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Dilma considera superada ameaça inflacionária

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Dilma

[fotografo]Roberto Stuckert Filho/PR[/fotografo]

Dilma: "Todo o resto tem de fazer campanha porque quer o meu lugar"

Em entrevista para emissoras de rádio gaúchas, a presidenta Dilma Rousseff comemorou a queda dos preços da cesta básica e afirmou que “a inflação no Brasil está sob controle”. “Nós tivemos um período de dificuldades e conseguimos superá-lo, foi feito um esforço e essa superação ocorreu”, disse ela hoje às rádios Gaúcha, Osório e Guaíba, em Porto Alegre.

Dilma ressaltou a queda do custo da cesta básica nas 18 principais capitais do país. “Não é que ela caiu, mergulhou. Aqui em Porto Alegre, houve uma redução de sete… um pouco mais de 7%. O último IPCA de julho deu 0,03. O INPC deu menos 0,3. E não… e podia falar assim: ‘não, mas isso é só… foi só…’ Mas não é assim. A inflação de maio foi menor que a de abril, a de junho foi menor que a de maio, e a de julho é essa situação de queda generalizada dos preços”, acrescentou. Por “isso é só”, entenda-se uma referência indireta a observadores econômicos que tomaram os primeiros sinais de arrefecimento inflacionário como algo transitório, derivado da redução das tarifas de ônibus em várias cidades brasileiras.

Recusando-se a fazer previsões sobre a taxa de inflação deste ano, Dilma Rousseff disse ter convicção de que ela ficará dentro da meta (isto é, em no máximo 6,5%): “Eu tenho absoluta certeza que ela estará dentro da meta, absoluta certeza. Quanto a isso, eu não acredito que haja a menor dúvida em nenhum… e ninguém, nem os analistas do país”.

Ela tratou do tema inflação mesmo sem ser questionada a respeito pelos jornalistas, que priorizaram assuntos locais e também demonstraram muita curiosidade sobre a rotina pessoal da presidenta. Em resposta, bem humorada, Dilma falou que continua lendo muito livros (citou Origens do totalitarismo, da alemã Hannah Arendt, que teve vontade de reler após saber que está passando o documentário sobre a vida da filósofa), vendo muitos filmes (“eu não assisto tão rápido como vocês, mas acabo assistindo. Eu uso Netflix, e uso também aquele da Apple”) e que sente “muita falta” de Porto Alegre (para estar próximo do neta e da filha e longe da baixa umidade de Brasília – “é muito difícil você aguentar 15% de umidade relativa do ar”). Também recordou o tempo em que era “uma pessoa normal” e podia andar livremente pelas ruas e livrarias da capital gaúcha.

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Economia e campanha para reeleição

Na entrevista, sem ser perguntada a respeito, ela trouxe à baila várias vezes questões ligadas ao despenho econômico do Brasil. Destacou os investimentos com os quais o governo federal conta para alavancar o crescimento econômico. Mencionou especificamente as concessões da área de transportes (7,5 mil km de rodovias e 10 mil de ferrovias), que farão do Brasil “um dos países com um programa de investimento dos maiores hoje”; os novos terminais de uso privativo cuja construção está sendo autorizada após a publicação da Lei dos Portos (“mais de 55 terminais de uso privativo, totalizando R$ 16 bilhões”) e a licitação que será realizada em outubro do maior campo de petróleo já explorado no país, com reservas “entre 8 a 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo”. “O Brasil se transformará, inequivocamente, num país com grande capacidade de exportação de petróleo”, arrematou.

Também chamou atenção para o número de empregos criados em seus primeiros dois anos e meio de mandato: “Nós criamos 826.200 empregos, tá? O que é que significam esses seis meses em 826 mil empregos? É o equivalente a tudo que foi criado no primeiro governo do Fernando Henrique Cardoso. Aí você vai me dizer: mas era outra situação macroeconômica. Mas esse é o ponto: é outra situação macroeconômica porque nós fomos capazes de criar, em seis meses, 826 mil empregos”.

Está pronta para o discurso da campanha?”, provocou um jornalista, pegando a deixa.

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Não, não estou pronta para o discurso da campanha, não. Estou pronta para defender o meu governo e para dizer o seguinte: taxa de desemprego de 6%, é escandaloso que alguém diga que o desemprego cresceu. Sabe quanto que o desemprego cresceu? Sabe quanto que oscilou no último ano… no último mês? 0,1, e aí eu tenho de aguentar, você entende, falas do seguinte teor: ‘Ah, o emprego, o emprego está diminuindo’. Como, está diminuindo? 0,1 é margem. Quando cai para 5,8 ou 5,9 é margem. O fato é que o Brasil nunca teve uma taxa tão baixa de desemprego e na contra corrente da história”.

Ela continuou: “Outro pontinho que eu queria também precisar. Muita gente fala assim: ‘Tenho uma baita desconfiança sobre o Brasil’. Agora, me explica, como é que uma baixa desconfiança sobre o Brasil permite que, em seis meses, nós tenhamos US$ 30 bilhões de dólares de investimento externo direto? 30 bilhões de dólares! E tudo indica que vamos repetir o que aconteceu em 2011 e 12. Em 2011, se eu não me engano, foi 67; em 2012 foi 65; e este ano se repetiu. No primeiro semestre, se repetiu. Se ele repetir, será 60 bilhões, que é um número excelente, considerando a situação internacional”.

Novamente questionada sobre a campanha para reeleição, Dilma respondeu: Eu não faço campanha sabe por quê? Todo o resto tem de fazer campanha porque quer o meu lugar. Eu estou sentada nesse lugar, eu estou exercendo o governo”. O jornalista voltou à carga: E a senhora está preparadíssima para 2014?”. “Eu estou preparadíssima para 2013, estou preparadíssima para governar até o dia 31/12/2014”.

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Fundador do Congresso em Foco. Mestre em Comunicações pela Universidade de Westminster, na Inglaterra. Trabalhou como jornalista em veículos como Folha, IstoÉ, Correio Braziliense, Zero Hora e Gazeta Mercantil, entre outros, exercendo as funções de repórter, editor e chefe de reportagem. Ganhou, individual e coletivamente, mais de 20 prêmios de jornalismo e comunicação. É servidor concursado do Senado Federal, onde está lotado na TV Senado.

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