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Rafaela Silva, judoca, 24 – A garota da periferia nos presenteia com ouro

Luiz Gonzaga Bertelli *

Tensa e cheia de emoção. Assim foi a conquista da primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O ouro é de Rafaela Silva, 24, nova campeã dos leves (57 kg) do judô, que bateu a mongol Sumiya Dorjsürengiin, atual líder do ranking mundial, no último dia 8. Nascida em Cidade de Deus, uma das comunidades mais pobres do Rio, a história da judoca começou em uma academia montada em sua rua, quando seus pais buscavam uma atividade para acalmar a menina brigona. Foi descoberta por Geraldo Bernardes, técnico do ex-judoca Flávio Canto, que a convidou para treinar no Instituto Reação, criado para ensinar judô em comunidades carentes.

Sem dúvida, a primeira medalha de ouro do Brasil nesses jogos não podia ter simbologia e significados maiores, pois veio de alguém que representa a maior parte de seu povo. De alguém que desde cedo se acostumou a conviver com a falta de oportunidades, com a perda de amigos para as drogas e para a violência. Já sofreu preconceito racial, por internautas nas redes sociais, quando foi eliminada em sua estreia nos Jogos, em Londres 2012, e também de gênero, já que muitos homens faltavam com respeito e debochavam do seu desempenho no tatame pelo fato de ser mulher.

Em seus 52 anos de atuação, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) tem realizado o seu trabalho social para que o país tenha mais “rafaelas”. Para que nossos jovens não sejam cooptados pelo crime e pelas drogas, tampouco sofram consequências por atitudes desorientadas.

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Queremos que tenham mais oportunidades, objetivo e garra na construção de um futuro promissor. Dentro desse propósito, o CIEE tem sensibilizado empresas e promovido parcerias para facilitar a contratação de estagiários e aprendizes.

A partir desses programas, os jovens têm a possibilidade de formação profissional e de desenvolver a cidadania, disciplina, respeito ao próximo, trabalho em equipe, liderança, boa comunicação entre outras competências valorizadas pelo mercado de trabalho. Além de uma renda para ajudar a pagar os estudos e, muitas vezes, para sustentar a família. Enfim, nossa torcida é para que todos tenham direito a uma vida digna e possamos ter o gosto de comemorar novas vitórias.

* Presidente do Conselho de Administração do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) e do Conselho Diretor do CIEE Nacional.

 

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