministério da Saúde. Foto: Walterson Rosa/MS

Ao afirmar que o Ministério da Saúde não precisava decidir sobre a vacinação de crianças neste momento, o chefe da pasta, ministro Marcelo Queiroga, disse que “os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”.

Essa declaração de Queiroga foi dada nesta quinta (23) em meio ao imbróglio que se arrasta no país sobre a autorização para vacinação contra a covid de crianças dos 5 aos 11 anos.

A vacina para esta faixa etária foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas o governo tem se oposto de maneira enérgica.

A semana passada foi marcada por declarações contrárias do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a pedir que os nomes dos funcionários da Agência que autorizaram a vacinação em crianças fossem expostos. Dias depois, a Anvisa pediu investigação da Polícia Federal sobre ameaças de morte que servidores começaram a sofrer justamente pela posição favorável à vacina. Nesta quinta, o Ministério da Ministério da Saúde decidiu abrir uma consulta pública que vai coletar opiniões da sociedade acerca do início, ou não, de campanhas de imunização em crianças .

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Desde o início da pandemia até o dia 6 de dezembro último, o Brasil registra uma média de 14,3 mortes de crianças por mês em decorrência da covid. Isso significa, aproximadamente, uma criança falecida por coronavírus a cada dois dias. Junto a isso, dados da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 mostram que cerca 2,9 mil dos diagnósticos de Síndrome Aguda Grave pela doença ocorreram em crianças de 5 a 11 anos. Muitos deles resultam em óbito.

Ao justificar a consulta popular e o consequente retardo na decisão de liberar vacina para crianças nesta faixa etária, o ministro Marcelo Queiroga também alegou não haver evidências científicas de que as vacinas seriam eficazes contra a variante Ômicron.

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