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Maior parte dos beneficiados era acusada de integrar o crime organizado. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Decretos de armas são de “extrema precariedade técnica”, diz consultoria do Senado

28.06.2019 17:59 6

Reportagem Em
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Marina Barbosa

Os novos decretos de armas do Governo Bolsonaro não solucionam as inconstitucionalidades que fizeram o Senado derrubar a primeira tentativa presidencial de atualizar o Estatuto do Desarmamento. A conclusão é da Consultoria Legislativa do Senado, que ainda classificou como de “extrema precariedade técnica” os esforços do governo de flexibilizar a posse e o porte de armas de fogo no Brasil.

Em nota técnica em que analisa os decretos editados nessa semana pelo presidente Jair Bolsonaro, a consultoria do Senado explica que esses dispositivos podem ser considerados inconstitucionais porque são similares ao decreto que já foi rejeitado pelos parlamentares. A avaliação foi divulgada nesta sexta-feira (28), no mesmo dia em que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal sugeriu a derrubada dos decretos.

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“Os decretos sob análise repetem muitos dos dispositivos do Decreto nº 9.875 que foram considerados ilegais e inconstitucionais por esta Consultoria Legislativa, por estabelecerem regras contrárias ou além do que estabelece a Lei que se procura regulamentar, que é o Estatuto do Desarmamento”, conclui a consultoria, que acrescenta: “mais grave ainda é a confusão dos objetos de cada um dos decretos, visto que trazem disposições repetidas, de modo que o objeto de um permeia o dos outros”.

A análise ainda afirma que a edição de quatro decretos em um mesmo dia e com teor semelhante acarreta insegurança jurídica, prejudica a clareza das suas disposições e dificulta a análise desses regulamentos. “Cremos que o ideal é que cada Lei possua tão somente um Regulamento”, sugere consultoria do Senado, que ressalta: “bastaria um decreto bem feito – e não três que se ressentem de boa técnica – para atingir esse objetivo”.

MPF pede derrubada

Na manhã desta sexta-feira (28), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal também emitiu nota técnica destacando a inconstitucionalidade e recomendando o “afastamento do ordenamento jurídico” de todos os decretos das armas, seja por iniciativa do Congresso ou por meio do Supremo Tribunal Federal.

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“A situação aproxima-se de um caos normativo e de uma grande insegurança jurídica”, diz o texto. O órgão argumentou que irregularidades se acumulam em praticamente todos os espaços regulados pelos decretos, como posse, compra, registro, tiro esportivo e munições. “De tal modo que resultaria impossível do ponto de vista da sistematicidade jurídica afastar apenas dispositivos específicos do ato regulamentar”, encerra a Procuradoria.

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6 respostas para “Decretos de armas são de “extrema precariedade técnica”, diz consultoria do Senado”

  1. Valdir disse:

    Inconstitucional foi o governo do maior larápio do país, aquele que está enjaulado em Curitiba (enjaulado não, tá até com boa vida. Deveria estar no presídio), não ter respeitado o referendo em que 63% da população foi contra desarmar o povo.
    Depois que o povo de bem foi desarmado, a criminalidade subiu vertiginosamente de 38.000 mortes;ano para 64.000 mortes;ano (praticamente dobrou).
    Agora, se é para manter como está, os parlamentares, principalmente os que vivem pedindo proteção armada, deveriam ter seus pedidos de proteção armada negados. Eu mandaria “procurar sua turma”!

  2. Eu tenho dado todo o meu apoio ao presidente Jair Bolsonaro, desde a sua candidatura. Agora essa liberação de arma não vai dar certo infelizmente no Brasil não existe uma fiscalização eficiente e a corrupção vai dominar. Se combatesse a entrada de armas e drogas nas nossas fronteiras, não haveria necessidades de distribuir armas para a população. Agora a coisa mais grave será as discussões no transito, a nossas ruas se transformará no campo de batalha.

    • Bento Sartori de Camargo disse:

      Respeito seu comentário mas está muito limitado e discordo em absoluto, veja: 1) As armas jamais serão “distribuídas para a população” como vc afirmou. 2) Ninguém será “obrigado” a comprar uma arma. 3) Haverá critérios rigorosos para que o cidadão tenha direito de adquirir a arma e o tipo dela. 4) Cursos teóricos e práticos com reciclagem ao menos cada 2 anos. 5) Todo cidadão que estiver apto a possuir uma arma é totalmente responsável por ela, veja bem: possui-la na sua propriedade e não portar a mesma. 6) Responder judicial e criminalmente quando utiliza-la. Claro que haverão mais detalhes a serem observados mas o que a sociedade não aguenta mais é conviver com uma quantidade enorme de bandidos e vagabundos “armados até os dentes” e as pessoas sem poderem ter como defender sua família e/ou propriedade.

      • Eu concordo com você, só tem um problema, a fiscalização no Brasil em todos os sentidos são ineficientes e muitas vezes a corrupções está agregada a ela.

        • Bento Sartori de Camargo disse:

          Sim concordo, mas o desafio é cada um de nós fazer o melhor para que essa falha dos Gestores Públicos diminua cada vez mais.

          • A nossa Constituição diz bem claramente “que todo o poder emana do povo”. Você concorda com a nossa Constituição? Em 2018 quando o povo usou desse poder que a nossa constituição fala, muitos barões da política não conseguiram se reeleger. Então vamos continuar fazendo nas eleições Municipais do ano que vem e nas Majoritárias de 2022, com certeza esses políticos corruPTos que ainda estão aí, irão pensar duas vezes antes de prejudicar o povo e o país.

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