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Mulheres vítimas de violência estão há mais de um mês sem atendimento na CMB de Brasília

[fotografo]Chico Sant’anna/Brasília Capital[/fotografo]

Em setembro, chuva derrubou parte do teto da sala de informática da CMB

Brasília Capital (*)

Não bastasse serem vítimas de agressões, violências domésticas, assédio sexual e até mesmo estupros, as mulheres de Brasília estão desassistidas. Inaugurada na Asa Norte pelo Governo Federal, em junho de 2015, a Casa da Mulher Brasileira – CMB, pouco mais de um ano depois, já está sucateada.

O espaço destina-se a acolher as mulheres vítimas de violência com apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública, dentre outros serviços. A gestão foi repassada ao Governo do Distrito Federal (GDF) e em pouco mais d eum ano de um ano, as instalações estão em más condições de operação.

O local, segundo o Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do Distrito Federal (Sindsasc), que representa os profissionais que lá atuam, apresenta problemas estruturais, como rachaduras nas paredes. Com a chuva recente, os problemas se agravaram com infiltrações. Depois de ser atingida por forte chuva, parte do teto de uma sala desabou, desencadearam problemas elétricos e o atendimento na Casa foi interrompido em meados de setembro.

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[fotografo]Chico Sant’anna/Brasília Capital[/fotografo]

Servidores deram um abraço simbólico na Casa na semana passada para chamar atenção para o problema

Um auditório virou depósito de um amontoado de cadeiras e equipamentos de informática. O atendimento se limita a recepção do prédio, onde é feito a triagem. O abrigo das mulheres vítimas de violência, que era de até 48 horas, não funciona. As crianças dessas mulheres perderam sua brinquedoteca. Além disso, a CMB, que deveria funcionar 24 horas por dia, por falta de pessoal, está funcionando em horário reduzido.

Atualmente, o atendimento está sendo feito em um prédio anexo ao Palácio do Buriti, sede do governo local. A estrutura, porém, não atende às exigências para receber pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Faltam salas para atendimento individualizado e um local próprio paras mulheres deixarem as crianças enquanto são assistidas, como há na CMB”, afirma o presidente do Sindsac, Clayton Avelar.

Para denunciar essa realidade, o Sindsasc promoveu, na semana passada, um abraço à CMB. A manifestação que atraiu autoridades do governo, que se comprometeram em resolver os problemas até o final de novembro. “A Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal já autorizou a realização da reforma do espaço danificado pela chuva. Em um prazo de 20 dias, os serviços de atendimento da CMB retornarão ao seu espaço original”, afirmou a secretária adjunta da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Raíssa Rossiter.

Segundo a secretária adjunta, ficou definido também que será composto um grupo de gestão e de acompanhamento das condições de trabalho da Casa da Mulher Brasileira, formado por representantes dos serviços da CMB, da Rede Social de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, do Conselho de Defesa dos Direitos Humanos do DF e de representantes do sindicato. O objetivo é acompanhar o andamento das reformas do espaço e de outros reparos necessários na estrutura da Casa.

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CMB

A Casa da Mulher Brasileira faz parte do programa do Governo Federal “Mulher, Viver Sem Violência”. A ideia é que cada estado tenha uma Casa da Mulher Brasileira. Até o momento, está em funcionamento apenas em Campo Grande (MS), Brasília (DF) e Curitiba (PR). Em Brasília, a CMB fica no início da L2 Norte, quadra 601 Norte, atrás do Serpro.

(*) Leia a íntegra da reportagem de Chico Sant’anna, do Brasília Capital

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