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Lançamento da pré-candidatura injetou doses de otimismo no comando da campanha. Mas cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Foto: Ricardo Stuckert

Opinião

Para o PT, doses de otimismo. Mas com cautela e caldo de galinha 

10.05.2022 10:50 0

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As avaliações internas feitas pelo comando da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do PT à Presidência, são de que foi muito boa a recepção do eleitorado ao lançamento oficial da pré-candidatura no sábado.

Depois de certa preocupação com algumas falas de Lula mais polêmicas nas últimas semanas, não houve após o sábado a percepção de nada que pudesse parecer erro ou escorregão. Nenhum reparo ao que disse Lula. O tom da campanha, que começa a querer apontar para o adversário, o presidente Jair Bolsonaro, e seus militantes mais radicais, a marca do ódio e da intolerância, pareceu acertado. O bom humor do candidato a vice, o ex-governador Geraldo Alckmin, que incorporou para si o apelido que no passado os próprios petistas lhe deram, de ser insosso, um picolé de chuchu, foi visto como um exemplo de como superar imagens negativas.

Um dos grandes motivos para comemoração é o estudo feito pelo Instituto Vox Populi, que foi entregue no fim de semana à cúpula petista. O instituto, por encomenda do PT, vem fazendo uma compilação de todas as pesquisas, as que são feitas de forma presencial e as que são feitas por telefone, para verificar, com base nelas, como anda o desempenho de Lula. E, a julgar pelas conclusões do estudo, se ele não for demasiadamente otimista, as notícias parecem animadoras para Lula.

De fato, o estudo do Vox Populi confirma a impressão dada pela leitura das pesquisas nos últimos dias. Depois que o ex-juiz Sergio Moro deixou o páreo, como candidato pelo Podemos, Bolsonaro subiu um pouco.

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Consideradas as pesquisas presenciais, o desempenho de Bolsonaro oscilava na casa dos 25% e subiu para algo próximo dos 30%.

Mas isso, porém, em nada afetou o desempenho de Lula. O candidato do PT mantém-se muito estável, na casa dos 44%. Seu desempenho é quase uma linha reta.

Quando se analisam as pesquisas que são feitas por telefone, e não por entrevistadores de forma presencial, Bolsonaro está mais próximo de Lula. No caso, a média de Lula está em torno de 42%, e Bolsonaro 33%.

Ocorre, porém, que nas simulações de segundo turno, o fator Moro é praticamente nulo. Tanto no caso das pesquisas presenciais quanto remotas, Lula tem em torno de 53% e Bolsonaro 31%. Contando-se somente os votos válidos, que é como se contabiliza de fato o resultado da eleição, Lula vai a 63% contra 37%. O diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, conclui com uma constatação evidente: quem votava em Moro já não votava em Lula no segundo turno.

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O Vox Populi entregou ao PT um mapa de como enxerga a situação em cada estado. E ele também animou o comando da campanha. Especialmente porque ele mostraria uma virada nas intenções de voto em dois estados onde antes Lula aparecia em desvantagem. Segundo o Vox Populi, pela média das pesquisas, Lula já estaria liderando no Rio Grande do Sul e em São Paulo, onde antes ganhava Bolsonaro.

E Lula ganha também no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá, Amazonas e Tocantins.

Bolsonaro, segundo o Vox Populi, lidera em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima e no Distrito Federal.

A eleição está empatada no Paraná e em Goiás.

Os sinais animaram. Para Marcos Coimbra, uma situação que dá chance mesmo de projetar uma vitória em primeiro turno.

Mas a campanha está apenas começando. O risco do levantamento é o salto alto. Para a leitura do estudo pela cúpula da campanha petista, recomenda-se o acompanhamento de cautela e um bom caldo de galinha. Não fazem mal a ninguém.

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