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Gabriel Galípolo e Ailton Santos são aprovados para o Banco Central

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza sabatina de indicados para a diretoria do Banco Central do Brasil (BC). Senador Eduardo Gomes (PL-TO) cumprimenta indicado para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, economista Gabriel Galípolo (MSF 27/2023). Foto: Pedro França/Agência Senado
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza sabatina de indicados para a diretoria do Banco Central do Brasil (BC). Senador Eduardo Gomes (PL-TO) cumprimenta indicado para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central, economista Gabriel Galípolo (MSF 27/2023). Foto: Pedro França/Agência Senado

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou em sabatina na terça-feira (4) o economista Gabriel Muricca Galípolo e o advogado Ailton de Aquino Santos. Ambos foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria do Banco Central do Brasil (BC). Após a sabatina, o Senado delibera sobre a aprovação dos dois nomes durante o período da tarde.

Acompanhe como foi a sessão:

 

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Após o início da sessão, o senador Otto Alencar (PSD-BA), relator da indicação, se dedicou a apresentar o currículo de Galípolo para então anunciar que seu relatório é favorável à indicação do economista ao cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central. Em seguida, o indicado se manifestou durante dez minutos antes de começar a sabatina pelos senadores.

Galípolo procurou se afastar da ideia de self made man, um conceito norte-americano sobre homens que surgem debaixo e constroem a própria carreira, pois a ocasião em si não foi feita para celebrar a trajetória e também porque ele se mostra favorável a um esforço coletivo para melhorar as condições socioeconômicas da sociedade em vez de focar em figuras centrais. Em seguida, trouxe uma mensagem de otimismo para refletir o atual estado de crescimento da economia brasileira.

“Desde o início do mandato de Lula, sob orientação dele e de Haddad, resolvemos enfrentar entraves antigos da economia brasileira, mas mirando em desafios de sustentabilidade. Os recursos para financiar os programas do governo e o estado vieram pela PEC da transição e melhoramos o ambiente econômico no primeiro semestre com a redução do déficit primário, a tramitação do arcabouço fiscal, a valorização do real, menor inflação e o anúncio de taxas de juros mais baixas gradativas mirando em solidez tributária, que é o trabalho do Banco Centro. Em resumo, quero dizer que o povo cabe no orçamento.”

Aquino

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Seguindo o protocolo da sabatina, o senador Esperidião Amin (PP-SC) realizou uma introdução sobre Ailton Aquino, que se pronunciou pode dez minutos em seguida. Aquino citou a origem humilde de um garoto negro e pobre do interior da Bahia e agradeceu a família e professores da universidade. O indicado à diretoria de fiscalização do BC é formado em ciências contábeis e em direito de estado. Atua como servidor do BC há 25 anos e seis meses e chefiou a auditoria interna do órgão.

Aquino reafirmou a estabilidade de preços, a busca pela solidez como órgão regulador e o fomento ao emprego como prerrogativas da entidade, inserida em um sistema econômico complexo. Apesar de citar a presença de 1800 entidades que compõem os conglomerados bancários presentes no país, Aquino defendeu o cooperativismo como elemento importante para o desenvolvimento do Brasil, que conta com 789 cooperativas e 16 milhões de cooperados com cerca de R$ 622 milhões em ativos.

“É um trabalho desafiador fiscalizar em um país tão vasto. Crises financeiras custam bilhões aos países, crises sistêmicas desorganizam a sociedade e abrem espaço para rupturas. As crises demonstram que as instituições precisam zelar pela estabilidade da economia. A supervisão bancária deve agir de forma intrusiva e precisa contar com independência, autonomia operacional, e técnicas de big data e inteligência artificial. Supervisão de qualidade exige recursos humanos capacitados”, declarou Aquino, o primeiro homem negro da história indicado a um cargo de diretoria ao BC.

O indicado terminou sua fala com um raio x do setor de supervisão do Banco Central. Conforme Aquino, nos últimos dez anos, o setor de supervisão vem sofrimento encolhimento sem aumento de efetivo devido e pontuou a necessidade de devolver simetria de pagamento aos funcionários em relação a outros órgãos. De 1.100 supervisores, 650 exercem a atividade atualmente, mas um terço está para se aposentar até 2024.

Autonomia

Questionados pela senadora Tereza Cristina (PP-MS) sobre como os indicados enxergam a questão referente à autonomia do BC, ponto que gerou discordâncias entre Lula e Campos Neto em função dos juros estipulados pelo órgão, tanto Galípolo como Aquino demonstraram respeito à independência da autarquia.

“Primeiramente, o debate sobre autonomia não cabe a diretores opinarem porque acatamos a legislação. Entretanto, durante o período de eleição, ao fazer interlocução com o mercado financeiro, meu testemunho é que se entende a autonomia como um processo democrático para ocupar uma autarquia. É preciso entender que é obvio que as urnas determinam o futuro da sociedade, mas o caráter técnico é o que se deve perseguir pelos diretores”, afirmou Galípolo.

Já Aquino foi bastante curto. “O Banco Central é um autarquia de estado. Temos que respeitar e nos curvar à lei e defender a decisão política do Congresso.”

Histórico

Professor universitário, Galípolo foi indicado para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central, em substituição a Bruno Serra Fernandes. Galípolo é secretário-executivo do Ministério da Fazenda, chefiado pelo ministro Fernando Haddad.

Galípolo já trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e no Banco Fator. Ocupou também a chefia das secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo.

O secretário executivo é tido como o segundo nome mais importante do ministério e também o nome eleito para intermediar a relação entre o governo e o mercado financeiro. Galípolo, ex-CEO do Banco Fator, tem 40 anos e é formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e tem mestrado em economia política. A ida de Galípolo ao BC tem o objetivo de estreitar a relação com a Fazenda, conforme o ministro Haddad.

Já Ailton Aquino Santos é advogado e servidor de carreira do BC desde 1998, onde já ocupou diversas funções, inclusive a de auditor-chefe da instituição. O senador Irajá (PSD-TO) é o relator da indicação (MSF 28/2023).

O indicado vai substituir Paulo Sérgio Neves de Souza na diretoria de Fiscalização do BC. Formado em direito e em ciências contábeis, Santos tem pós-graduações nas áreas de engenharia econômica de negócios, direito constitucional e contabilidade internacional.

*Com informações da Agência Senado

 

 

 

 

 

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