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Blogueiro bolsonarista aceita delação premiada na CPMI dos Atos Golpistas

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Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) ouve responsável por planejar atentado próximo ao aeroporto de Brasília. Mesa: depoente Wellington Macedo de Souza; relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI - 8 de Janeiro) ouve responsável por planejar atentado próximo ao aeroporto de Brasília. Mesa: depoente Wellington Macedo de Souza; relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A partir da próxima semana, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas avança no processo de delação premiada do blogueiro e militante bolsonarista Wellington Macedo. De acordo com parlamentares ouvidos pelo Congresso em Foco, a defesa do envolvido no atentado a bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022 aceitou a proposta de delação oferecida pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

De acordo com o deputado Rogério Correia (PT-MG), a defesa de Wellington apenas aguarda o acesso ao restante dos processos da Polícia Federal para fazer uma tratativa com a Comissão junto ao Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República para entregar a delação. A proposta da delação foi feita pela relatora ao final de audiência realizada na quinta-feira (21), após Correa exibir um vídeo feito pelo próprio Wellington, em que ele reclamava do abandono de políticos e representantes do bolsonarismo.

“A CPMI funcionaria mais ou menos como a Polícia Federal. Nós faríamos o recolhimento que ele tem em denúncia e provas e entregamos à PGR e ao Supremo para que pudessem validar a delação premiada”, disse o deputado, membro titular da CPMI.

Ao lado de George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos, ambos já condenados criminalmente pela Justiça do Distrito Federal, Wellington Macedo de Souza, 47 anos, formou o trio que participou do ato considerado terrorista no aeroporto.

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Rogério afirma que Wellington é da “cozinha do bolsonarismo” e produziu uma série de vídeos que incitava a população a cometer crimes. Segundo o deputado, a delação de Wellington mira além da bomba no aeroporto, pois ele estava acampando em frente ao quartel do Exército, em Brasília.

“Ele era responsável, vamos dizer assim, pela agitação bolsonarista e tem muitos dados.

Ódio além do online

Macedo nasceu em Sobral, Ceará, e foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante a gestão da ex-ministra Damares Alves. Além disso, o depoente é blogueiro e se identifica como bolsonarista radical.

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Alvo de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em atos de incitação à violência e ameaças à democracia, em 2021, pelo qual chegou a ser preso, Macedo foi condenado na 8ª Vara Criminal de Brasília por incitar a participação em atos golpistas em 7 de setembro de 2021.

O bolsonarista cumpria prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica e comparecia com frequência ao acampamento montado em frente ao quartel do Exército localizado em Brasília. Ele se encontrava foragido desde janeiro e preso no Paraguai no dia 14. Ele foi condenado a seis anos de prisão por participar da tentativa de atentado a bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado.

Para o deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ), apesar de o depoente não ter se pronunciado durante a sessão por garantia constitucional, sua presença serviu para demonstrar o caráter violento do bolsonarismo.

“É um ódio que não fica só online, mobiliza atitudes. O sintoma final da extrema direita pode ser um carro-bomba. Ficou demonstrado até onde pode ir o afeto do ódio que mobiliza pelas redes sociais.”

A senadora Eliziane Gama citou na audiência que a Advocacia do Senado garante a possibilidade de a comissão fazer acordos de delação premiada. Eliziane acredita que Wellington pode contribuir com muitas informações e provas, e afirmou que o advogado dele colocou-se à disposição do colegiado.

 

 

Repórter. Jornalista, produtor de conteúdo e roteirista. Formado em 2010 na Universidade Metodista, com estudos posteriores em Ciências Sociais e narrativas audiovisuais no ABC Paulista. Passou por redações na TVT, ABCD Maior, DCI, IdeaFixa, Destak e Doc Films/CNN Brasil.

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