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Fala de Lula sobre meta fiscal causa instabilidade no mercado

O mercado reagiu negativamente às declarações de Lula, nesta sexta-feira (27), sobre o não cumprimento da meta fiscal. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O mercado reagiu negativamente às declarações de Lula, nesta sexta-feira (27), sobre o não cumprimento da meta fiscal. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Pedro Sales*

O mercado reagiu negativamente às falas do presidente Lula (PT) sobre o cumprimento da meta fiscal para 2024. O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, operou em queda, e o dólar subiu novamente. Em um café com jornalistas no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (27), o líder do Executivo afirmou que o governo não deve conseguir cumprir a meta fiscal de déficit zero, estipulada para o próximo ano.

Lula disse que o mercado é “ganancioso” demais, cobrando uma meta que “ele sabe que não será cumprida”. “Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai cumprir. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que eu tenha que começar o ano fazendo corte de bilhões, nas obras que são prioritárias desse país”. 

Às 14h35, pouco depois da divulgação da frase de Lula na imprensa, o Ibovespa registrava 113.523 pontos, um recuo de 1,09% em relação à abertura do mercado. Ao final do dia, a bolsa fechou em queda de 1,29%, com 113.301 pontos. A cotação do dólar subiu após as declarações de Lula: momentos antes da divulgação do teor da reunião com jornalistas, o preço de compra do dólar comercial estava R$4,94. A moeda fechou hoje em alta de 0,58%, no valor de R$5,02.

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Outros fatores também impactaram a variação no mercado, como a divulgação de balanços corporativos e do índice inflacionário dos Estados Unidos

Reações dos parlamentares

O deputado Danilo Forte (União-CE), relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, disse à Folha de S.Paulo que a declaração do presidente, em certa medida, desautoriza o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e determina novas metas. “Eu acho que a gente tem aí um choque de realidade. Mas, às vezes, é melhor do que permanecer em ambiente de insegurança, que pode inclusive trazer falta de credibilidade”. 

“Agora, determinou [a mudança da meta]. Apesar de todo o esforço do ministro, o próprio presidente jogou a toalha e admitiu que não é factível. Então, vamos ao que é factível”, concluiu o deputado. 

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O vice-líder da Minoria no Congresso, o senador Rogério Marinho (PL-RN), divulgou vídeo no X, antigo Twitter, rejeitando a fala de Lula, que ele considerou uma amostra de “irresponsabilidade e falta de planejamento” do governo. 

“A discussão hoje, sabe qual é? Vamos mudar ou não vamos mudar a meta, que foi estabelecida há três meses atrás. Essa é a discussão dentro do governo, entre as lideranças da Câmara e do Senado”, pontuou o senador. “Veja o desastre que nós estamos próximos a sucumbir. Espero, novamente, estar errado. Espero que o governo se corrija, faça sua parte”. 

*Estagiário sob supervisão da editora Iara Lemos

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