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Nos jornais: novos partidos prometem verba para atrair deputados

27.09.2013 08:48 0
Atualizado em 01.10.2013 10:48

Reportagem
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Folha de S. Paulo

Novos partidos prometem verba para atrair deputados

As negociações dos dois novos partidos políticos do Brasil para filiar cerca de 50 deputados federais envolvem a entrega a eles do comando político das siglas nos Estados e a promessa de um generoso rateio do dinheiro do Fundo Partidário, algo entre R$ 3 e R$ 3,80 por voto recebido pelos congressistas. Solidariedade e Pros (Partido Republicano da Ordem Social), que foram chancelados na terça-feira pela Justiça Eleitoral, vão receber mais de R$ 30 milhões por ano dos cofres públicos em recursos do fundo, que é uma das principais fontes de financiamento das legendas.

“A minha proposta, e isso vai ser resolvido na quarta-feira, é que a direção nacional fique com 40% do fundo e que repasse 60% para as direções estaduais”, explica o deputado Ademir Camilo, que está deixando o PSD para assumir o comando do Pros em Minas Gerais. O valor repassado será proporcional ao número de votos obtidos em 2010 pelos deputados recém-filiados.

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Mensalão tucano tem 1º réu condenado

A Justiça Federal em Minas Gerais condenou o ex-diretor do Banco Rural Nélio Brant Magalhães a nove anos e nove meses de prisão por envolvimento no chamado mensalão tucano. Ele poderá recorrer em liberdade. Magalhães é o primeiro réu condenado por participar do esquema, que desviou R$ 3,5 milhões em recursos públicos para financiamento da campanha eleitoral de 1998 do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição, de acordo com as investigações.

O esquema foi considerado pela Justiça e pela Polícia Federal o embrião do mensalão do PT –ocorrido cinco anos depois– por também ter sido operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado a 40 anos e 4 meses pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do caso petista. As denúncias sobre o mensalão tucano foram desmembradas em seis processos que tramitam em diferentes esferas da Justiça. Segundo a denúncia, empréstimos fictícios supostamente concedidos pelo Banco Rural sem a exigência de garantias foram utilizados para encobrir desvios de verbas de empresas públicas, usados na campanha.

Após se dizer 99,9% no Pros, Romário retorna para o PSB

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Um dia depois de dizer que estava “99,9% fechado” com o Pros (Partido Republicano da Ordem Social), o deputado federal e ex-atacante da seleção brasileira Romário (RJ) anunciou ontem que está de volta aos quadros do PSB. Romário se desfiliou do PSB no início de agosto, o que desencadeou negociações com “seis a sete” legendas. Agora, mediante as promessas de que vai disputar a Prefeitura do Rio em 2016 e que assumirá o comando do diretório do partido no Rio, aceitou regressar. “99,9% não equivalem a 100%, né?”, afirmou ontem o deputado, poucas horas antes de anunciar o acerto com o ex-partido. Ao assinar a nova filiação, Romário informou que uma de suas primeiras ações será levar o PSB a deixar o governo Sérgio Cabral (PMDB). Os cargos devem ser entregues nos próximos dias. Além dos “99,9%” do Pros, Romário, que cumpre seu primeiro mandato, também havia sido anunciado recentemente como “reforço” do PR de Anthony Garotinho (PR).

Lula voltará se o cenário para 2014 exigir, diz Campos

Depois de desembarcar do governo Dilma Rousseff, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) afirmou ontem que, se o cenário eleitoral exigir, Lula “volta 20 vezes”. O movimento pelo retorno do petista ao grid de candidatos nacionais tem sido desencorajado pelo PT e pelo Planalto para não enfraquecer politicamente a presidente. “O quadro [de 2014] não está muito claro. Lula disse em entrevista esta semana que está no jogo. Ele disse isso. Se o cenário exigir, ele volta 20 vezes”, disse Campos à Folha.

Questionado se isso mudaria os planos do partido de, eventualmente, lançá-lo candidato, afirmou: “Depende. Se a gente já estiver voando, vamos seguir voando. Depois de março, vai ficando difícil”. Internamente, Campos relata dificuldade de enfrentar o ex-presidente, de quem é amigo. Também não admite abertamente concorrer. Mas o PSB desembarcou do governo federal, despediu-se da ala do partido que resistia a um voo solo e, assim, liberou o caminho para 2014. Nos próximos meses, mergulhará nas articulações locais para definir quem será seu candidato ao governo de Pernambuco. Seu projeto nacional passa pela vitória de um afilhado no Estado que governa desde 2006. Pela primeira vez, ele falou de forma mais clara dos limites de uma estreia nacional.

Taxa de desemprego cai para 5,3% e renda média sobe 1,7% em agosto

O mercado de trabalho mostrou-se inume em agosto a um cenário de economia em desaceleração. A taxa de desemprego ficou em 5,3%, abaixo dos 5,6% de julho. Naquele mês, o desemprego já havia recuado em relação aos 6% de junho. A taxa de agosto é a mais baixa desde dezembro de 2012 (4,6%), mês no qual o índice costuma recuar com a menor procura por trabalho.

O menor desemprego se deve a uma redução da busca por uma vaga, já que a PEA (População Economicamente Ativa) ficou estável de julho para agosto. O indicador mostra a força de trabalho do país, ou seja, a soma de quem está empregado e com quem procura trabalho.

Aécio critica lógica ‘mercantilista’, mas elogia Solidariedade

Provável adversário da presidente Dilma Rousseff em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu ontem a criação do Solidariedade, partido que deve apoiá-lo na corrida presidencial. Apesar de criticar a “lógica mercantilista” da criação de partidos, Aécio disse que a sigla é “bem-vinda” por ser oposição ao governo Dilma. “Está tudo errado. O Supremo Tribunal Federal errou lá atrás quando permitiu a portabilidade do Fundo Partidário. Hoje há uma lógica mercantilista da criação dos partidos. Cria-se partido, racha-se o Fundo Partidário e vende-se tempo de TV. A regra está errada. Mas já que nasce no país um partido sem viés governista, ele é bem-vindo.”

Apesar de suspeitas de fraudes na coleta de assinaturas de apoio pelo país, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou nesta semana a criação de mais dois partidos, o que abriu a temporada de troca-troca de políticos que pretendem concorrer em 2014. O tribunal chancelou o Solidariedade, montado pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, e aprovou o Pros (Partido Republicano da Ordem Social).

Por Marina, partido diz que muda até o nome

O presidente do nanico PEN (Partido Ecológico Nacional), o ex-deputado estadual Adilson Barroso (SP), afirmou que aceita até mudar o nome da sigla para “Rede” para abrigar a candidatura presidencial de Marina Silva. A ex-senadora tenta montar a Rede para disputar o Planalto, mas, para atingir o objetivo, a legenda precisa obter o registro até 5 de outubro. O partido não conseguiu validar as 492 mil assinaturas exigidas por lei –faltam 52 mil. “O acordo conosco é o de não falar enquanto não se resolver a situação na Justiça (…). Mas vou oferecer o partido para ela se candidatar, não desisto dela de jeito nenhum”, disse Barroso.

Dilma tem 38%, e Marina cai a 16%, diz Ibope

A presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte das intenções de voto que perdeu durante os protestos que tomaram o país em junho, mostra pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada ontem. A petista foi a única que cresceu no principal cenário: saltou de 30% para 38% na preferência dos eleitores para a corrida presidencial de 2014 e ampliou sua vantagem sobre a segunda colocada, a ex-senadora Marina Silva, de 8 para 22 pontos percentuais.

Marina, que tenta formar a Rede Sustentabilidade a tempo de concorrer ao Planalto, caiu de 22% para 16%. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), oscilaram negativamente no levantamento: o tucano passou de 13% para 11%, enquanto o presidente do PSB variou de 5% para 4%.

Sindicato de servidores pede fim do teto de R$ 28 mil no Legislativo

O Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Legislativo) vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão do Tribunal de Contas da União que obriga 464 servidores do Senado que receberam acima do teto constitucional a devolver o dinheiro extra aos cofres públicos. O sindicato também vai recorrer contra a aplicação do teto de R$ 28 mil nos salários dos servidores do Legislativo.

“O que é o teto constitucional? O que entra e o que não entra no teto? Não existe uma lei regulamentadora, só existe ato administrativo. Por que a gratificação eleitoral de um ministro do Supremo não entra no teto? Porque não há regulamentação”, afirmou ontem o presidente do Sindilegis, Nilton Paixão. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que os servidores vão ter descontados mensalmente 10% de seus salários para bancar o ressarcimento decidido pelo TCU.

Outros textos sobre supersalários

PMDB vai indicar senador ao Ministério da Integração

O PMDB vai indicar o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para o Ministério da Integração Nacional após o ministro Fernando Bezerra (PSB) deixar oficialmente o cargo. O partido espera o convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar a pasta, após a decisão do PSB de entregar seus cargos no governo. O nome de Vital é consensual entre as bancadas da Câmara e do Senado Federal.

Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) disse que apoia a escolha de Vital pela legenda se o ministério realmente ficar com o PMDB. “A Câmara apoia a indicação do senador Vital, ele foi deputado, é nosso companheiro. Na hipótese dele ser indicado, será um bom nome”, afirmou. Em favor do senador paraibano, conta sua capacidade de negociação e diálogo dentro da sigla. Vital é corregedor do Senado Federal e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais importante da Casa.

Com sede ociosa, TJ do Rio ganha novo prédio

Espalhados por cinco prédios erguidos nos últimos 10 anos no chamado “complexo judiciário” do centro do Rio, até hoje com salas ociosas, juízes do Tribunal de Justiça (TJ)do Estado ganharão em breve um endereço complementar. Ao custo provável de R$ 2 milhões mensais, a cúpula do tribunal está prestes a fechar um contrato de aluguel de 17 andares em outro prédio, distante cerca de três quilômetros das sedes atuais.

A ideia é transferir para o novo endereço 52 varas cíveis e 15 de Fazenda Pública, hoje instaladas em dois andares do prédio central. A nova extensão do TJ tem piso de granito, cinco andares de garagens, ar condicionado central e um sistema de câmeras. Com a mudança, o TJ vai deixar mais ocioso o prédio central e os seus anexos inaugurados nos últimos quatro anos a um custo de mais de R$ 300 milhões. A Folha circulou nesta semana pela sede principal do TJ e flagrou andares completamente desocupados ou com 50% de uso.

STF decide que servidores vão reaver perdas com Plano Real

O Supremo Tribunal Federal determinou ontem que Estados e municípios que tenham adotado regras próprias para converter os salários dos servidores de URV (Unidade Real de Valor) para real na adoção do Plano Real terão de pagar o ressarcimento de perdas acumuladas. A decisão afeta os servidores do Estado de São Paulo. Ao julgar uma ação de uma servidora do governo do Rio Grande do Norte, o STF considerou que a correção do seu salário teria que ter seguido os critérios estabelecidos na lei federal 8.880 –e não uma lei local, como foi o caso.

O relator do recurso, ministro Luiz Fux, disse que a Constituição garante à União competência exclusiva sobre o sistema monetário. “Qualquer lei que estabeleça forma de conversão editada por estados e municípios é inconstitucional”, afirmou. Foi aprovada a repercussão geral para a decisão, o que significa que ela vale para casos similares. Segundo o STF, há mais de 10 mil processos similares que deverão seguir os parâmetros fixados. A apuração de eventuais perdas será realizada durante a execução das ações.

Prefeitura sai, e viciados cercam ‘casarão do crack’

Até dezembro de 2011, um imóvel na alameda Dino Bueno conhecido como “casarão do crack” era considerado o coração da cracolândia paulistana. Era lá que centenas de usuários se agrupavam para consumir a droga. A feira do crack, que atravessou a madrugada por mais de uma década no mesmo lugar, foi quebrada no começo de 2012, após operação conjunta de Estado e prefeitura que tinha a promessa de acabar com o tráfico e levar dependentes para tratamento.

Pouco mais de um ano depois, o cenário voltou ao que era ao redor da construção –que virou um símbolo da tentativa do poder público de recuperar o controle da área. O motivo foi a retirada de uma tenda do CAT (Centro de Apoio ao Trabalho) que havia sido instalada no terreno do imóvel da Dino Bueno. O equipamento municipal visava atender moradores de toda a cidade e ajudar a reinserir no mercado de trabalho usuários de drogas do centro, enquanto eram tratados. Nesta semana, a Folha foi três vezes ao local e constatou que, apesar de não terem invadido o antigo casarão, os viciados tomaram conta da entrada e de seus arredores. Segundo a prefeitura, a tenda do CAT foi removida de lá em março deste ano devido à baixa demanda.

O Globo

Rio troca transporte público por carro

A sensação de estar numa lata de sardinhas, toda vez que embarcava no ônibus em São Cristóvão para ir ao trabalho, no Centro do Rio, fez com que o garçom Márcio Duarte decidisse, há quatro anos, comprar uma moto para driblar o trânsito cada vez pior da cidade. Além da superlotação, o aumento no tempo de deslocamento também pesou muito. Ele calcula que, em uma década, a curta distância entre um bairro e outro, que são quase vizinhos, foi estendida em pelo menos 20 minutos. A mudança na rotina de Márcio é consequência dos problemas enfrentados diariamente por milhares de moradores do Rio, agora traduzidos em números no diagnóstico feito pelo Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU). Entre outras coisas, o documento revela que, em dez anos, a população do estado segue na direção contrária da tendência mundial, que é a de apostar no transporte coletivo: entre 2002 e 2012, a proporção de usuários a optarem pelo deslocamento individual.

Valerioduto tucano tem condenado

A Justiça Federal em Belo Horizonte condenou um réu do valerioduto tucano em Minas, o chamado mensalão mineiro: um esquema criminoso que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), vigorou durante a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998. Ex-diretor do Banco Rural, Nélio Brant Maga-I Ihães recebeu pena de nove anos e nove meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de gestão fraudulenta e gestão temerária de instituição financeira. Ainda cabe recurso da decisão.

Magalhães também terá que pagar 140 dias-multa, cada um no valor de dez salários mínimos. Outros quatro réus no processo, que compunham o Comitê de Crédito do banco, foram absolvidos por falta de provas de autoria ou de parti ci-pação nos fatos. São eles: José Geraldo Dontal, Paulo Roberto Grossi, Caio Mário Álvares e Wellerson Antônio da Rocha. A denúncia foi oferecida pelo MPF à Justiça em novembro de 2008.

Essa decisão é referente a um dos processos desmembrados do caso do mensalão mineiro, apontado pela Procuradoria Geral da República como o laboratório do mensalão no governo do então presidente Lula e teria como operador o mesmo Marcos Valério.

Ibope: Dilma abre 22 pontos sobre Marina

A presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da intenção de voto que tinha antes dós protestos de junho e abriu vantagem de 22 pontos sobre Marina Silva (Rede) na disputa presidencial, segundo pesquisa Ibope encomendada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e divulgada ontem no site do jornal. O quadro para a eleição presidencial do próximo ano se mantém praticamente o mesmo nos dois cenários testados: com Aécio Neves ou com José Serra como candidato do PSDB.

Com Aécio na disputa, cenário mais provável, Dilma subiu de 30% para 38% das intenções de voto em relação ao levantamento anterior, realizado em julho. Já a ex-senadora Marina Silva caiu de 22% para 16%. O tucano oscilou de 13% para 11%. E Eduardo Campos (PSB) foi de 5% para 4% na pesquisa realizada entre os dias 12 e 16 de setembro com 2.002 eleitores por todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Troca-troca partidário

A oito dias do prazo limite para a troca de partido, é intenso o leilão para a filiação de políticos que pretendem disputar as eleições do ano que vem. Em resumo: todo mundo está conversando com todo mundo. As ofertas vão de comando de diretórios regionais à garantia de vaga para a disputa eleitoral do ano que vem. Desfiliado do PSB desde fevereiro, e depois de conversar com dirigentes de PR, PROS e outras legendas, o deputado federal Romário (RJ) anunciou sua volta ao PSB, assumiu o comando provisório do diretório do Rio de Janeiro e recebeu a garantia de que será o candidato à prefeitura da capital fluminense em 2016.

A disputa também é intensa pelo passe da presidente do PT do Ceará, a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, e ilustra a guerra travada nos bastidores entre petistas e o presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Depois de conversar ontem com integrantes do PSB do Ceará, enviados por Campos, Luizianne tem encontro marcado com o presidente do PT, Rui Falcão, na segunda-feira, em São Paulo. Na capital paulista, ela também conversará com o deputado federal Márcio França (PSB-SP), um dos aliados mais próximos do presidente do PSB.

Desemprego cai, e renda aumenta

O segundo semestre do ano co­meçou com desemprego em baixa. Segundo a Pesquisa Men­sal de Emprego (PME) do IBGE, a taxa de desocupação em agos­to nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de 5,3%, inferior aos 5,6% registra­dos em julho e repetindo a taxa de agosto do ano passado, a me­nor para o mês desde o início da pesquisa, em 2002. A taxa de de­semprego média nos primeiros oito meses do ano está em 5,7%, exatamente a mesma de igual período de 2012. E o rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 1.883 em agosto, al­ta de 1,7% sobre julho e de 1,3% ante agosto do ano passado, in­terrompendo cinco meses de quedas consecutivas.

— A inflação mais controlada nos últimos meses dá um au­mento maior ao poder de com­pra. Mas o ganho de renda dos trabalhadores não foi só reflexo da queda da inflação, há rene­gociações salariais importantes ocorrendo — disse Cimar Aze­redo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Dirigente do PROS responde a processo no Supremo

Futuro presidente do diretório do PROS em Minas, o deputado federal Ademir Camilo é réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2006 e tem aparecido no noticiário de escândalos de corrupção, o que não o impediu de trocar várias vezes de partido. Já foi do PSDB, do PPS, do PDT e do PSD, e agora está de malas prontas para o PROS. De 2008 para cá, o pai do Projovem em Minas (como é conhecido) teve o nome vinculado a quatro operações da Polícia Federal (PF) de combate a fraudes. No STF, é acusado de falsificar documento de um concurso público de medicina, em 1996, época em que havia ingressado na política, no cargo de vereador em Teófilo Otoni.

Este ano, a PF chegou perto do deputado por duas vezes. Foragido da Justiça, Marcos Vinícius da Silva, assessor lotado no gabinete de Camilo até julho deste ano, teve a prisão decretada em duas operações da PF: Violência Invisível e Esopo.

A primeira operação foi desencadeada há dois meses contra esquema de fraude no uso de precatórios falsos para abater dívidas de prefeituras. A outra revelou um escândalo no Ministério do Trabalho com desvio de verbas para o caixa do IMDC, entidade do terceiro setor que abocanhou R$ 400 milhões em convênios nos últimos cinco anos. O dono do IMDC, Deivson Vidal, preso na penitenciária de Contagem, foi flagrado em diversos grampos telefônicos negociando com Marquinhos, como é conhecido o assessor do deputado, assuntos de interesse da entidade. Em ambos os casos, ele é apontado como captador de prefeituras para o IMDC.

PT oficializa candidatura de Padilha ao governo de SP

Agora é oficial. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é o candidato a governador de São Paulo pelo PT. O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva reafirmará a posição em evento marcado para hoje, na Casa de Portugal, em São Paulo, quando também será lançada a candidatura de Emídio de Souza para presidente estadual do PT. Lula já lançou extraoficialmente o nome de Padilha num evento em Bauru e novamente, há uma semana, em encontro estadual do partido, mas agora será um ato mais formal com a militância petista. O partido espera que Padilha possa tomar o governo paulista, que está nas mãos dos tucanos há 20 anos.

— Dizem que Lula já elegeu dois postes, Dilma e Haddad (prefeito Fernándo Haddad). Agora vai eleger um terceiro. Mas Padilha é o tipo de poste que qualquer partido gostaria de ter. É um poste com luz própria — disse ontem ao GLOBO o presidente estadual do PT de São Paulo, Edinho Silva.

Para Edinho, o programa do Ministério da Saúde Mais Médicos representará para Padilha, na campanha eleitoral do ano que vem, o que o ProUni significou na alavancagem da candidatura de Haddad à prefeitura de São Paulo no ano passado.

Metrô-SP: suspeito de vazar dados vai depor

A Corregedoria Geral da Administração (CGA) do governo de São Paulo deci-j diu ontem intimar para depor o engenheiro Pedro Pereira Benvenuto, suspeito de ter vazado para uma empresa de consultoria dados confidenciais do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, envolvidos num grande escândalo de superfa-turamento de obras, fraudes em licitações e pagamento de propinas. Benvenuto pediu afastamento ontem de suas funções de conselheiro da estatal Companhia Paulista de Parcerias.

Anteontem, havia pedido afastamento também das funções de secretário executivo do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Privadas (PPPs) e secretário executivo do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestati-zação, todos órgãos ligados à Secretaria de Planejamento do governo de Geraldo Alck-min, com escritório no Palácio dos Bandeirantes. Benvenuto voltará agora para o Metrô, onde é funcionário desde 1970. Ao voltar, o Metrô deve abrir procedimento administrativo para demiti-lo.

Benvenuto terá que explicar no CGA por que vazou dados das estatais para Jorge Fagali Neto, investigado pela Polícia Federal desde 2008 por causa de suspeita de ter intermediado o pagamento de propina da multinacional Alstom. E também quais são suas ligações com o recente escândalo envolvendo a Siemens, que confessou ter pagado propinas a funcionários dos governos tucanos desde 1998.

Universidades resistem a ceder tutores para o Mais Médicos

Em meio à troca de farpas entre Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e a Advocacia Geral da União (AGU), que pressiona os CRMs para concederem os registros provisóriOS; sem os quais os médicos estrangeiros ficam impedidos de começar a trabalhar, surge mais um entrave: a resistência interna de parte das universidades federais em liberar professores para trabalhar como tutores do Mais Médicos.

Sem os nomes dos tutores, alguns conselhos de Medicina, como o do Rio de Janeiro, dizem que não liberarão os registros. O governo, por sua vez, diz que
precisa dos registros profissionais para decidir quem serão os tutores e supervisores.

Das 53 instituições federais de ensino superior do país filiadas à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que possuem curso de Medicina, 13 ainda não responderam se participarão do Mais Médicos, 29 aceitaram participar e 11 já disseram não ao governo federal.

Dilma sobe e abre 22 pontos sobre Marina, aponta Ibope

Nos últimos dois meses, a petista Dílma Rousseff ampliou de 8 para 22 pontos porcentuais sua vantagem em relação a Marina Silva (sem partido) , segunda colocada na corrida presidencial, de acordo com pesquisa Ibope feita em parceria com o Estado. A presidente da República cresceu em ambos os cenários de enquanto a ex-ministra e ex-senadora, que tenta criar um novo partido, a Rede Sustentabilidade, para disputar a Presidência, perdeu seis pontos porcentuais. No cenário que tem Aécio Neves como candidato do PSDB, Dilma cresceu de 30% para 38% nos dois últimos meses. Ao mesmo tempo, Marina caiu de 22% para 16%. Aécio oscilou de 13% para 11%, enquanto Eduardo Campos (PSB) foide”5%para4%

A taxa de eleitores sem candidato continua alta: 31% (dos quais 15% dizem que votarão em branco ou anularão e 16% não sabem responder). No cenário com José Serra como candidato do PSDB, Dilma tem 37%, contra 16% de Marina, 12% do tucano e 4% de Campos O nome de Serra não foi inclui do em pesquisas anteriores do Ibope e o tucano faz movimentos para sair do PSDB (mais informações no texto ao lado). Nos dois cenários, Dilma tem intenção de voto superior à soma de seus adversários: 37% contra 32% (com Serra) e 38% contra 31% (com Aécio). Isso indica chance de vitória no primeiro turno. Mas, a um ano da eleição, praticamente 1 em cada 3 eleitores não tem candidato. A corrida presidencial tem sido marcada por altos e baixos dramáticos. Em março, Dilma chegou a 58% de intenções de voto, segundo o Ibope. Despencou para 30% em julho, e, agora, recuperou um terço dos eleitores que perdera. Essas oscilações podem se repetir até a hora de o eleitor ir às urnas, em 2014.

Desemprego cai e renda cresce no País em agosto

A taxa de desemprego no Brasil caiu pelo segundo mês consecutivo, e ficou em 5,3% em agosto, um recuo de 0,3 ponto porcentual em relação a julho, de acordo com dados do IBGE. É o menor patamar desde dezembro de 2012, quando ficou em 4,6%, No acumulado de janeiro a agosto, a taxa de desemprego se manteve na média de 5,7%. “Houve uma inflexão da curva do desemprego, com entrada de pessoas no mercado do trabalho e redução na desocupação, mas não dá para dizer que o mercado está bom porque ainda temos quase 1,3 milhão de pessoas na fila do emprego”, disse o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, Cimar Azeredo.

Para o IBGE, a queda do desemprego é reflexo direto da criação de novas vagas. Alguns analistas, no entanto, chamam a atenção para o aumento do desalento, quando trabalhadores desistem de procurar emprego. Isso teria desacelerado a expansão da população economicamente ativa (PEA). Azeredo, porém, discorda dessa análise. Ele lembrou que o número absoluto de pessoas ocupadas no País teve acréscimo de 90 mil em agosto, avanço de o,4% em um mês. O resultado acompanhou a evolução do saldo líquido de empregos formais criados em agosto, de 127.648, segundo informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na semana passada.

Ministros agiram na criação do PROS

Ministros, empresários bem relacionados com o governo petista e parlamentares agiram nos bastidores para impulsionar a criação do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, o mais novo integrante da base da presidente Dilma Rousseflu O novo partido será linha auxiliar de candidatos da base governista nos Estados, muitos de les de partidos grandes, o que transforma o PROS num chama riz para deputados, prefeitos e vereadores que podem mudar de sigla sem perder o mandato.

Entre os patronos do PROS estão o empresário José Batista Júnior, de Goiás, filiado ao PMDB, um dos donos do Friboi, a maior indústria de carnes do mundo, o deputado Valdemar Gosta Neto (PR-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS), e o governador do Geará, Gid Gomes.

Uma planilha que circulou entre os organizadores do partido a qual o Estado teve acesso relata que os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoff-mann (Casa Civil) também tiveram participação na montagem do PROS. Cada um ficou de
orientar a filiação de pelo menos um parlamentar no Estado de origem. Pimentel será candidato a governador de Minas Gerais; Ideli deverá disputar uma vaga à Câmara; Gleisi, o governo do Paraná. Os três são do PT.

Mensalão mineiro tem primeira condenação

O ex-diretor do Banco Rural Nélio Brant Magalhães foi condenado pela Justiça Federal em Minas a nove anos e nove meses de prisão por participação no chamado mensalão mineiro”. Trata-se da primeira condenação relativa à denúncia de um esquema de desvio de recursos públicos para a campanha à reeleição do ex-governador de Minas e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998″

Esse é um dos vários processos desmembrados a partir da acusação formal da Procurado-ria-Geral da República, em novembro de 2007. Brant foi condenado porgestão fraudulenta e gestão temerária de instituição financeira. A decisão cabe recurso. Ajuíza Camila Velano, da 4.a Vara Federal em Belo Horizonte, ressaltou a semelhança do esquema em Minas com o mensalão federal julgado pelo Supremo Tribunal Federal – que resultou em 25 condenações.

“Mesmo que a fraude aqui narrada refira-se ao chamado mensalão mineiro, não se pode dissociar as condutas dos dirigentes do Banco Rural neste esquema daquelas descritas no mensalão apurado no STF. Isto porque o que se nota na narrativa do MPF é que aquela instituição, desde 1998, por meio do mesmo mo-dus operandi, concedeu empréstimos fraudulentos às empresas ligadas ao (empresário) Marcos Valério Fernandes de Souza com vistas ao repasse de recursos a partidos políticos”, observou ajuíza na sentença, proferida dia 10 e divulgada ontem.

Planalto deve abrir mais espaço para grupo de Cid Gomes

Petistas defendem que próprio governador assuma ministério; seu grupo político já dispõe da Secretaria dos Portos. O governo deve dar mais um ministério para o grupo de Cid Gomes, de saída do PSB. O governador do Gearájá é um dos padrinhos de Leônidas Cristino, ministro da Secretaria dos Portos. Integrantes do PT defendem que o próprio cearense assuma um ministério de “primeira linha”7 no início do próximo ano. O período deve ser marcado pela dança das cadeiras na Esplanada em razão da desincompatibilização dos ministros que irão disputar as eleições em outubro de 2014. “Pela experiência que ele (Cid) tem eu acho que deve ir para o ministério da Educação ou da Saúde no próximo ano”, afirmou o líder do PT na Câmara e vice-presidente nacional do PT, José Guimarães (CE).

As duas pastas estão ocupadas pelos petistas Aloizio Mercadante e Alexandre Padilha, respectivamente. Cid já avisou o Palácio do Planalto que não tem interesse em assumir, ele mesmo, um ministério. Parte dessa avaliação petista tem como base a decisão de Cid de deixar o PSB por ser contrário à candidatura presidencial do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Cid deveria formalizar o desembarque, na noite de ontem, em que se reunri ria com aliados em Fortaleza. Ele almoçou com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Hápos-sibilidade de ele se filiar ao partido, que conta com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

Romário volta ao PSB do Rio como presidente

A intervenção da cúpula nacional no diretório do PSB no Estado do Rio levou o deputado federal Romário (RJ) a decidir pelo retorno ao partido, 48 dias depois de ter anunciado a desfiliaçào. E a volta foi “por cima”: assediado também pelo PR do ex-governador fluminense e deputado federal Anthony Garotinho, com quem chegou a conversar algumas vezes, Romário concordou em voltar à sigla sob a condição de assumir a presidência do diretório no Estado.

A operação foi sacramentada no início da noite, em Brasília, onde o retorno do deputado à sigla foi anunciado por seu presidente, o ex-governador Eduardo Campos. “Temos a alegria de recompor a direção estadual do PSB, que será presidida por ele (Romário)””, disse Campos. Romário anunciou sua primeira decisão no cargo: vai propor a saída do PSB do governo de Sérgio Cabral (PMDB) – a exemplo do que a legenda fez com relação ao PT, na esfera federal. “A comissão vai se reunir pela primeira vez e o primeiro ato – o pedido que eu farei – é que a gente desembarque do governo Cabral, para mantermos a independência no Estado, e que entreguemos todos os cargos.”

Impasse entre PT e PMDB enterra minirreforma eleitoral

Um embate entre PT e PMDB na Câmara dos Deputados deve enterrar a minirreforma eleitoral aprovada pelo Senado na semana passada. O texto permite a doação de empresas ligadas a concessionárias de serviços públicos a candidatos e também impõe limite à militância paga. Os petistas querem uma reforma política mais ampla, inclusive com a realização de um plebiscito sobre o tema, ideia defendida pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho. Já os peemedebistas defendem a ideia central do texto aprovado no Senado sob o argumento de que ele poderá equilibrar o poder econômico nas eleições de 2014. “Querem manter a campanha cara. Eles têm a máquina e não precisam gastar tanto”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Compra de casa de Renan será apurada

O Ministério Público Federal abriu ontem inquérito para apurar a compra, por R$ 2 milhões, de uma casa pelo presidente do Senado, Renan CaIheiros (PMDB-AL), na área mais nobre de Brasília. A investigação foi motivada por reportagem publicada em agosto pelo Estado, que revelou o negócio, fechado com um empreiteiro.

Conforme portaria daProcu-radoria da República no Distrito Federal, o inquérito civil busca averiguar apossível irregularidade na aquisição” do imóvel pelo senador, “por valor muito abaixo do praticado no mercado e incompatível com seus rendimentos”. Será apurada a suspeita de enriquecimento ilícito no caso. O prazo inicial da investigação é de um ano, mas ela pode ser prorrogada.

Como o Estado revelou, Re nan comprou a casa de 404 metros quadrados, no Lago Sul, em maio. Segundo corretoras que atuam naquela área, ela custa no mercado pelo menos R$ 3 milhões – 50% mais que o valor registrado na escritura. Os detalhes da transação não constam do registro em cartório, mas de um contrato paralelo firmado pelo senador com o empresário Hugo Soares Júnior, construtor imobiliário em Brasília.

“Estamos otimistas com a vinda do Serra”, diz Freire

Faltando apenas oito dias para o encerramento do prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral para que os candidatos a cargos eletivos em 2014 definam seus partidos, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, se diz “otimista” com a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na sigla. “O partido não tem prazos, quem tem prazo é Serra. Estamos otimistas.” Ainda segundo 0 dirigente, a sigla está disposta a esperá-lo até o limite do prazo.

No começo do mês, Freire já tinha praticamente desistido de atrair Serra ao dszer que já havia esperado demais por ele. 0 “otimismo” da cúpula do PPS, agora, se deve ao fato de 0 partido ter recebido novos sinais de que Serra está mesmo disposto a deixar o PSDB. Serra teve duas conversas com o governador Geraldo Âlckmsn nesta semana: uma em reservado na segunda-feira, e outra onteni após evento no Palácio. Segundo tucanos, eles falaram sobre cenários.

Rede apela a campanha online para ter registro

Com o slogan de “nós queremos a Rede participando da política brasileira em 2014”, o grupo da ex-senadora Marina Silva lançou ontem uma campanha na internet para pressionar o Tribunal Superior Eleitoral a aprovar a criação do partido. Como garoto-propaganda, a Rede escalou o ator Marcos Palmeira. Em vídeo de dez segundos, ele diz: “Meu nome é Marcos Palmeira, eu sou do Rio de Janeiro, e sou um dos 900 mil brasileiros que apoiaram a criação da Rede. Nós queremos a Rede participando da política brasileira em 2014”.

Como a Rede ainda não alcançou o número de assinaturas exigido pela lei para a criação de um partido, a ideia é que as pessoas gravem uma mensagem dizendo que assinaram a ficha de apoio. O vídeo de Marcos Palmeira serve como um modelo para os demais apoiadores, que são convidados a postar mensagens de até 30 segundos no You Tube, com a hashtag #EuAssinei. No site da Rede, há instruções do que as pessoas devem dizer na gravação, como o nome completo e o Estado onde mora. Até o final do dia, não havia um balanço de quantos vídeos foram recebidos.

Rompimento com Campos pode render ministério para Cid

O governo deve dar mais um ministério para o grupo de Cid Gomes,de saída do PSB.O governador do Ceará já é um dos padrinhos de Leônidas Cristino, ministro da Secretaria dos Portos. Integrantes do PT defendem que o próprio cearense assuma um ministério de “primeira linha” em 2014, na dança das cadeiras decorrente da desincompatibilização dos ministros que se candidatarão em outubro. “Pela experiência que ele (Cid) tem eu acho que deve ir para o Ministério da Educação ou da Saúde”, afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). Cid, no entanto, já avisou ao Palácio do Planalto que não tem interesse em assumir, ele mesmo, um ministério.

A iniciativa petista é uma resposta à decisão de Cid, e de seu grupo, de deixar o PSB – por serem contrários à candidatura presidencial do governador de Pernambuco e presidente nacional da legenda, Eduardo Campos. Cid formalizou seu desembarque da sigla ontem à noite, em reunião de três horas com cerca de 200 correligionários, em Fortaleza. A definição sobre a nova filiação partidária do grupo, no entanto, só será anunciada na terça-feira – a três dias do prazo final de mudança partidá-riapara2014. Há convites de cinco legendas: PROS, PDT, PC-doB, PP e PSD – com cujo presidente, Gilberto Kassab, Cid Gomes almoçou ontem. Hoje, o grupo entrega no Recife a documentação de desfiliação.

Correio Braziliense

Cada deputado federal vale dois segundos na TV

O registro concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação do Solidariedade e do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e a respectiva corrida das duas novas legendas para filiar o maior número de parlamentares possíveis reduziram o debate político a uma mera contagem de tempo de televisão. Cada deputado federal eleito — quesito definido por lei para estipular a propaganda eleitoral gratuita dos candidatos em 2014 — vale pouco mais de dois segundos, tempo disputado como ouro pelos candidatos ao Planalto em 2014.

As duas novas legendas, em tese, equilibram a balança, já que o Pros é assumidamente ligado à provável candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, e o Solidariedade, comandado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, já declarou que apoiará o pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves (MG). O Solidariedade ainda leva uma pequena vantagem, por já ter a expectativa de 23 parlamentares, enquanto o Pros, até o momento, confirma apenas 10. Ambos, no entanto, mantêm a expectativa de ter uma bancada de 30 deputados. Ontem, 13 parlamentares já anunciaram a desfiliação de seus antigos partidos.

Mesmo assim, Dilma mantém uma ampla vantagem sobre os principais adversários. Levantamento feito pelo Correio mostra que, hoje, a presidente teria 12 minutos e 17 segundos na hora do almoço e outros 12 minutos à noite — mais do que a soma de todos os outros candidatos. Antes do surgimento das legendas — incluindo o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab —, Dilma tinha 10 minutos e 45 segundos em cada bloco de veiculação.

Para revista inglesa, Brasil perdeu o rumo

Publicação britânica dedica 14 páginas ao país, diz que a presidente da República assusta investidores e pergunta: o Brasil perdeu o rumo? Desgovernado. Assim a revista britânica The Economist retrata o Brasil na sua edição desta semana para a América Latina. Na capa, um foguete representado pelo Cristo Redentor aparece sem direção e vem acompanhado da pergunta Has Brazil blown it? (O Brasil perdeu o rumo?, em livre tradução) — o mesmo Cristo já havia simbolizado o país na publicação, em 2009, mas com outra conotação: a de um foguete rumo ao alto e avante. A reportagem especial de 14 páginas é assinada pela correspondente Helen Joyce.

“Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise mundial, cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o país conseguiu apenas uma expansão anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes — em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, os serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos”, diz a reportagem.

“Pode Dilma Rousseff, a presidente do Brasil, reiniciar os motores?”, indaga. “Será que a Copa do Mundo e as Olimpíadas oferecerão ajuda para a recuperação do Brasil ou simplesmente trarão mais dívida?” Irônica, a publicação chama a presidente de “Dilma Fernández”, sobrenome de Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

Joaquim Roriz se filia ao partido de Luiz Estevão

Joaquim Roriz flertou como PSD, foi rejeitado pelo DEM e ontem se filiou ao PRTB com o discurso de candidato ao Governo do Distrito Federal. O partido é comandado regionalmente pelo empresário Luiz Estevão, aliado histórico do ex-governador. A deputada distrital Liliane Roriz, atualmente no PSD, também vai migrar com o pai para o PRTB. A 10 dias do fim do prazo para a filiação de candidatos, a definição do futuro político de Roriz deve influenciar no cenário local. A expectativa é de que outros nomes busquem espaço no partido de Estevão.

Na noite da última quarta-feira, depois de ter sua filiação negada pela executiva nacional do DEM, Roriz conversou, por telefone, com Estevão e marcou um encontro para as primeiras horas de ontem. Também entrou em contato com a direção nacional do PMN, partido da deputada federal Jaqueline Roriz.

O ex-governador recebeu carta branca de Estevão para entrar na legenda e se candidatar ao Governo do DF. Roriz renunciou ao mandato de senador em 2007 para escapar da cassação, o que se enquadra nos critérios de inegibilidade da Lei da Ficha Limpa. Mas, aconselhado por advogados especialistas em direito eleitoral, ele espera conseguir reverter a situação. “Em 2010, ele era elegível e foi prejudicado por um julgamento casuísta. Hoje, ele continua elegível e vamos buscar nos foros competentes fazer valer esse entendimento”, diz o advogado de Roriz, Eládio Carneiro. Ele argumenta que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não se debruçaram sobre o argumento de que a Ficha Limpa não deve retroagir para tornar inelegíveis políticos que renunciaram ao mandato antes da vigência da lei.

Incêndio no Sul fez 9 mil saírem de casa

A presidente Dilma Rousseff pediu ontem ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) investigue as causas do incêndio que consome, desde as 23h de terça-feira, um depósito de fertilizantes em São Francisco do Sul, no litoral norte de Santa Catarina. Até as 20h de ontem, não havia previsão de quando a combustão seria controlada, apesar do trabalho constante de mais de 200 bombeiros. Uma área de 1,5km ao redor do depósito foi isolada pelo Exército, obrigando 400 pessoas a ficarem em abrigos. De acordo com a Defesa Civil, dos 46 mil habitantes da cidade, cerca de 9 mil deixaram suas casas em algum momento por causa da fumaça. Quase todo o comércio fechou as portas e as atividades escolares e portuárias estão suspensas por tempo indeterminado.

Para o coronel Marcos de Oliveira, comandante-geral do Corpo de Bombeiros, esta “não é uma operação que requer velocidade, mas segurança”. O trabalho evoluiu com a chegada de pessoal do Instituto Geral de Perícias e da Vale Fertilizantes, única empresa a produzir nitrato de amônio no Brasil. “Ontem (quarta-feira), jogávamos água de forma aleatória. Hoje, começamos a trabalhar com uma câmera térmica, que detecta a temperatura. Com isso, mudamos a estratégia de ação. Decidimos aumentar a quantidade de água, pois a temperatura estava muito elevada”, explica o coronel.

PMDB quer 6º ministério

Após defender a redução de ministérios em resposta às manifestações de junho, o PMDB se articula para ocupar o comando de mais uma pasta na Esplanada. O partido fechou ontem a indicação do senador Vital do Rêgo (PB) para o Ministério da Integração Nacional, embora não haja convite oficial da presidente Dilma Rousseff à legenda. O apoio foi selado em reunião entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o senador José Sarney (AP) e o senador e primeiro vice-presidente do partido, Valdir Raupp (RO), depois de costuras com a bancada da sigla na Câmara dos Deputados.
A favor do parlamentar, pesaram os fatos de ele ter bom trânsito na Câmara, onde foi deputado federal, de não disputar eleição no ano que vem (o mandato dele acaba em 2018) e de ser nordestino — a pasta trabalha principalmente para a região. “A presidente já sinalizou, por meio de petistas, que a vaga é do PMDB, principal aliado do governo. O nome do Vital atende também o pleito de políticos mais novos do partido, que estavam sem cargo de relevância no governo”, avalia um cacique da legenda que não quis se identificar.

O senador paraibano preside a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, considerada a mais importante do Senado. É também corregedor da instituição. O papel de destaque foi alcançado depois de ele presidir a comissão parlamentar de inquérito que investigou as ligações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e uma empreiteira que presta serviços para diversos governos estaduais, além do federal. As apurações terminaram sem sugestão de indiciamento de qualquer investigado, entre eles, petistas e peemedebistas.
Além de ter obtido o apoio da bancada no Congresso, o senador tem o respaldo do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer. Outro nome cotado era do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), mas o político cearense não conseguiu o mesmo apoio da bancada.

Site oficial repaginado

A praticamente um ano das próximas eleições, o Palácio do Planalto aposta na internet para estreitar a relação com os cidadãos. Na tarde de hoje, será lançada a nova versão do site oficial do governo, o Portal Brasil, que passou por grande reformulação com o intuito de facilitar o acesso dos internautas a informações e serviços. A ideia é que, aos poucos, todos os sites do governo federal tenham o mesmo padrão. Em outra frente, o Executivo criou uma conta no Facebook, ativada na segunda-feira, na qual serão publicados posts institucionais.

Cid Gomes recebe cinco convites e descarta o PT

O governador do Ceará, Cid Gomes, disse ontem que, desde que anunciou sua saída do PSB, já recebeu convite de filiação de cinco partidos, inclusive do recém-criado Pros. Entretanto, ele descartou que esteja em negociações com o PT, como foi cogitado. Cid se reuniu à noite com a executiva regional e seu grupo político para oficializar o desligamento do PSB. Sua saída foi motivada pela decisão do partido de não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, com a possibilidade de lançamento de candidatura própria à Presidência da República no próximo ano. O partido também abriu mão dos cargos que ocupava no governo federal. O provável postulante ao Palácio do Planalto em 2014 é o presidente da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Cid estuda propostas de PP, PSD, PCdoB, PDT e Pros, partidos com quem já conversou. A decisão do governador do Ceará de sair do PSB foi tomada depois que ele recebeu a garantia de Eduardo Campos de que não haverá retaliações. Porém, Cid pretende reunir seu grupo político em uma única legenda. Com ele, devem deixar o partido o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. O PSB tem 10 deputados estaduais e quatro federais, mas nem todos devem seguir os passos do governado cearense. Para o Pros poderão ir cinco representantes da assembleia estadual, enquanto três devem se filiar ao Solidariedade, do deputado federal Paulinho da Força. Ivo Gomes, irmão do governador (e do atual secretário de Saúde do estado, Ciro Gomes), poderá ir para o PT, caminho que Cid não deve seguir por não ter recebido nenhuma sondagem. Apenas uma parlamentar estadual não deixará os socialistas. Ao todo, cerca de 250 filiados ao PSB devem deixar a agremiação.

Congresso: 50 mudanças em jogo

Oficialmente, 13 parlamentares já comunicaram à Câmara dos Deputados que estão trocando de partido. As mudanças são registradas na Justiça Eleitoral. Como não há prazo para que essa informação também seja formalizada no Congresso Nacional, o número pode ser maior. Com a criação de mais duas legendas e o prazo para mudanças no fim, são esperadas cerca de 50 trocas de legenda até 5 de outubro.

A lista disponibilizada pela Secretaria-Geral da Mesa ainda não contabiliza as adesões às duas legendas oficializadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) essa semana: o Pros e o Solidariedade. Na quarta-feira, os dois partidos divulgaram a relação das mudanças que asseguram já estar confirmadas: 33 é o número de deputados que estão em processo de migrarão para as novas agremiações.

O Solidariedade, capitaneado pelo deputado paulista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, já contabiliza 23 deputados federais. Compareceram a uma reunião da legenda 18 parlamentares, que confirmaram a ida de mais quatro. No encontro estavam, entre outros, Fernando Fracischini (PEN-PR), Manato (PDT-ES) e Armando Virgílio (PSD-GO). O Solidariedade conta também com a adesão de um senador, Vicentinho Alves (PR-TO).

Já o Pros informou que espera a adesão de 10 deputados federais, entre eles Ademir Camilo (PDT-MG) e Vicente Arruda (PR-CE). Confirmada a filiação dos irmãos Cid e Ciro Gomes (ex-PSB), são esperadas novas adesões de parlamentares ligados ao clã que comanda o governo do Ceará.

Um dos parlamentares que ainda deve oficializar o compromisso com a nova legenda é Ronaldo Fonseca (PR), do Distrito Federal. Ele chegou a negociar com o PP, mas desentendimentos com o deputado distrital Benedito Domingos fizeram com que ele optasse pelo Pros.

Também nos jornais de hoje os seguintes assuntos publicados ontem pelo Congresso em Foco:

Renan: servidores vão arcar com devolução de supersalários

Deputado “que se lixa” vai relatar caso Bolsonaro

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