Publicidade

Em comissão, Eduardo Girão comparou a si mesmo ao empresário alemão Oskar Schindler, e comparou golpistas às vítimas do Holocausto. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Atos antidemocráticos

Instituto Brasil-Israel critica Girão por comparar presos por atos golpistas a vítimas do Holocausto

14.07.2023 08:28 0

Notícia Em
Publicidade

O Instituo Brasil-Israel, uma das entidades de representação da comunidade judaica no Brasil, se manifestou em repúdio ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), que, em audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado, comparou os presos pelas invasões de 8 de janeiro às vítimas do Holocausto. Na visão do instituto, o parlamentar deturpou o que foi o genocídio e desrespeitou as vítimas do nazismo.

Eduardo Girão é um dos parlamentares que constantemente se pronunciam em defesa dos participantes do acampamento montado por militantes bolsonaristas em frente ao quartel-general do Exército nos últimos meses de 2022, onde exigiram um golpe militar para revogar o resultado das eleições. Do acampamento, saíram os manifestantes do ato de 8 de janeiro, que resultou na depredação das sedes dos três poderes da república.

Em audiência na quinta-feira (13), Eduardo Girão se queixou da dificuldade de acessar os presos decorrentes das ações policiais de retomada dos prédios públicos e desmobilização do acampamento. “Até parlamentar, até senador da República tem que pedir autorização para ir na Papuda, para ir à Colmeia [presídio feminino do DF], ao chefe desse inquérito para poder visitar. (…) Agora, é bater de frente ou é inspirar naquela lista daquele filme ‘A Lista de Schindler’? Dois caminhos. Se tiver que pedir autorização, vamos continuar pedindo, porque essas pessoas não estão esquecidas”, declarou.

“A lista de Schindler” é um filme de 1993 dirigido por Steven Spielberg, que retrata a vida do empresário e político alemão Oskar Schindler. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele enganou o governo nazista para retirar cerca de 1,2 mil judeus de campos de concentração e os manteve seguros em suas fábricas, onde os orientou a produzir equipamentos previamente danificados para sabotar as atividades do exército alemão.

Publicidade

Schindler ficou endividado com sua operação de resgate, e foi o único filiado ao partido nazista que, após a guerra, recebeu o título de “Justo entre as nações”, condecoração concedida pelo governo israelense a não-judeus que contribuíram de forma ativa na proteção da comunidade judaica durante o Holocausto.

Em nota, o Instituto Brasil-Israel afirmou que “a ação exaltada pelo próprio senador seria ter pedido autorização para visitar envolvidos na tentativa de golpe na cadeia. Uma vez mais, é preciso repudiar falas que deturpam o que foi o massacre nazista contra minorias”, e que “comparar o Holocausto com a detenção de pessoas envolvidas com o 8 de janeiro é um desrespeito com as vítimas do nazismo”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Se você chegou até aqui, uma pergunta: qual o único veículo brasileiro voltado exclusivamente para cobertura do Parlamento? Isso mesmo, é o Congresso em Foco. Estamos há 17 anos em Brasília de olho no centro do poder. Nosso jornalismo é único, comprometido e independente. Porque o Congresso em Foco é sempre o primeiro a saber. Precisamos muito do seu apoio para continuarmos firmes nessa missão, entregando a você e a todos um jornalismo de qualidade, comprometido com a sociedade e gratuito. Mantenha o Congresso em Foco na frente.

Seja Membro do Congresso em Foco

Apoie