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As tragédias do futebol brasileiro

13.07.2010 05:55 3

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A seleção brasileira repetiu o fiasco de 2006. Mesmo com a disciplina imposta pelo sargento Dunga, o time brasileiro jogou pouco do chamado “jogo bonito”. A eliminação de uma seleção brasileira na segunda fase de uma Copa do Mundo é uma pequena tragédia. Dunga acredita que os “Felipes Melos da vida” merecem vestir a camiseta da seleção pentacampeã do mundo. O torcedor sabe que o Brasil não é o time do Dunga. O futebol brasileiro sobrevive dos talentos de jogadores como Neymar e Ganso. Felizmente, parece, que a era Dunga terminou. Menos mal.

Infelizmente a era Ricardo Teixeira segue. Já são 21 anos que Teixeira comanda a CBF. Como vai ficar até 2014 pelo menos, serão 25 anos.

O futebol no Brasil está intimamente ligado à política e à corrupção. O símbolo maior dessa nefasta combinação é o infame ex-deputado Eurico Miranda.

Os clubes de futebol no Brasil são retratos da triste política brasileira. Qual é o clube profissional do Brasil? Talvez o São Paulo e mais uns dois ou três. O resto está pendurado nas dívidas e nas más administrações de seus dirigentes.

Como se explica o caso do jogador Adriano, por exemplo? Como pode um dos melhores jogadores do planeta fazer tanta besteira? Falta acompanhamento e falta aconselhamento. No mínimo, o Flamengo, ex-clube do artilheiro, não tratou bem uma de suas estrelas.

Esse descaso dos clubes brasileiros em relação a seus atletas talvez explique um pouco a verdadeira tragédia do caso Eliza, a garota que perdeu a vida porque resolveu ter um filho de Bruno, goleiro do Flamengo.

Quanta maldade numa mesma tragédia! Para ficar no chavão, se fosse uma ficção, diríamos que o autor teve uma tremenda e maléfica imaginação. Essa história não se explica. Mas poderia ter sido evitada. Ou não?

Qual garoto pobre não sonha em ser jogador do Flamengo ou de qualquer outro grande clube brasileiro?

Garotos pobres que viram estrelas planetárias existem em todos os países. No Brasil, na Espanha, nos EUA e em todo lugar. E muito deles fazem bobagens ao longo da carreira. Mas, nesse aspecto, parece que somos campeões mundiais.

Aqui na Espanha os clubes são profissionais e tratam seus atletas como tais. Messi chegou ao Barcelona aos 13 anos de idade. Hoje, aos 23 anos, o jogador argentino vale ouro, dentro e fora do gramado. Como ele, vários outros garotos, pobres ou não, chegam às categorias inferiores dos clubes espanhóis. Andrés Iniesta, autor do gol do título espanhol no último domingo, é só mais um exemplo.

O Real Madrid e o Barcelona faturaram juntos no ano passado algo como um bilhão de euros. Os dois clubes mantêm os estádios cheios em todas as partidas, e vendem camisetas e quinquilharias pelo mundo afora. São empresas que fazem do futebol a principal vitrine e a porta de entrada de recursos.


Foto: Público

A liga de futebol espanhola é um sucesso televiso no mundo globalizado. A Espanha é organizada. Aqui não há espaço para amadores e aventureiros. A corrupção espanhola está estampada nos jornais do país, todo santo dia. E passa pelo esporte também. A Espanha viveu 39 anos sob a bota do caudilho Franco, uma ditadura sanguinária, amoral e, “por supuesto”, corrupta.

Porém, ao contrário de certo país, aqui corrupto vai para cadeia, sim. Bem ou mal, a Justiça espanhola funciona. Os espanhóis acham que funciona mal. Olhando de fora, um forasteiro diria que funciona bem.

Para um brasileiro, a Espanha moderna desperta muita inveja. E a Espanha campeã do mundo dá uma inveja danada!

Viva Espanha!

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