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Ao responder questionamento de Daniel Coelho (PPS-CE), Maia afirmou que vai avaliar se pedido de criação de CPI se adequa ao Regimento Interno da Casa

Pedido de CPI da Lava Jato será analisado por Maia após debandada de deputados

19.06.2018 21:42 1

Reportagem Em
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[fotografo]Luís Macedo / Câmara dos Deputados[/fotografo]

Ao responder questionamento de Daniel Coelho (PPS-CE), Maia afirmou que vai avaliar se pedido de criação de CPI se adequa ao Regimento Interno da Casa

 

Após a polêmica em torno da criação de uma comissão parlamentar de investigação (CPI) para investigar delações premiadas da Operação Lava Jato, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai analisar se o requerimento para a criação do colegiado obedece o Regimento Interno da Casa.

“Ainda não li o teor do pedido de CPI e ele será analisado como todos os outros, sem nenhum julgamento de mérito, mas sempre no intuito de respeitar a Constituição, as leis brasileiras e o Regimento Interno”, disse Maia. A CPI foi proposta pelo líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS), com a intenção de investigar irregularidades em delações premiadas da Lava Jato. Ele negou que a intenção fosse enfraquecer o Ministério Público e atribuiu a acusação ao site O Antagonista, que revelou o pedido da criação da CPI.

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A criação da CPI foi proposta no mês passado, mas veio a público nesta terça-feira (19). Após o tumulto gerado pela proposição, mais de 40 deputados já pediram a retirada do apoio até o meio da noite de hoje.

Os deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Baleia Rossi (MDB-SP) e Rogério Rosso (PSD-DF) se organizaram durante a sessão plenária da Casa para colher assinaturas para indeferir a criação da CPI, uma vez que as assinaturas para criação da CPI não poderiam ser retiradas. Líder de sua bancada, o mineiro Júlio Delgado, afirma que a insinuação de que a CPI teria o objetivo de matar a Lava Jato é uma “insinuação ruim” e que não tem cabimento.

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Ele afirma que o propósito da CPI era investigar as delações ligadas ao advogado José Antonio Basto, que teria cobrado uma “taxa de proteção” a delatores, e a quem o líder afirma que “negociou delações” para favorecer ou desfavorecer investigados. “Falar que [a CPI] vai matar a Lava Jato é uma insinuação ruim. Porque como a gente vai acabar com uma iniciativa de outro poder, de  outro órgão da República? Isso é uma insinuação que não cabe”, afirmou ao Congresso em Foco.

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O discurso de Delgado também ecoa na base do governo. O líder do PP, Arthur Lira (AL), reforçou em plenário que a CPI seria focada nessa questão, investigando um “fato específico”.  Basto é suspeito de negociar proteção a delatores oferecida pelo escritório, que teria recebido recursos para omitir nomes na delação do doleiro Alberto Youssef.

Lira também afirmou que a CPI não interferiria na Lava Jato. O alagoano afirma que houve má interpretação da imprensa, que pressionou deputados a retirar as assinaturas. “Se o deputado se arrependeu, se acha que não quer investigar um escritório que fez falcatrua, que cobrou propina para tirar A ou B, tire a assinatura, mas não distorça os fatos. A CPI não tem nada contra a Lava Jato, não tem nada contra o Ministério Público, mas tem contra o escritório de advocacia que, segundo denúncia de jornal, vendia a inclusão de A ou B na delação”, disse.

Júlio Delgado também afirmou não ter se arrependido de ter apoiado a criação da CPI, mas que a comissão não cumpriria o objetivo para o qual foi criada. “Tem de apurar as delações. Até porque tem delação que é feita para beneficiar alguns e prejudicar outros. As delações, inclusive esta, têm de ser investigadas. Mas já que não querem que a Câmara investigue isso, que falam que ia acabar ou matar a Lava Jato, deixa que a Polícia Federal investigue e a gente só acompanhe”, afirma o mineiro.

Críticas

Maia decidiu analisar o requerimento de criação da CPI ao responder questionamento do deputado Daniel Coelho (PPS-CE). Para o cearense, a investigação por parte dos parlamentares seria uma espécie de retaliação e tentativa de intimidar a condução da operação. “Isso só tende a desmoralizar ainda mais esta Casa. O Congresso Nacional, com investigados na Justiça, quer abrir uma CPI para retaliar a Polícia Federal, o Ministério Público, a Justiça e todos aqueles que estão investigando este Parlamento”, afirmou Coelho.

Para Glauber Braga (Psol-RJ), a resistência à criação da CPI é um ataque àqueles que querem “fazer uma reflexão crítica sobre delações que podem ter sido feitas de maneira irregular”.

Também da base governista, o deputado Vitor Valim (Pros-CE) disse que apoiaria um novo pedido de criação da CPI se o deputado Paulo Pimenta redigisse um novo pedido sobre o qual “não paire dúvida”.

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Uma resposta para “Pedido de CPI da Lava Jato será analisado por Maia após debandada de deputados”

  1. Agnaldo Antônio Perez Nogueira disse:

    Sugiro uma CPI para investigar o por quê da não expulsão pelo Congresso dos políticos condenados e já presos.

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