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Lavo Jato reduz número de operações em três anos

Lava Jato prendeu o ex-presidente Lula, entre tantos outros.

Uma das investigações mais populares da história recente do Brasil, a Operação Lava Jato deflagrou, nesta quarta-feira (31), nova operação em cinco anos de atividades, chegando à 62ª fase. Trata-se de uma ação da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal.

Batizada de Rock City, a nova rodada apura o pagamento de doações de campanha e operações de lavagem de dinheiro realizados pelo Grupo Petrópolis, da marca de cerveja Itaipava. Ainda auxiliou a empreiteira Odebrecht no pagamento de valores ilícitos de forma oculta e dissimulada.

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Levando em consideração ano a ano, o maior número de operações da Lava Jato, cuja estreia oficial data de março de 2014, está concentrado entre 2014 e 2016. O Congresso em Foco levantou as fases realizadas no primeiro semestre de cada ano desde o início da operação. Com base na pesquisa, constata-se que a Polícia Federal realiza igual número de fases no primeiro semestre – em comparação com os últimos seis meses do ano. Porém, entre 2017 e 2019, houve uma redução das ações no primeiro semestre: 4 em cada ano.

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Em cinco anos de operação, a Lava Jato concentrou o maior número de operações durante o primeiro semestre, em 2016, ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. De janeiro a junho daquele ano, foram 9 fases.

 

Redução explicável

A redução do número de fases não se deu de uma hora para a outra. Inicialmente, a expectativa era que a Lava Jato chegasse ao fim neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro. Embora o número de operações tenha caído, não parece que suas atividades serão encerradas até dezembro. Juristas garantem que chegará o momento de encerrar os trabalhos do inquérito que condenou 160 pessoas – o que explica a queda das etapas.

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Além disso, os políticos com maior envergadura envolvidos no esquema de corrupção já foram presos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os ex-governadores do Paraná, Beto Richa, e do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, Luiz Fernando Pezão, e Sérgio Cabral.

Em cinco anos de operação, a Lava Jato acumula 2.252 anos de condenações para 159 réus, mantendo 11% de seus 426 denunciados na cadeia.

 

Primórdios da operação

Antes da primeira fase, a Lava Jato investigava crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene, em 2009. Além dele, estavam envolvidos em delitos os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater.

Quatro anos se passaram antes de novo avanço na apuração. Em 2013, os órgãos de controle e fiscalização começam a monitorar as conversas do doleiro Habib. É quando a Polícia Federal identifica quatro organizações criminosas interligadas em suspeitas de fraudes, surgindo pela primeira vez o nome Lava Jato.

Tendo como protagonista o ministro da Justiça, Sergio Moro, na época juiz federal em Curitiba, a Lava Jato realizaria a primeira operação em março de 2014, após mapear as investidas de doleiros em crimes diversos, como evasão de divisas, ocultação de patrimônio e corrupção. Estreia no cenário político com a prisão de 24 pessoas acusadas de lavagem e desvio de dinheiro, entre outros.

Já no começo, a Polícia Federal chegou ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusado de organizar um desvio de R$ 10 bilhões aos cofres da estatal. Entre os presos da primeira fase, estava Youssef, figura carimbada em investigações da Justiça. Naquele ano, a Polícia Federal realizou cinco fases.

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2017

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018

 

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2019

 

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