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Curso de ‘Construção do reino de Deus’ em universidade federal gera polêmica

Curso de extensão de medicina é baseado em premissas religiosas. Foto: UFRN/Cícero Oliveira

Curso de extensão de medicina é baseado em premissas religiosas. Foto: UFRN/Cícero Oliveira

Intitulado “Construção do reino de Deus”, o curso de extensão do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está com as inscrições abertas e tem gerado polêmica nas redes sociais.

De acordo com o resumo da ação de extensão, a UFRN “tem a vocação institucional da busca do conhecimento em qualquer vertente” e define que “Um dos conhecimentos mais significativos para a humanidade, foi aquele trazido por Jesus, que se dizia filho de Deus e comprovava isso com a produção de fenômenos que estavam acima da capacidade humana do seu tempo e até os dias atuais, conforme relatos aceitos majoritariamente pela maioria das pessoas que é informada”.

O responsável pelo curso é o professor Francisco Das Chagas Rodrigues, que também ministra a disciplina opcional ‘Medicina, Saúde e Espiritualidade’ e se considera um “espiritualista cristão”. O profissional atua na Psiquiatria, com ênfase no tratamento de Dependências Químicas.

Na página da UFRN, a ação consta como auto-financiada, portanto, não teria recebido dinheiro do Estado para a execução. Entretanto, a utilização do espaço da universidade federal para ministrar um curso da área de medicina fundamentado em característica religiosas, abre o debate sobre a laicidade do estado.

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Segundo o UOL, este é o terceiro curso que tem o “reino de Deus” como tema e ministrado pelo professor. Em 2019, Rodrigues foi o coordenador do curso “Reino de Deus – Construção Possível?”. Já em 2020, foi ministrado o curso “Reino de Deus, uma Utopia Social?”

Em nota ao portal de notícias, a UFRN afirmou que “a Constituição Federal, no seu artigo 206, estabelece que o ensino será ministrado com base nos princípios da ‘liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”, além do “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas’”.

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