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Acidente da TAM em 2007 matou 199 pessoas [fotografo] Arquivo/Agência Brasil [/fotografo]

Coronavírus já matou no Brasil 14 vezes mais que o maior desastre aéreo do país

23.04.2020 12:29 7

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Dia 17 de julho de 2007. Ao aterrissar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o piloto do  Airbus A320-233 – usado no voo 3054, procedente de Porto Alegre – não conseguiu frear. O avião avançou além da pista, cruzou a avenida Washington Luís e se chocou com um posto de gasolina e com um prédio da própria empresa responsável pela aeronave, a TAM (atual Latam).  Morreram todos os 187 passageiros e tripulantes a bordo e outras 12 pessoas em solo, totalizando 199 óbitos. O fato faz jus ao clichê, que o redator pede a sua licença para usar: realmente chocou o Brasil e o mundo. É considerado até hoje, pelo número recorde de vítimas fatais, o maior desastre da história da aviação brasileira.

No momento em que esta notícia vai ao ar, a pandemia de covid-19 no país acumula 14,6 vezes mais mortes do que o acidente do voo 3054. São 2.912 óbitos, conforme a contabilidade dos dados enviados ao Ministério da Saúde pelas secretarias estaduais da área (acesse esses e outros dados em detalhes).

Conforme monitoramento próprio do Congresso em Foco, 1.520 municípios têm neste instante casos oficialmente confirmados de covid-19, 429 deles com registro de óbitos. Alguns, como Manaus, atingiram o colapso sanitário e funerário. Não há vagas nos hospitais para atender nem aos infectados por coronavírus nem a portadores de outras doenças. Para enterrar os mortos, foram criadas às pressas covas coletivas.

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Há um consenso entre os especialistas nacionais e estrangeiros de que a ação de vários governadores e prefeitos, com medidas de isolamento social que reduziram a circulação de pessoas e em consequência disso a velocidade de propagação do coronavírus, tornaram o cenário epidemiológico brasileiro menos grave do que sugeria a situação de algumas semanas atrás.

Também é consensual o reconhecimento de que a subnotificação é grande. Ou seja, temos bem mais casos e mortes associadas ao coronavírus do que indicam as estatísticas. O Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), que reúne pesquisadores da USP, da PUC-Rio, da UFRJ e da Fiocruz, estima que os números reais sejam 12 vezes maiores, conforme revelou a jornalista Roberta Jansen, do Estadão.

Mesmo assim, o Brasil ocupa agora o 11º lugar mundial em números tanto de casos quanto de óbitos. Seguem os dados atualizados de óbitos por país, conforme o monitoramento do jornal The New York Times até as 11h20 desta quinta-feira (23):

País – total de óbitos *

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EUA – 42.501

Itália – 25.085

Espanha – 22.157

França – 21.340

Reino Unido – 18.100

Bélgica – 6.262

Irã – 5.391

Alemanha – 5.094

China – 4.632

Holanda – 4.177

Brasil – 2.912

* A fonte para os dados de outros países é o jornal The New York Times. A estatística para o Brasil vem do monitoramento dos dados informados pelas secretarias estaduais de Saúde.

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7 respostas para “Coronavírus já matou no Brasil 14 vezes mais que o maior desastre aéreo do país”

  1. Oswaldo de Amorim Garcia disse:

    Vamos tirar os Comunistas do poder e depois faremos uma nova constituição…

    • Adrian Dérick disse:

      Quem está no poder é um liberal, que mesmo antes da pandemia já iniciava seu plano de destruição ao país, com o aumento do dólar e recorde de desalentados. Agora, com a pandemia, vemos o presidente minimizar a pandemia, e tirando vidas com a desinformação. Lembre-se: Os “comunistas” deixaram quase 400 bilhões de dólares em reservas e tiraram o país do mapa da fome, da ONU.

  2. CARLOS ALBERTO RANGEL disse:

    Eu ainda consigo me surpreender com a sordidez, com a falta de caráter, com a canalhice da mídia esquerdista como é o uolzinho. A manchete é aterradora. E no entanto é de uma IDIOTICE GIGANTESCA. Até porque o Brasil está passando MUITO BEM pela pandemia.

    • Adrian Dérick disse:

      A comparação realmente é sem nexo, e dizer que o país se sai bem também. O Brasil tem poucos testes por 100 mil pessoas comparado a outros países, há milhares de relatos dos profissionais de saúde sem equipamentos, brasileiros que não conseguem receber o auxílio emergencial, subnotificação com taxa recorde de mortes por síndrome respiratória, isolamento não chegando a 70% etc etc etc.

  3. Vittorio Serafin disse:

    Nem chegou aos pés da quantidade de mortes violentas no país ? Sr. jornalista, como dizia o insigne pesquisador Hans Heirich Vaissfuder, porque vc com esses números alarmistas e fdps, não Vaissfuder ?

    • Adrian Dérick disse:

      O número de mortes é bem maior que o divulgado, graças à subnotificação e falta de testes. Em pouco tempo, principalmente com os leitos de UTI já lotados em todas as regiões e flexibilização da quarentena, chegaremos com número de mortes de 40, 50 mil pessoas.

      • Alexandre disse:

        Errado. Existe, na verdade, supernotificação. Sabe essa foto da cova coletiva em Manaus? Um amigo meu, que morreu devido a uma infecção por uma bactéria, que se espalhou porque ele não quis ir a um hospital com medo de pegar o coronavirus, foi enterrado aí…

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