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Uma trapalhada do FBI e o erro fatal da CIA

24.02.2010 06:20 1

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A máquina de guerra dos Estados Unidos da América é fabulosa, uma máquina de fábula e muito real. Obama foi eleito prometendo acabar com as guerras de Bush e cortar os gastos militares. No início do mês, o comandante em chefe das Forças Armadas americanas enviou ao Congresso o pedido de orçamento dos gastos de defesa do império. Obama estabeleceu um novo recorde. Em 2011 os Estados Unidos da América pretendem gastar 708 bilhões de dólares.

Pois bem, esse mesmo país imperial que gasta essa fábula de dinheiro foi capaz de protagonizar dois vexames recentemente. O primeiro coube ao FBI e é uma verdadeira trapalhada que envolveu o deputado Gaspar Llamazares do partido “Izquierda Unida” da Espanha.

O poderoso FBI resolveu atualizar a cara do inimigo número 1 dos EUA, Osama Bin Laden.

Imagine que, no país da tecnologia, o encarregado de “montar” a cara de Bin Laden atual não se deu por satisfeito com as ofertas do banco de dados do FBI e foi buscar na internet uma cara que pudesse ajudá-lo na composição do rosto de Bin Laden 2010. E quem o sujeito achou? Achou o deputado Llamazares. O resultado foi um desastre e uma gafe internacional.



E como se uma vez fosse pouco, o FBI abusou e usou a imagem de Llamazares mais uma vez.


(El Mundo)
El FBI también utilizó el pelo y los ojos de Llamazares para un terrorista libio de Al Qaeda 
 
Gaspar Llamazares recebeu o apoio do Congresso espanhol. Ninguém aqui na Espanha achou graça na trapalhada do FBI. O deputado ficou indignado e ainda espera o pedido formal de desculpas do governo americano. Para ele, o episódio demonstra o baixo nível dos serviços de inteligência dos EUA. A trapalhada do FBI ainda vai render. Nem o deputado e nem o seu partido estão satisfeitos com o desenrolar do imbróglio. Como se diz aqui, é um “rollo”. Gaspar Llamazares saiu muito mal na foto.  

O segundo vexame ficou por conta da temida CIA, a famosa central de inteligência norte-americana, e as consequências foram muito mais graves. Sete agentes da agência de espionagem dos EUA morreram por um erro elementar de procedimento ou de estratégia. 

A poderosa CIA, não se sabe exatamente quando, juntamente com a inteligência da Jordânia, cooptou o jordaniano Humam Khalil Abu-Mulal al-Balawi como agente secreto para tentar se infiltrar na Al Qaeda do Afeganistão. Eles sabiam que Khalil tinha ligações com radicais islâmicos ou que pelo menos havia tido num passado recente.

O jornal Washington Post revelou que o agente jordaniano convocou uma reunião na base Chapman, em Khost, no Afeganistão, para entregar informações sobre líderes da Al Qaeda. Segundo o jornal, Khalil foi recolhido fora da base por agentes norte-americanos e o veículo em que estavam não passou pelos controles de segurança. A estratégia – no caso, o erro fatal – foi um gesto simpático para demonstrar confiança no agente jordaniano.

Dentro da base, Khalil explodiu a bomba que trazia em seu corpo e matou sete agentes americanos e mais um jordaniano. Foi o pior ataque sofrido pela agência de inteligência americana.

A mulher de Humam Khalil, a jornalista Defne Bayrak, que vive em Istambul, declarou estar orgulhosa do marido. “Acho impossível que ele fosse um agente norte-americano. Ele era adversário demais para trabalhar para a América. Ele só pode ter usado a América e a Jordânia para alcançar seus objetivos”, disse ela.

Bayrak é escritora e entre outros livros publicou “Osama bin Laden: Che Guevara do Oriente”.

A CIA não leu ou fingiu que não leu.

Com tanta competência assim, Obama deve estar correto quando pede a liberação de 708 bilhões de dólares ao Congresso americano.

Barack Obama também teve sua imagem mesclada com Osama, mas foi na campanha eleitoral e foi coisa de republicano desesperado.



PS: A bem da verdade, a guerra do Afeganistão não é só dos EUA. É a guerra da Otan. Mas Bush foi quem guiou os aliados para o atoleiro. Lá na América a guerra é conhecida pela alcunha militar de “Operação Liberdade Duradoura”.

PS1: O FBI se desculpou oficialmente com o deputado Llamazares.

Em uma carta datada de 22 de janeiro e entregue ao deputado no dia 3 de fevereiro, o diretor adjunto Christian Hassell explicou que o uso da imagem não foi intencional e pediu desculpas pelo episódio “lamentável”. O diretor ainda escreveu que mais não pode informar porque a investigação tem caráter interno, ou seja, sigiloso.

Gaspar Llamzares não se deu por satisfeito e pede uma investigação “séria e profunda sobre o grave incidente”.

PS2: O que tem a cara de Llamazares de tão especial?



O jornal Levante colocou em sua página o link para o vídeo.

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