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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Briga por reajustes

Para auditores, Lorenzoni é “irresponsável” ao justificar aumento apenas para polícias

21.01.2022 16:26 0

Nota Em
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Servidores da Receita Federal criticaram uma fala do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, por tentar justificar que apenas policiais federais, penais e rodoviários recebam reajuste salarial em 2022. A discussão está no centro de um dos temas mais espinhosos do Orçamento de 2022, que tem de ser sancionado até o final desta sexta-feira (21) por Jair Bolsonaro.

Em uma entrevista, dada na semana passada ao canal Jovem Pan News, Lorenzoni – que já ocupou diversos ministérios desde o primeiro dia de Bolsonaro no cargo – disse que somente as carreiras policiais federais estão expostas a “situação de altíssimo risco e exposição da própria vida” e que “isso não acontece com o trabalho dos Auditores-Fiscais”.

O Sindifisco Nacional classificou a fala como “inverossímil e irresponsável”. Segundo a organização, houve 13 atentados contra agentes da profissão, resultando em dez auditores mortos, além de outros com sequelas.

A Receita também teria funções perigosas em regiões de fronteira, argumenta o Sindifisco, inclusive agindo em casos de apreensão de drogas e armas de fogo. Em áreas como a fronteira entre as cidades de Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, tal risco ficaria explicito com a violência no local. Os auditores, que tem direito a portar arma de fogo – dadas suas atribuições – apreenderam 80 toneladas de cocaína e 27 de maconha nos últimos dois anos. “É lamentável que uma autoridade do alto escalão do governo não considere os riscos inerentes à atuação dos Auditores-Fiscais”, argumentaram, na nota em resposta a Lorenzoni.

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O grupo é um dos que mais pressionam o governo federal em prol de recomposição de perdas, ocorridas pela falta de reajustes desde o ano de 2017. A categoria foi a primeira a se rebelar após o anúncio do governo, ainda em dezembro, que iria reservar R$1,9 bilhão, para reajuste apenas das carreiras de policiais. Mais de mil e duzentos auditores, em cargos de chefia, entregaram suas funções desde então, o que prejudicaram ações em fronteiras, portos e em órgãos de julgamento como o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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