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Aneel leva a consulta pública empréstimo de R$10,8 bi para socorrer distribuidoras

Aneel realizará empréstimo para cobrir os custos da crise hídrica, principal responsável pela tarifa elevada de energia.

Parlamentares ensaiam votação de projeto de decreto legislativo derrubando aumento concedido por distribuidoras do Nordeste. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estimou, nessa quinta-feira (3), que fará um empréstimo de até R$ 10,8 bilhões para as empresas elétricas cobrirem os custos extras da crise energética. Esta é a segunda vez que o governo brasileiro oferece este socorro financeiro para as distribuidoras.

O valor será dividido em duas partes: a primeira, no valor de R$ 5,6 bilhões, passará por consulta pública até o dia 13. A segunda parte do empréstimo deve ser finalizada até maio, com o valor estimado em outros R$ 5,2 bilhões.

A ajuda financeira deverá cobrir o déficit bandeiras tarifárias, a necessidade de importação de energia e o adiamento de tarifas. A crise hídrica de 2021 provocou uma maior utilização pelo governo federal de usinas termoelétricas — uma matriz energética mais cara e que gera tarifas extras com o uso.

Confira a nota técnica da Aneel:

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O empréstimo, no entanto, será pago com eventual tarifa na conta de luz do consumidor. O empréstimo evita que o gasto adicional, provocado pela crise hídrica, seja cobrado nas contas de 2022, ano eleitoral. O socorro financeiro, juntamente com os juros incidentes sobre o valor, será pago pelos consumidores a partir de 2023.

No mês passado, o deputado Léo Moraes (Podemos-RO) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o Decreto nº 10.939, que autoriza o empréstimo para socorrer as empresas do setor elétrico.

Ao Congresso em Foco, o deputado criticou a oferta da ajuda financeira enquanto as distribuidoras registram ganhos: “nunca essas empresas tiveram tanto lucro registrado como no ano passado [2021]. Lucros maiores até do que a margem histórica”.

Após o anúncio da estimativa por parte da Aneel, Moraes planeja entrar com um requerimento para que o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), despache o PDL em caráter de urgência. “Não podemos contar com a Aneel, já que a gente encaminha ofício pra lá e sequer respondem. Um deboche”, afirma o parlamentar.

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