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Cunha está com o mandato suspenso pelo Supremo Tribunal Federal

Irmão de Zico, examinador do Detran é punido após reprovar filha de Cunha

29.04.2016 10:03 0

Reportagem
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Valter Campanato/Agência Brasil[fotografo]Valter Campanato/Agência Brasil[/fotografo]

Cunha, à época, era vice-líder do PMDB na Câmara

O examinador de trânsito Antônio Antunes Coimbra, hoje aposentado, ficou 30 dias impedido de trabalhar em 2008 depois de ter reprovado no teste de volante a filha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Coimbra conta que não fazia ideia de quem estava reprovando. Ele foi punido após ser acusado de extorsão pelo presidente da Câmara. As informações são do jornal O Globo.

O examinador, que é irmão do ex-jogador Zico, conta que reprovou Camilla Ditz da Cunha porque a jovem entrou na vaga sem ligar a seta e saiu da vaga sem soltar o freio de mão. Ele lembra que no momento da prova, além dele, outro examinador estava presente e concordou com as punições a Camilla. Ao fim da prova, ele conta que procurou confortar a moça, dizendo que ela teria nova oportunidade em breve.

Na versão do então líder do PMDB na Câmara, porém, um funcionário do Detran abordou Camilla antes do exame e teria exigido R$ 400 para aprová-la no teste. Ao se recusar, a jovem percebeu, segundo relato do pai, que os demais candidatos haviam pagado. “Em seguida, no momento da prova da minha filha, o fiscal Antônio Antunes Coimbra sequer olhou o que ela fazia, retirou os pontos, alegando que não teria colocado a seta. Confirmei que este fato não aconteceu ao falar ao telefone com o seu instrutor”, escreveu Cunha em carta ao então presidente do Detran, Sebastião Faria.

Dois dias após Eduardo Cunha enviar carta para o Detran denunciando Coimbra, o examinador foi submetido a uma sindicância interna e punido com 30 dias de suspensão, sem vencimento, além do afastamento das provas.

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À época, um e-mail enviado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, à presidência do Detran elogia a família Coimbra, que, segundo o ele é “sinônimo de honestidade e caráter”. O e-mail ainda traz uma crítica a Eduardo Cunha. “Esse senhor que acusa um membro da família (de Zico) é sinônimo do que há de pior na vida pública brasileira”. Em seguida, garante aos Antunes: “No meu governo, bandido não tira onda de mocinho”. Mas Cunha conseguiu o que queria.

A carta de Cabral é a maior prova que Coimbra tem para provar sua inocência. Até hoje ele tenta anular a punição na Justiça e não se conforma com o desfecho do caso. Como funcionários ganhavam gratificação por exame realizado, ele disse que sofreu prejuízos financeiros. O inquérito policial foi arquivado na 37ª Delegacia Policial, o que, segundo ele, comprova sua inocência.

Leia a íntegra da matéria do Globo

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