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Atos antidemocráticos

Distritais sugerem parceria com CPMI dos atos golpistas

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Presidente da CPI no Distrito Federal se ofereceu para fornecer informações à CPMI do 8 de janeiro. Titular articula intercâmbio de dados. Foto: CLDF
Presidente da CPI no Distrito Federal se ofereceu para fornecer informações à CPMI do 8 de janeiro. Titular articula intercâmbio de dados. Foto: CLDF

Enquanto a CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro começa a dar seus primeiros passos para seu funcionamento no Congresso Nacional, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) caminha para os últimos capítulos de sua CPI que trata da mesma questão. A demora para o início da comissão federal não é vista necessariamente como um problema para os deputados distritais, que articulam a possibilidade de subsidiar a CPMI com os dados colhidos em sua própria investigação.

Para quem tem pressa:

-A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) está finalizando sua CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro, enquanto a CPMI federal sobre o mesmo assunto começa a dar seus primeiros passos.
-Os deputados distritais estão dispostos a compartilhar com a CPMI federal os dados e informações coletados em sua investigação.
-Fábio Félix, membro da CPI do Distrito Federal, está atuando para promover o intercâmbio de informações entre os dois colegiados.
-Ele acredita que a CPMI federal tem mais recursos e condições políticas para investigar as Forças Armadas e buscar financiadores a nível nacional e planejadores.
-Fábio Félix sugere que a CPMI federal se una à investigação sobre a atuação do poder público no dia 8 de janeiro.
-Fábio Félix considera infundado o temor de que os aliados de Bolsonaro consigam inverter a narrativa na CPI, afirmando que eles têm teses sem fundamentos.

“Quanto mais investigação, melhor. Estamos dispostos a compartilhar com eles todo o trabalho que já fizemos até agora”, garantiu o presidente da CPI do Distrito Federal, deputado distrital Chico Vigilante. Sua comissão concentra os esforços, no momento, na elucidação do conflito entre comandantes da Polícia Militar e do Exército na entrada do Setor Militar Urbano após a expulsão dos invasores da Esplanada dos Ministérios.

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Fábio Félix (Psol), titular da comissão, é quem atua para realizar o intercâmbio de informações entre os dois colegiados. “Já tivemos reuniões de assessorias nossas com as de parlamentares do Congresso. Eu mesmo já me encontrei com a deputada Duda Salabert (PDT-MG), com o deputado Duarte Jr (PSB-MA), com toda a bancada do Psol convidado pela liderança para falar sobre a atual situação da CPI, já tivemos uma conversa com a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) e estamos buscando a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) para tratar desse assunto nos próximos dias” anunciou.

O deputado distrital acredita que, apesar do atraso, a CPMI consegue avançar em temas que estão além do alcance da câmara distrital. “Eles têm mais condições políticas para investigar as Forças Armadas. Também podem buscar financiadores a nível nacional e os planejadores”, apontou. Fábio Félix conta que alguns suspeitos de planejamento intelectual dos atos de 8 de janeiro estão fora do alcance da CPI, como é o caso de parlamentares federais e do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele também sugere que a CPMI some esforços com a CPMI na investigação sobre a atuação do poder público no dia 8 de janeiro. “Eu diria que o principal ponto seria aprofundar com alguma profundidade os erros estruturais do planejamento de segurança e execução de segurança pública. Também seria interessante investigar a parte das Forças Armadas, especialmente do Exército, que impedia as forças de segurança do DF de atuarem em relação ao acampamento no quartel-general”.

A resistência do governo foi um dos principais fatores que resultaram na demora para a instalação da CPMI, cuja iniciativa partiu de quadros do PL, principal partido da oposição. Uma das grandes preocupações do governo com a criação do colegiado seria o seu uso por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para obter visibilidade e tentar impor sua própria narrativa sobre os fatos que levaram às invasões às sedes dos três poderes.

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Fábio Félix considera o temor infundado com base na experiência vivenciada na própria CPI. “As narrativas desses deputados são tão terraplanistas que é quase impossível que eles consigam fazer isso. Foi uma tentativa de golpe articulada pelo grupo deles. Eles mesmos falam que eram infiltrados, mas visitam constantemente os supostos infiltrados na penitenciária da Papuda. São teses que não param em pé”, afirmou.

Ele acrescenta que, mesmo com o esforço da ala bolsonarista em inverter a narrativa na CPI do Distrito Federal, “a gente tem conseguido fazer uma investigação sem dar espaço para esse tipo de perspectiva e guiar a investigação em um rumo melhor”.

Repórter. Jornalista formado pelo UniCeub, foi repórter da edição impressa do Jornal de Brasília, onde atuou na editoria de Cidades.

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