O covarde

Sidnei Tendler *

Nos acostumamos, afinal, nossa geração cresceu na ditadura, a achar que os atos totalitários têm origem patriota. Não têm! A origem do totalitarismo é a covardia. É subjugar os mais fracos, os que não tem a força bruta, as armas.

Pensamento simples: sou mais forte, mando em você. Para quê o diálogo, se posso mandar em vez de pedir?

O maior covarde da história recente do Brasil está fugido. Se recusou a enfrentar uma derrota com dignidade, passar a faixa a quem o venceu e manter o jogo democrático.

Um covarde, que já dava sinais de covardia quando foi encostado pelo exército. Que tem como herói outro covarde, o Coronel Ustra, um torturador sanguinário que só fez o que fez porque tinha a força das armas ao seu lado.

Essa covardia, matou os povos originários porque as armas que possui dizimam as flechas dos oponentes. Confisca os territórios à força.

O covarde eleito, ao combater o Covid, não enfrentou a doença como deveria, causando a perda de centenas de milhares de vidas. Um fraco! Que sem a força e o poder ao seu lado se apequena diante de qualquer combate direto.

Agora, por exemplo, se viu sem força e fugiu.

Um fujão, morre de medo de ter que pagar pelos seus atos covardes e ir para a prisão.

No caso dele, a prisão poderá ser libertadora, quem sabe ele não encontrará lá dentro, a causa de tanta covardia?

* Sidnei Tendler, carioca, arquiteto e artista plástico.

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