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Oscar Niemeyer, ressurreto! 

[fotografo]Foto: Arquivo/ EBC [/fotografo]

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho nasceu no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907, e faleceu em 5 de dezembro de 2012. O arquiteto, desde cedo, se destacou na sua atividade profissional como um dos mais criativos da sua geração e perpetuou-se internacionalmente com a concepção dos prédios e monumentos de Brasília, acompanhando a ousadia de Juscelino Kubistchek e o projeto de Lúcio Costa, outro sonhador que, com outros desbravadores do centro-oeste, transformaram o Brasil.

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O reconhecimento de seus trabalhos e a execução dos projetos o levou a ser convidado para desenvolver obras em outros países. Oscar também participou, junto a outros arquitetos, do projeto da sede das Nações Unidas em Nova Iorque.

Foi Lúcio Costa quem o descobriu na Escola Nacional de Belas Artes, onde cursava o terceiro ano, e o levou para estagiar em seu escritório. Com Lúcio, Oscar colaborou no projeto do então Ministério de Educação e Saúde, liderado por Le Corbusier, o qual Oscar reconheceu sua influência em sua arquitetura.

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Os admiráveis projetos de difícil construção foram desenvolvidos pelo engenheiro e poeta Joaquim Cardoso, que revolucionou a aplicação dos cálculos estruturais na construção dos grandes espaços livres das obras de Oscar.

Na redemocratização brasileira, Niemeyer, comunista praticante, que se manteve fiel à sua ideologia até morrer, retornou da França, onde mantinha residência e escritório, e retomou a elaboração de projetos, tendo como auxiliar direto o arquiteto Carlos Magalhães da Silveira.

No primeiro governo, eleito democraticamente, o presidente José Sarney nomeou José Aparecido de Oliveira como governador do Distrito Federal. Aparecido, com o olhar da manutenção das obras de Lúcio, Oscar e Burle Max, iniciou campanha para tornar o Plano Piloto e adjacências como área tombada. Aparecido, hábil político mineiro, nomeou como seus secretários personalidades comprometidas com a preservação do Plano Piloto. O governador, não só conseguiu realizar o seu intento, como entrou para a história da cidade ao ver a UNESCO inscrever Brasília como a primeira cidade moderna no livro de tombamento, reconhecimento da originalidade e funcionalidade das obras.

Oscar conquistou o privilégio de criar, na área tombada, os projetos dos prédios públicos e monumentos, o que permaneceu até a morte do mestre.

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Recentemente começaram a surgir projetos de Niemeyer, cuja legitimidade é posta em dúvida por seu fiel colaborador, Carlos Magalhães; é o caso, por exemplo, do projeto para o Reino do Marrocos. Afirma Magalhães que, nessa época, Niemeyer já estava cansado, cego e com dificuldades de movimentação. 

É daí que nasce, nos olhos dos crentes na ressurreição do ser humano, a existência de algum Chico Xavier, humanista respeitado que recebia mensagens de entes falecidos. Ao que parece, esse médium arquiteto tem recebido não só mensagens do além, mas, também, projetos que o professor desenvolve, em  momentos de lazer nos jardins celestiais, na companhia de Le Corbusier, Lúcio, Burle, Chico, e, quem sabe, Zé Aparecido e JK.

É ver para crer! 

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