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Dona Dilma, chame o Snowden!

– Pois é, Dona Dilma, fiquei sabendo da sua última twittada, novamente criticando a espionagem norte-americana e exigindo explicações e mudanças de comportamento por parte dos norte-americanos. E agora até os canadenses, hem!?

– Não é?! Não podemos admitir essa espionagem.

– Também acho, Dona Dilma. Agora, como a espionagem sempre existiu, e sempre foi clandestina, a senhora não acha que pedir, na ONU, a proibição da espionagem parece coisa de portu…. Poxa! Quase cometi um crime de preconceito! Ainda bem que não falei. Mas, que pedir para proibir a espionagem parece coisa pouco inteligente isso lá parece, não é?

– Mas é necessário regulamentar a prática! Se não, todos vão espionar todos!

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– Acho que não, Dona Dilma; como sempre, quem tem competência espiona e quem não tem é espionado. Sempre foi assim. Ou melhor, todos espionam, mas só os mais competentes obtêm sucesso. Afinal, alguns espiões nunca conseguem nada, e outros até atuam como agentes duplos; correto?

– Olha só, cara! Você está lendo muita estória de espionagem! No mundo real as coisas são diferentes.

– A senhora quer dizer que no mundo real nunca existiu um James Bond?

– Claro que não! Onde já se viu um cara brigar com vinte, matar todos, e depois ainda sair, todo elegante, para, digamos, jantar com a bela espiã?

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– Como é? Jantar com ou jantar a?

– Ora, veja como fala, cara!

– Perdão; também acho que nunca existiu um James Bond. Mas que já existiram outros, bem famosos, saídos ou não do frio, isso já, não é?

– Mas, então, você acha que eu não devia exigir essas explicações? Nosso marqueteiro acha, diz que ajudará na reeleição…

– Até acho, mas acho também que se deveria fazer algo mais sério, sem ser só para iludir o eleitor.

– Ora, mas isso seria o ideal! Só que, com os governos anteriores que tivemos, hoje nem temos capacidade de resposta!

– Ledo engano, Dona Dilma. Claro que temos capacidade de resposta!

– Como assim?! Você acha que podemos, por exemplo, declarar guerra a eles?

– Que que é isso, Dona Dilma! Declarar guerra?! E se nós ganharmos, como faremos o plano Marshall ao contrário?

– Pô, cara, não avacalha!

–  Tô falando sério! Esse negócio de declarar guerra num tá com nada!

– Então deveríamos mandar nossos aviões espionar lá?

– Nada disso; nossos aeroplanos não planariam; ao contrário, seriam mergulhados…

– E então, que fazer?

– Chama o Snowden!

– Como?

– Isso mesmo; ele pediu asilo ao Brasil, e o Itamaraty teve a inglória atitude de nem sequer dar resposta. Pois então, faça do limão uma limonada e dê a resposta agora: ofereça asilo para ele, e ainda lhe dê um emprego na Agência Brasileira de Inteligência, para ele ensinar algumas coisas aos nossos arapongas, e aos chefes destes…

– Uai! Eu não tinha pensado nisso! Como seria a reação a essa medida?

– A reação de quem, Dona Dilma? Do nosso eleitorado? Acho que a maioria gostaria…

– Mas, e os outros?

– Quem???? Se a reação provável dos eleitores não a anima, Dona Dilma, a senhora está preocupada com a reação de quem?

– Hello!!! Ms Rousseff? Don’t listen to this crazy guy! Just disconnet!

– Ton… ton… ton….

-É, caiu a ligação….

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Eduardo Fernandez Silva é economista e ex-diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados.

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