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Presidente da ONG Instituto Força Brasil, tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida Jefferson Rudy/Agência Senado

Blindado por habeas corpus, coronel poupou explicações na CPI

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10.08.2021 09:23 0

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A semana da CPI da Covid começou nesta terça-feira (10), com a oitiva do tenente-coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, apontado como elo entre a empresa Davati Medical Supply e o Ministério da Saúde. Com habeas corpus que o assegurava de permanecer em silêncio, o depoente prestou rasas explicações à CPI. O requerimento para a convocação de Helcio foi feito pelo vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

No documento, o parlamentar justifica a presença do tenente-coronel lembrando que ele foi citado como o responsável por ter viabilizado o encontro entre o então secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, o coronel Boechat e o coronel Pires, no dia 12 de março de 2021. O reverendo Amilton Gomes de Paula, que prestou depoimento à CPI na última semana, também participou da conversa.

“Durante a reunião, foi tratada a proposta das 400 milhões de doses de AstraZeneca – que havia começado a ser discutida a um preço de US$ 3,50, mas já estava cotada a US$ 17,50 por dose. A reunião foi posterior ao suposto pedido de propina a Dominghetti por parte do diretor de logística do ministério, Roberto Dias, no dia 25 de fevereiro no Brasília Shopping”.

Em depoimento, o coronel não respondeu aos questionamentos sobre a suposta venda de imunizantes e a participação do encontro na Esplanada dos Ministérios. Na oitiva, o site do Instituto Força Brasil (IFB) chegou a ficar momentaneamente fora do ar. 

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O Instituto, representado pelo depoente, também já está sob a mira da CPMI das Fake News e no inquérito sobre fake news, segundo o documento assinado pelo senador Randolfe.

Depoimento

Em seu discurso inicial, o depoente destacou o direito de ficar calado concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as questões que poderiam o incriminar.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, começou os seus questionamentos mostrando um tweet do coronel Helcio Bruno em que ele deslegitimava a Comissão. O depoente chamou a CPI de “circense” em sua postagem.

Usufruindo do direito concedido pelo STF, o depoente se recusou a responder algumas perguntas sobre como conheceu integrantes da empresa Davati Medical Supply. Hélcio Bruno assumiu que participou de uma reunião com o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Ele não deu detalhes sobre o encontro e justificou que as informações constam na ata da reunião disponíveis na secretaria do Ministério. A ata foi entregue aos integrantes da CPI.

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Instituto Força Brasil (IFB)

Os senadores questionaram o depoente sobre as relações do Instituto que ele preside e o Ministério da Saúde. Hélcio Bruno não respondeu, mas afirmou que em nenhum momento o IFB recebeu recursos públicos.

Fake News 

Os senadores ressaltaram as postagens do IFB que contém Fake News. Existem posts intitulados afirmando que “a maioria das pessoas possuem imunidade contra a covid”. No momento em que o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), questionava o depoente sobre o teor das postagens, o site do Instituto saiu do ar. “É a valentia deles”, ironizou Randolfe.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), alertou Helcio Bruno que se ele não quisesse contar quem estava financiando o site do IFB, a CPI vai descobrir. Os parlamentares desconfiam que a plataforma é financiada com dinheiro público.

Relações com a Davati

O depoente negou que esteve em um jantar com Cristiano, executivo da empresa Davati. “Foi um almoço”, disse Helcio Bruno após uma foto em que aparece fazendo uma refeição ao lado do empresário. O coronel só assumiu o encontro após o senador Renan Calheiros confrontá-lo com o registro. De acordo com o depoente, os dois se encontraram após uma reunião no Ministério da Saúde. “Me chamaram para almoçar e eu fui”, justificou.

Contradições sobre o STF

Durante a oitiva, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) exibiu antigas postagens do depoente Hélcio Bruno, onde ele criticava a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Algumas publicações apareciam a imagem da ministra Cármen Lúcia, que autorizou seu habeas corpus para permanecer em silêncio na CPI.

Veja:

 Próximos passos

Nesta semana, os senadores pretendem continuar investigando o esquema de irregularidades nos contratos de compras das vacinas pelo Ministério da Saúde. Também estão previstos os depoimentos de Jailton Barbosa, presidente da Vitamedic Indústria Farmacêutica, para quarta-feira (11), e do líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-RS), para quinta-feira (12).

 

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