Publicidade

Dia da Afirmação Gay, tem manifesto com mais de 100 adesões de personalidades da luta homossexual. Foto: Paulo Pinto/Fotos públicas

Líder LGBT vê confusão em análise de nova estrutura de ministério e descarta prejuízo para comunidade

03.01.2019 18:42 2

Reportagem
Publicidade

A Medida Provisória 870, primeiro ato editado pelo governo e publicado no Diário Oficial da União da última terça-feira (1), causou polêmica entre defensores da pauta LGBT. O assunto foi o segundo mais comentado no Twitter brasileiro durante a tarde de quarta-feira (2). Os apoiadores da causa criticam o fato de a população LGBT não ser citada explicitamente dentre as minorias atendidas pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

A ministra Damares Alves rebateu às críticas: “Teremos um diálogo aberto com a comunidade LGBT. Nenhum direito conquistado pela comunidade LGBT será violado”, disse.

De acordo com a medida provisória, a pasta protege os direitos “da mulher; da família; da criança e do adolescente; da juventude; do idoso; da pessoa com deficiência; da população negra; das minorias étnicas e sociais; e do índio”. A lei que estabelecia as competências do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) do governo Michel Temer também não incluía a população LGBT e citava de forma genérica “direitos das minorias”. 

Para Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, a ausência do termo nos documentos oficiais não afeta a proteção da comunidade. “Há certa confusão em análises de documentos oficiais, que acabam servindo como ‘cortina de fumaça’ para as verdadeiras questões em jogo”, avalia Toni. “A sociedade civil seria mais assertiva se buscasse, por meio do controle social, o aprimoramento, a qualidade e a efetividade das políticas implementadas. Não é uma questão de defender ou não o atual governo, mas sim de entender o que está acontecendo pra saber cobrar”, ressalta.

Publicidade

Ele afirma ainda que o Decreto 9673, publicado pelo governo nessa quarta-feira (2), garante a estrutura da diretoria LGBT do governo. De acordo com o artigo 26º do decreto, a diretoria possui duas competências, estrutura bem  mais enxuta em comparação a outros departamentos como a Diretoria de Desafios Sociais no Âmbito Familiar, que possui 17:

 

Art. 26.  À Diretoria de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais compete:

I – coordenar as ações governamentais e as medidas referentes à promoção e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – LGBT; e

Publicidade
Publicidade

II – exercer a função de Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais. 

 

O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou no Twitter na tarde desta quinta-feira (3) sobre a polêmica, sem citar a ausência da população LGBT das minorias atendidas pelo novo ministério.



A deputada federal eleita Talíria Petrone (Psol-RJ) criticou a configuração do ministério de Damares Alves: “Inadmissível, ainda mais no país que mais assassina LGBTs”.

 

Essa não é a primeira polêmica que envolve o ministério e a população LGBT. Ainda antes da posse, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT)  publicou uma nota de repúdio contra o encontro realizado entre a ministra Damares Alves e entidades da área. A razão seriam declarações da ministra Damares Alves contra o que chamou de “ideologia de gênero” e a oposição ao projeto Escola sem Homofobia.

 

>  Associação Brasileira LGBT protesta contra Damares: “inimiga declarada dos direitos da população LGBT”

>  Futura ministra promete combater violência contra LGBTs, mas critica “ideologia de gênero”

2 respostas para “Líder LGBT vê confusão em análise de nova estrutura de ministério e descarta prejuízo para comunidade”

  1. ALMANAKUT BRASIL disse:

    Prejuízo para a família brasileira tem que ser combatido com mão de ferro, para que essa mesma família não tome atitude própria!

    LGBTs sérios, honestos e responsáveis que querem respeito, que combatam os PEÇONHENTOS que estão no meio e respeitem os outros brasileiros!

  2. Fábio disse:

    Tem que acabar essa era de grupos organizados em busca de privilégios. Vamos pensar em políticas públicas universais, não mais em medidas feitas sob medida para determinados clãs.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.

Seja Membro do Congresso em Foco

Apoie