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Twitter é alvo do MPF por ausência de canal para denunciar conteúdos falsos

Usuário brasileiros do Twitter não contam com canal para denunciar conteúdos falsos. Recurso está disponível em outros países.

Usuário brasileiros do Twitter já podem contar com canal para denunciar conteúdos falsos. Recurso já estava disponível em outros países. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) enviou, nesta quinta-feira (6), um ofício ao Twitter requisitando informações de como a rede social lida e combate a propagação de conteúdos de desinformação envolvendo a covid-19 dentro do seu ambiente.

Entre os questionamentos feitos, pergunta-se o motivo pelo qual no Brasil a plataforma não disponibiliza um canal para os usuários denunciarem conteúdos como fake news. O recurso está disponível para usuários de outros países, como os Estados Unidos da América, a Coréia do Sul e a Austrália – mas inexiste por aqui.

Confira a íntegra do ofício encaminhado ao Twitter:

O MPF solicita que o Twitter informe se estão sendo adotadas providências para que o recurso de denúncia seja disponibilizado para os usuários brasileiros, e qual o prazo previsto para a implementação.

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Os esclarecimentos foram solicitados por meio de um inquérito instaurado, em novembro de 2021, para apurar as ações das redes sociais e aplicativos de mensagens no enfrentamento às notícias falsas. O inquérito e o ofício são assinados pelo procurador Yuri Corrêa da Luz, da Procuradoria da República de São Paulo.

O Twitter também foi questionado sobre os critérios utilizados para conferir o selo de verificação a usuários. De acordo com a rede social, a identificação azul “informa às pessoas que uma conta de interesse público é autêntica”. No entanto, a plataforma concedeu a verificação para a youtuber bolsonarista Bárbara Destefani, alvo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminação de fake news.

Congresso em Foco buscou o Twitter, por meio de sua assessoria de imprensa, para saber se a empresa iria se manifestar. Até o fechamento desta edição, não havia resposta. Horas depois, a própria empresa usou de seus canais para dizer que sua atuação contra fake news “não prevê a atuação em todo conteúdo inverídico ou questionável sobre a pandemia, mas em Tweets que possam expor as pessoas a mais risco de contrair ou transmitir a doença”.

“Nossa abordagem a desinformação vai além de manter ou retirar conteúdos e contas do ar”, defendeu-se a empresa, na nota. “O Twitter tem o desafio de não arbitrar a verdade e dar às pessoas que usam o serviço o poder de expor, contrapor e discutir perspectivas. Isso é servir à conversa pública”. A aplicação do mecanismo de denúncia de informações falsas ainda está em fase de testes ao redor do mundo, indicou a empresa – e o uso no Brasil dependerá dos resultados aferidos com a ferramenta.

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