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Dodge incrimina Temer em dois esquemas da Odebrecht

PGR aponta que Padilha e Temer negociaram propinas com a Odebrecht[fotografo]Beto Barata/PR[/fotografo]

A Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou um documento ao Supremo Tribunal Federal, na última segunda-feira (3), incriminando o presidente Michel Temer por dois esquemas de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht. Dodge pede que o Supremo reveja a determinação do relator do caso, o ministro Edson Fachin, de enviar o caso à Justiça Eleitoral. Para Dodge, as investigações se enquadram na Justiça comum (no caso, a Justiça Federal do Distrito Federal).

No primeiro caso, Temer é acusado de ter recebido, pelas mãos de seu ex-assessor João Baptista Lima Filho, R$ 1,44 milhão de um total de R$ 4 milhões pedidos à Odebrecht, em 2014, pelo atual Ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Então secretário de Aviação Civil do governo Dilma Rousseff (PT), Moreira Franco teria pedido o dinheiro para beneficiar o grupo no edital de concessão do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

O segundo esquema, segundo Dodge, também ocorreu em 2014. Em uma reunião no Palácio do Jaburu, Temer, então vice-presidente da República, teria concordado com o pedido de R$ 10 milhões ao MDB para a campanha eleitoral daquele ano. O dinheiro, segundo as investigações, nunca foi registrado, o que configura caixa 2. Deste montante, foram rastreados os pagamentos de R$ 1 milhão a Temer (por meio de seu ex-assessor José Yunes), mais R$ 1 milhão ao atual chefe da Casa Civil José Padilha, e outros R$ 5,17 milhões teriam ido à campanha de Paulo Skaf (MDB), que concorreu ao governo de São Paulo naquele ano.

A defesa de Temer não se manifestou. No processo, os advogados dos investigados têm sustentado que a segunda conduta apura apenas crime eleitoral, mas Dodge sustenta que se trata também de corrupção. O inquérito foi suspenso até o fim do governo Temer, porque a Constituição proíbe que o presidente seja denunciado por atos anteriores ao mandato.

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