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PT é derrotado em locais simbólicos para o partido

[fotografo]Marcelo Camargo/Agência Brasil e Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo]

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann não conseguiram votos suficientes nem mesmo para eleger um vereador

 

Mais do que perder 60% dos seus 630 prefeitos e ser derrotado em primeiro turno em São Paulo – capital onde Fernando Haddad pretendia renovar o mandato – o eleitor impôs ao PT outras derrotas simbólicas. A maior delas foi a não reeleição do filho do ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo. No berço do partido criado pelo pai, Marcos Lula da Silva só foi capaz de conquistar singelos 1.504 eleitores depois de ter recebido entre três e quatro mil votos nas duas eleições em que foi vitorioso.

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Outras figuras importantes do PT foram derrotadas nas próprias bases eleitorais, como a senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR). Em Londrina, Gleisi e seu marido Paulo Bernardo – réus na Lava Jato – não conseguiram votos suficientes nem mesmo para eleger um vereador. Londrina é a terra eleitoral do casal e já teve quatro vereadores petistas entre 2001 e 2004. Entre eles André Vargas, que depois se elegeu para dois mandatos como deputado federal, até ser cassado por quebra de decoro em 2014, quando da Polícia Federal descobriu suas relações comerciais com o doleiro Alberto Youssef na Operação Lava Jato.

O fracasso petista em Londrina acontece após três administrações municipais com os ex-prefeitos Luiz Eduardo Cheida e Nelson Micheletti, dos votos conseguidos por André Vargas para vereador, deputado estadual e federal, e das eleições de Paulo Bernardo deputado e Gleisi senadora. Agora, não conseguiram atingir o coeficiente eleitoral mínimo para garantir uma vaga de vereador na cidade. O menos votado conseguiu convencer 1.378 eleitores – e não foi superado por nenhum petista.

Em foz do Iguaçu, outro reduto petista e sede da Itaipu Binacional, a maior usina de energia hidrelétrica do país é dirigida pelo PT desde a posse de Lula na Presidência da República em 2003. A biestatal é presidida por Jorge Sameck, um ex-deputado federal amigo do ex-presidente Lula, que apesar de poderoso e influente, não conseguiu que o PT elegesse pelo menos um vereador na cidade. Sameck é do grupo político de Paulo Bernardo e Gleisi.

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Um dos deputados de maior intimidade com os governos petistas, Zeca Dirceu, também foi derrotado na sua base e cidade natal, Cruzeiro do Oeste. Filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, hoje preso e condenado por crimes como corrupção ativa, passiva e evasão de divisas, o deputado já foi o nome de maior poder na cidade, principalmente quando o pai era o ministro mais poderoso do governo. Ex-prefeito da cidade, Zeca Dirceu não conseguiu em placar nenhum amigo na câmara de vereadores, muito menos na prefeitura. A candidata de Zeca, Dayana Mazzer, conseguiu apenas 32,21% dos votos válidos, metade do percentual do adversário.

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