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Operação contra Aécio partiu de delação da JBS feita em 2017[fotografo]Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo]

Aécio recebeu R$ 110 milhões em propina e comprou 12 partidos em 2014, diz delação da JBS

11.12.2018 10:54 12
Atualizado em 10.11.2020 11:18

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Deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (11), a operação Ross, que faz buscas em endereços de políticos em 8 estados e no Distrito Federal, tem como principal alvo o senador Aécio Neves (PSDB). Não há pedidos de prisão. As investigações partiram de um dos termos da delação do grupo J&F (controlador do frigorífico JBS), que teria feito pagamentos de R$ 110 milhões por interesse do tucano.

Segundo Ricardo Saud, ex-diretor do grupo, a JBS comprou apoio de 12 partidos para formar a coligação que apoiou Aécio nas eleições de 2014 (veja lista abaixo). Um dos partidos beneficiados, segundo a colaboração, foi o Solidariedade, que teria recebido R$ 15,27 milhões.

O presidente da legenda, Paulinho da Força (SDD-SP), também é investigado na operação de hoje. Aécio acabou derrotado no segundo turno em 2014 por Dilma Rousseff (PT), no segundo turno, por uma diferença de 3,5 milhões de votos.

 

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Aécio também teria, segundo Saud, recebido R$ 5,3 milhões em espécie, em setembro de 2014 (o dinheiro teria sido recolhido por Frederico Pacheco, o Fred, primo do senador), além de R$ 11 milhões em notas frias emitidas pela JBS contra três empresas.

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A relação do tucano com a JBS já seria antiga. Segundo Saud, Aécio favoreceu o grupo enquanto era governador de Minas Gerias, liberando mais de R$ 24 milhões em créditos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e prometendo atuar pelos interesses da empresa caso fosse eleito presidente.

> Joesley diz ter dado R$ 110 milhões a Aécio em 2014. Veja mais seis acusações após senador virar réu

> Os áudios que transformaram Aécio em réu; transcrição detalha pagamento de R$ 2 milhões

O senador defende, em nota, que a delação tenta chamar de propinas o que teriam sido doações eleitorais legais e registradas nas eleições de 2014. O tucano informa ainda que “sempre esteve á disposição para prestar esclarecimentos e apresentar documentos”, e que a investigação se baseia em declarações de delatores interessados em manter seus benefícios na Justiça.

Aécio encerra no ano que vem seu mandato no Senado e passará a ser deputado federal. Em outubro, ele foi eleito em 19º lugar em Minas para a Câmara, com 106.702 votos.

Quem recebeu

Segundo a delação de Ricardo Saud, Aécio orientou a compra de 12 partidos que compuseram a coligação com o PSDB. O total de dinheiro distribuído às legendas foi, de acordo com a colaboração, R$ 43,17 milhões:

PTB – R$ 20 milhões (R$ 18 milhões em doações oficiais / R$ 2 milhões em espécie a Luiz Rondon, tesoureiro do partido)

SDD – R$ 15,27 milhões (R$ 11 milhões em doações oficiais / R$ 4 milhões a empresas indicadas pelo deputado Paulinho da Força)

DEM – R$ 2 milhões (em doações oficiais – apesar de o senador Agripino Maia ter pedido R$ 10 milhões)

PMDB – R$ 1,5 milhão (doação oficial ao atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori)

PMN – R$ 1,3 milhão (em doação articulada por uma representante do partido)

PTdoB – R$ 1 milhão (em doação articulada por um representante do partido)

PTN – R$ 650 mil (em doação a representante do partido) – PTC – R$ 650 mil (em doações articuladas por dois representantes do partido)

PEN – R$ 500 mil (em doação articulada por um representante do partido)

PSL – R$ 150 mil (em doação articulada por um representante do partido)

PSC – R$ 100 mil (em doação oficial)

PSDC – R$ 50 mil (em doação articulada por um representante do partido)

A operação

O nome da operação, Ross, é uma alusão a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida. É uma referência às notas fiscais frias que são investigadas. A ação de hoje é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Oficialmente, são investigados três senadores e três deputados: do Senado, Aécio Neves (PSDB-MG), Agripino Maia (DEM-RN) e Antonio Anastasia (PSDB-MG). Da Câmara, Paulinho da Força (SDD-SP), Benito da Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ).

Por parte de Aécio, a PF esteve em endereços do parlamentar e da irmã, Andréa Neves (que chegou a ser presa e é apontada como operadora do tucano), em Belo Horizonte, e também no Rio de Janeiro. Aproximadamente 200 policiais cumprem 24 mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram feitas 48 intimações para interrogatórios.

As medidas são cumpridas no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá. Os crimes investigados são corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

 

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12 respostas para “Aécio recebeu R$ 110 milhões em propina e comprou 12 partidos em 2014, diz delação da JBS”

  1. Teresinha Winter disse:

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk este país é uma gandaia mesmo!!! E ainda o reelegeram!!! Com este povinho não há necessidade mesmo de ter vulcão, furacão, tornado, terremoto, nada. O povinho mesmo trata de destruir o país. Só vou acreditar em alguém quando todos esses corruptos estiverem presos, não só o Lula.

  2. Dila Costa disse:

    E daí? Aécio não é petista, não é esquerdista, não prega políticas sociais, não se coloca diante do trabalhador, dos mais pobres. Pode roubar, corromper a vontade que nem condenado vai ser.
    “Bandido bom, é bandido de direita, de preferência que apoia Bolsonaro”.

  3. Valdir disse:

    Cana a todos os corruptos!

  4. Genivaldo Braz disse:

    O ilustríssimo ministro do STF Gilmar Mendes e seu batalhão de choque tucano já livrou a cara do amigo Aécio e demais comparsas de situações piores. Ao receber o processo, vai apontar diversas “inconsistências” fatos “improcedentes” e argumentos que “não se sustentam”. Já disse e volto a dizer: Aécio é o novo Maluf. Nunca será pego. Não antes dos 80.

  5. luciano damiao disse:

    Ladrão, cheirador de pó e metido a playboy, cana dura nesse vagabundo..

  6. Joanilson Barbosa Santos disse:

    O Brasil brincando de democracia.

  7. Aristides disse:

    Pois que vá fazer companhia pro luladrão

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