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No PRN, hoje PTC, Collor foi do apogeu à queda. Na foto, sua posse como presidente da República, em 1990

Collor volta ao partido pelo qual se elegeu presidente e sofreu impeachment

06.04.2016 11:32 3

Reportagem
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[fotografo]Arquivo/Senado[/fotografo]

No PRN, hoje PTC, Collor foi do apogeu à queda. Na foto, sua posse como presidente da República, em 1990

O senador Fernando Collor está de volta ao partido pelo qual se elegeu presidente, em 1989, e sofreu processo de impeachment, em 1992. Na verdade, ao sucessor do antigo PRN, rebatizado em 2000 como Partido Trabalhista Cristão (PTC). O atual presidente do PTC, Daniel Tourinho, comandava o PRN na passagem anterior de Collor.  O ex-presidente deixou o PTB em março, alegando discordância com a cúpula do partido, que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Em sua página no Facebook, o senador atribuiu a opção pelo PTC a uma afinidade histórica e programática. “Após análise de vários convites, Collor decidiu pelo PTC. Pesou na decisão a identidade programática e a relação histórica com dirigentes nacionais da legenda, como o presidente Daniel Tourinho. O partido, com o número 36, sucedeu o antigo PRN, sigla pela qual Collor elegeu-se presidente da República, em 1989”, justificou a assessoria do senador.

Este é o sétimo partido de Fernando Collor em 37 anos de militância partidária. Ele estreou na Arena, partido de sustentação da ditadura militar, em 1979. No ano seguinte, migrou para o herdeiro direto da Arena, o PDS, no qual permaneceu até 1985. Depois, passou quatro anos no PMDB. Em 1989, na primeira eleição presidencial após a redemocratização, elegeu-se presidente da República pelo PRN, novo nome do antigo Partido da Juventude, criado em 1985. Pelo partido, também se tornou o primeiro brasileiro a deixar o Planalto em processo de impeachment, em 1992.

O ex-presidente seguiu no PRN até 2000. No ano em que a legenda virou PTC, Collor passou para o PRTB, no qual permaneceu até 2007. Por essa sigla, voltou ao cenário político nacional ao se eleger senador, em 2006. O senador ficou quase nove anos no PTB.  Ele será o único representante do PTC no Congresso. O partido chegou a eleger quatro deputados federais, em 2014. Mas todos já mudaram de legenda.

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Troca-troca no Senado

Nos últimos seis meses, 11 senadores trocaram de partido. Diferente dos deputados, que tiveram um período de 30 dias – chamado de janela partidária – para mudar de partido sem perder o mandato, os senadores podem migrar de legenda quantas vezes quiserem, sem prazo determinado e com o mandato resguardado. Na Câmara, quase 100 deputados aproveitaram a janela.

Os senadores e demais ocupantes de cargos majoritários, como prefeitos, governadores e o presidente da República não estão submetidos às mesmas regras de fidelidade partidária de deputados federais, estaduais e vereadores – cargos disputados pelo sistema proporcional. Este foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que em um julgamento realizado em maio do ano passado definiu que o mandato de políticos eleitos pelo sistema majoritário pertence aos próprios, e não ao partido.

Outro a trocar de legenda nos últimos dias foi o senador Zezé Perrela (MG), que deixou o PDT para se filiar ao PTB. Em apenas três meses, Hélio José (DF) mudou duas vezes de partido. Em dezembro o senador deixou o PSD e migrou para o recém-criado Partido da Mulher Brasileira. Mas a temporada nos quadros do PMB foi curta, e no último 16 o senador, que iniciou sua trajetória política nos quadros do PT, anunciou a filiação ao PMDB.

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Na esteira das recentes trocas partidárias, o senador Delcídio do Amaral (MS) anunciou em março sua saída do Partido dos Trabalhadores. O pedido ocorreu no mesmo dia em que o ministro do STF Teori Zavascki homologou a delação premiada feita pelo senador sul-matogrossense dentro da Operação Lava Jato.

As mudanças partidárias no Senado prejudicaram o PDT, partido que mais sofreu perdas. Além de Perrela, os senadores do Distrito Federal Cristovam Buarque e Reguffe anunciaram a desfiliação em fevereiro. O primeiro migrou para o PPS e é cotado para disputar a Presidência da República em 2018, enquanto Reguffe adiantou que pretende ficar um ano sem vínculo com nenhuma legenda.

Veja a lista dos senadores que trocaram de partidos nos últimos seis meses:

SENADOR UF ORIGEM DESTINO
Alvaro Dias PR PSDB PV
Cristovam Buarque DF PDT PPS
Fernando Collor AL PTB PTC
Cristovam Buarque DF PMB PMDB
Delcídio do Amaral MS PT s/partido
José Medeiros MT PPS PSD
Randolfe Rodrigues AP Psol Rede
Reguffe DF PDT s/partido
Ricardo Ferraço ES PMDB PSDB
Wilder Moraes GO DEM PP
Zezé Perrela MG PDT PTB

 

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3 respostas para “Collor volta ao partido pelo qual se elegeu presidente e sofreu impeachment”

  1. Fábio disse:

    Por que Collor ainda não foi cassado novamente? A Lava-Jato já o flagrou no cometimento de crimes terríveis. Esse grande aliado do PT não merece ocupar qualquer cargo público.
    Os corruptos petistas chorarão com sua saída, mas será um bem para o Brasil.

  2. Sergio Russo disse:

    Mas porque perder tempo com este coronelzinho mimado ?
    Se os nordestinos de merda votam nele , eles que o embalem .
    Este bosta quando foi presidente deixou que a louca confiscasse todo o dinheiro dos brasileiros , mas para que ? Funcionou ?
    Se você é um bom brasileiro , ande com um penico cheio debaixo do braço . Ao ver o Collor , despeje em cima dele . Não merece outro tipo de ” homenagem ” .

  3. Pacificador disse:

    Vamos ver se tú tens sako roxo mesmo Collorzito, a hora que tiver que se hospedar na Papuda.
    Esse merece pena em dobro.
    Vigarista reincidente tem mais é que prender, e jogar a chave fora…

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