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Zambelli vai à Justiça para barrar Renan na relatoria da CPI da Covid

Ministra Cármem Lúcia votou para tornar Carla Zambelli ré no caso de perseguição de um homem, com arma de fogo.[fotografo] Michel Jesus/Câmara dos Deputados [/fotografo]

Ministra Cármem Lúcia votou para tornar Carla Zambelli ré no caso de perseguição de um homem, com arma de fogo.[fotografo] Michel Jesus/Câmara dos Deputados [/fotografo]

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) ingressou com uma ação na Justiça Federal para impedir que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) seja o relator da CPI da Covid. Pelas redes sociais, a deputada aliada do presidente Jair Bolsonaro disse que outros parlamentares também ingressarão com ações para impedir a relatoria de Renan.

Zameblli afirmou ainda que a ação popular está na 2ª Vara Federal de Brasília. Além de investigar a omissão do governo federal na condução da pandemia, a comissão vai apurar eventuais irregularidades no repasse de recursos federais a estados e municípios.

Calheiros é pai de Renan Filho, governador de Alagoas. O senador Jader Barbalho (MDB-PA), suplente da CPI, é pai do governador do Pará, Helder Barbalho. Mais cedo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos nomes do agrado do governo para assumir a relatoria ou a presidência, questionou a possibilidade de o emedebista relatar os trabalhos.

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“Eu não gostaria de ver o Flávio Bolsonaro relatando a CPI. Agora, do mesmo jeito que eu acho que não é ideal o filho do presidente ser relator, o filho ou o pai de algum possível investigado, ainda que indiretamente, não é adequado”, afirmou ao Congresso em Foco.

Já Renan Calheiros disse que Zambelli quer “atrasar o andamento da CPI” e que não mantém contato com a deputada bolsonarista. “Eu não sigo essa senhora. Ela está bloqueada desde 2018. Está querendo atrasar a instalação da CPI. Precisamos parar o cronograma do morticínio e não temos tempo a perder com briga política, com obstrução, com postergação da instalação da CPI”.

O parlamentar disse ainda até a próxima sexta-feira vai se dedicar a estudar os temas da CPI e fazer uma “profilaxia digital”. “Para evitar a infecção do radicalismo, o contágio dos extremistas e o negaciovírus, farei um isolamento sanitário, podendo voltar a qualquer momento se houver necessidade.”

A instalação da CPI da Covid ficou para a semana que vem. Além da relatoria nas mãos de Renan, a presidência deve ir para Omar Aziz (PSD-AM) e a vice-presidência para Randolfe Rodrigues (Red-AP).

Thaís Rodrigues é repórter do Programa de Diversidade nas Redações realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.

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