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Bolsonaro usa Bolívia para defender auditoria em eleições

Coalizão com mais de 50 entidades possuem encontro marcado com Rodrigo Pacheco pedindo repúdio aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Foto: TSE

É inegável que há um traço autoritário no voto obrigatório. O fato de o Estado determinar que um cidadão seja obrigado a participar das escolhas dos governantes. Foto: TSE

O presidente Jair Bolsonaro usou a crise política que afeta a Bolívia para defender a edição de um projeto de lei que permita fazer auditorias no resultado das eleições brasileiras. Ele disse, na live desta quinta-feira (14), que tem conversado sobre o assunto com líderes partidários para tentar votar um projeto desse tipo no Congresso no começo do ano que vem. A ideia é afastar qualquer suspeita de fraude nas eleições de 2022, quando deve enfrentar novamente o PT e o PDT.

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“Houve um problema sério na Bolívia, que o estopim foi a suspeita, ou a certeza de fraude por ocasião das eleições. O ensinamento para nós? Que nós devemos… Eu tenho falado com alguns líderes e vou terceirizar isso para que venhamos a votar no começo do ano que vem, se Deus quiser, um projeto de lei de modo que possa auditar uma eleição. Se votou no João, vai ter certeza que o voto foi para o João. Não podemos ter essa suspeita de fraude, porque um problema pode acontecer de um lado e de outro”, reclamou Bolsonaro, na primeira declaração pública após a Cúpula dos Brics, quando evitou falar de temas polêmicos como o da Bolívia.

O presidente ainda sugeriu que algum erro pode ter acontecido no resultado do segundo turno das eleições do ano passado, quando ele foi eleito presidente da República com 10 milhões de votos a mais que Fernando Haddad (PT). “Muita gente achou que a diferença foi muito maior. Como um lado ganhou e todo mundo nas ruas tinha essa convicção de que ia ganhar, não houve problema. Mas imagina se o outro lado ganha as eleições? Como ia auditar esses votos? Não tinha como”, alegou.

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Ele concluiu, então, que, para evitar impasses como esse, o Brasil precisa criar mecanismos de auditoria dos votos antes da próxima eleição presidencial. “Temos a obrigação de termos um sistema de votação confiável por ocasião das eleições. Ano que vem não dá mais, mas em 2022 sim. Então, vamos lutar para evitar um problema como o que houve na Bolívia. O presidente lá, pelo que parece, segundo a OEA, abusou e fraudou o processo eleitoral”, afirmou.

Bolsonaro não deu detalhes de como pensa em fazer essa auditoria dos votos, que hoje são computados automaticamente pelas urnas eletrônicas no Brasil – sistema que é apontado por especialistas como um dos mais confiáveis do mundo. O presidente, porém, já defendeu em outras vezes a volta do voto impresso, o mesmo sistema que foi usado na Bolívia na eleição que, segundo ele deixou a entender, teria sido fraudada por Evo Morales.

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Venezuela

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Bolsonaro ainda usou a live desta quinta-feira (14) para comentar a situação da Venezuela, que teve a embaixada em Brasília tomada por um grupo de apoiadores do presidente autoproclamado Juan Guaidó nessa quarta-feira (13). Apesar de reconhecer Guaidó como presidente e ter chamado novamente Nicolás Maduro de ditador, Bolsonaro lembrou que orientou as forças de segurança a tirar o grupo pró-Guaidó da embaixada.

Ele não se furtou, porém, a fazer críticas aos parlamentares de oposição que foram ao local apoiar o grupo de diplomatas pró-Maduro que ficaram presos na embaixada durante esse incidente. “Os deputados do Psol e do PT foram lá tumultuar o clima. Mas nós conseguimos que as pessoas saíssem fora da embaixada e tudo foi resolvido”, disse.

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Campanha do Congresso em Foco no Catarse

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