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Rogério Carvalho foi o único petista a questionar Mendonça na sabatina da CCJ. Foto: Marcos Oliveira/Ag. Senado

novo ministro do STF

PT faz segredo sobre votação de André Mendonça para o STF

01.12.2021 19:30 0

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Quem esperava que o PT fizesse oposição pública à indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) se enganou. Único petista a questionar o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Rogério Carvalho (SE) desejou a Mendonça sucesso na obtenção dos 41 votos exigidos para sua nomeação. Em votação secreta, o nome do ex-ministro de Bolsonaro foi aprovado por 47 votos a 32 pelo plenário.

“Eu desejo ao Dr. André Mendonça toda a sorte e que ele tenha todos os votos necessários para que possa exercer a função de ministro”, afirmou Rogério após ouvir as respostas do sabatinado. Paulo Paim (RS), o outro petista da CCJ, não fez questionamentos. A comissão aprovou a indicação à tarde por 18 votos a 9.

Líder do partido em 2020, Rogério Carvalho fez uma série de questionamentos a André Mendonça e apenas uma ressalva às suas respostas. A indicação do ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União provocou reações de diversos setores, temerosos pela possibilidade de ele usar suas convicções religiosas para julgar questões constitucionais e por posições consideradas antidemocráticas adotadas por ele quando fazia parte do governo.

Em sua participação, Rogério Carvalho lembrou que o indicado acionou diversas vezes a Polícia Federal, quando era ministro da Justiça, para investigar críticos do presidente Bolsonaro com base na Lei de Segurança Nacional. Caso, por exemplo, dos presidenciáveis Ciro Gomes e Guilherme Boulos, do jornalista Ricardo Noblat e do cartunista Aroeira. Também fez menção ao dossiê elaborado pela pasta, ainda em sua gestão, contra 579 servidores públicos identificados como integrantes do movimento antifascista.

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Rogério ainda indagou Mendonça se ele fará militância contra a comunidade LGBTQIA+ no Supremo, caso seu nome seja aprovado, e sobre sua posição em relação às ações encaminhadas pela CPI da Covid contra o governo. O indicado disse que não poderia comentar sobre esse último assunto por ele estar sob a alçada do Supremo, mas respondeu às demais questões.

Depois de ouvir as respostas, Rogério fez apenas uma ressalva: “Eu queria só dizer, ministro André Mendonça, que só tem no STF uma ação que é em relação à Covaxin. Nenhuma outra está judicializada no STF e, portanto, ainda não chegou ao STF, ainda não há denúncia no STF por parte do Ministério Público. Então, é só essa ressalva, pois o senhor disse que não responderia, porque estaria lá, mas não há nenhuma delas no STF. É só para fazer essa correção. E agradeço à Vossa Senhoria pelas respostas que foram dadas”.

O Congresso em Foco procurou na terça e na quarta-feira senadores petistas para saber a posição da bancada quanto à indicação de André Mendonça. O único a responder foi Jean Paul Prates (PT-RN), que despistou sobre o assunto: “Fizemos várias reuniões para discutir o tema. Mas voto secreto é voto secreto”.

Na última segunda-feira (29) Rogério Carvalho contrariou a orientação da bancada petista e votou a favor do projeto de resolução com novas regras para as emendas de relator, mais conhecidas como orçamento secreto. O voto dele foi decisivo para a aprovação do texto na Casa, já que o placar entre os senadores foi apertado: 34 favoráveis e 32 contrários. Ou seja, se ele tivesse votado de maneira diferente, haveria empate.

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Em nota, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), classificou como “grave” o posicionamento do senador. Rogério Carvalho, depois de ser questionado nas redes sociais sobre sua posição, defendeu o próprio voto.

Terceiro-secretário da Mesa do Senado, o senador alegou que o Judiciário praticou “ingerência” sobre o Legislativo, já que o projeto de resolução foi elaborado depois que o Supremo suspendeu a execução das emendas de relator e cobrou medidas de transparência da parte do Congresso. O petista afirmou que, diante desse cenário, não poderia deixar de se posicionar em defesa da autonomia do Parlamento para elaborar o orçamento da União.

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