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PF vai investigar 660 brasileiros com contas secretas na Suíça

01.05.2018 10:11 0

Reportagem
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PF identificou 9.325 clientes da instituição financeira com nacionalidade brasileira e contabilizou que eles mantiveram US$ 15,2 bilhões no HSBC Private Bank Genebra à época dos fatos investigados

 

Três anos após o vazamento de contas secretas de milhares de brasileiros na Suíça, o chamado caso Swissleaks, a Polícia Federal decidiu aprofundar a investigação contra 660 pessoas suspeitas de manterem conta ou investimentos secretos no HSBC no país europeu. Reportagem do jornal O Globo desta terça-feira (1º) informa que a lista inclui, ainda, 13 ex-funcionários da instituição financeira no Brasil suspeitos de terem atuado na abertura das contas secretas. Os crimes apurados são evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

O Globo teve acesso a detalhes inéditos do inquérito, cuja primeira fase foi concluída. Segundo o jornal, a PF identificou 9.325 clientes da instituição financeira com nacionalidade brasileira e contabilizou que eles mantiveram US$ 15,2 bilhões no HSBC Private Bank Genebra à época dos fatos investigados, entre 2006 e 2007. “O valor equivale a R$ 53,4 bilhões, pela atual cotação do dólar — para efeitos de comparação, a Petrobras calculou em R$ 6 bilhões o prejuízo que a corrupção provocou aos seus cofres.”

O envolvimento de brasileiros no caso Swissleaks foi revelado por uma série de reportagens do Globo em parceria com o jornalista Fernando Rodrigues em março de 2015 por meio do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês).

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No estreitamento da apuração, os alvos prioritários foram escolhidos por dois critérios: os que possuíam maior quantidade de dinheiro nos ativos do HSBC suíço e os que apareciam como vinculados a mais de dez contas.

No início deste ano, a Justiça Federal autorizou o desmembramento do caso para 12 unidades da PF nos estados, permitindo que a investigação avance à sua fase final, revela o jornal carioca. A Polícia Federal vai analisar se os ativos no exterior haviam sido declarados pelos investigados às autoridades brasileiras — Receita Federal e Banco Central. Deter conta no exterior por si só não é crime, mas a situação se torna grave caso os ativos não tenham sido declarados, já que o detentor deveria pagar impostos referentes a esses recursos.

De acordo com o Globo, a lista contém 101 empresários (ou familiares) vinculados à construção civil e setor imobiliário, 100 do setor industrial, 81 da área financeira e 35 de transporte. Entre os principais nomes identificados pelo jornal estão o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, o banqueiro André Esteves (sócio do BTG Pactual), o presidente da Tecnisa Joseph Meyer Nigri, o dono da incorporadora Rossi Residencial Edmundo Rossi Cuppoloni, o ex-presidente da Galvão Engenharia Dario de Queiroz Galvão Filho, e o sócio da construtora Queiroz Galvão Carlos de Queiroz Galvão. Todos eles têm também familiares vinculados aos ativos no HSBC da Suíça.

Ainda segundo a reportagem de Aguirre Talento, na lista de investigados pela PF em São Paulo também estão Carlos Alberto Massa, o Ratinho, e os donos do banco Tricury, José Roberto Cury e Jorge Cury Neto. Ambos afirmaram que os valores foram declarados às autoridades brasileiras.

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