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STJ anula decisões contra Flávio Bolsonaro em processo sobre rachadinhas

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva de empresário acusado de pertencer ao chamado "gabinete paralelo", grupo suspeito de aconselhar o presidente da República em relação à pandemia de covid-19, promovendo ideias sem comprovação científica, como o "tratamento precoce" com hidroxicloroquina e ivermectina. Em destaque, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Flávio Bolsonaro votou a favor de projeto que prevê R$ 3,8 bilhões para setor cultural, um dos mais atingidos pela pandemia. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou nesta terça-feira (9) as decisões contra o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no caso do “escândalo das rachadinhas”, que teria ocorrido enquanto o filho “zero-um” de Jair Bolsonaro era deputado estadual no Rio de Janeiro. A decisão pode levar a investigação à estaca zero.

Em março, a turma – composta por cinco ministros – havia definido que não seria possível anular as decisões dadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, a respeito do tema.

Em novo recurso, a turma aceitou, por quatro votos (João Otávio de Noronha, Reynaldo da Fonseca, Ribeiro Dantas e Joel Ilan Paciornik) a um (Jesuíno Rissato) o argumento de que Flávio teria a chamada “imunidade cruzada”, porque deixou de ser deputado e passou a ser senador, mantendo o status privilegiado. Com isso, as decisões do juiz fluminense não poderiam ser válidas.

O ministro João Otávio de Noronha foi o autor do voto onde divergia do relator Jesuíno Rissato, e que acabou sendo seguido pelos seus pares. “O paciente é detentor de mandato cruzado, sem solução de continuidade. Manteve-se no exercício do mandato legislativo”, justificou o ministro. “A conclusão que se impõe é de que não se justifica descensão, tampouco a ascensão do foro competente, para conhecer do processo e julgá-lo em seu desfavor.”

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O advogado de Flávio Bolsonaro, Rodrigo Roca, disse que a decisão torna o caso das rachadinhas como “raso, vazio e resolvido com justiça”, já que, para ele, a corte seguiu o entendimento predominante no Judiciário. “A questão é que uma vara criminal não pode e nunca pode julgar um deputado estadual e muito menos um senador da República por fatos relativos a seus mandatos, ainda que se tratem de mandatos cruzados”, afirmou.

A decisão do caso, no entanto, pode ainda sim ser revertida: o Ministério Público do Rio de Janeiro recorreu diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a investigação das rachadinhas no Rio de Janeiro. O caso, no entanto, ainda não foi julgado.

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