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Cemitério Nossa Senhora Aparecida em Manaus. Um dos estados em que Bolsonaro teve maior votação em 2018, o Amazonas é também um dos mais atingidos pela pandemia[fotografo]Fernando Crispim/Amazônia Real[/fotografo]

Estados “bolsonaristas” lideram mortes por covid-19

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15.04.2021 16:16 63
Atualizado em 27.07.2021 14:21

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Estudo feito pela unidade de inteligência do Congresso em Foco mostra que os estados que mais votaram em Jair Bolsonaro no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 são hoje os que apresentam as maiores taxas de mortalidade por covid-19.

Bolsonaro foi o mais votado naquele pleito nos 12 estados que lideram as estatísticas oficiais de óbitos do Ministério da Saúde, considerando o total de mortes por 100 mil registradas até o último dia 6 de abril. A lista é encabeçada por Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. 

A situação se repete em relação às unidades federativas com os menores coeficientes. O atual presidente perdeu a eleição em sete dos oito estados com os menores índices de mortes. Nesse caso, a liderança é dos estados do Maranhão, da Bahia e de Alagoas.   

O trabalho foi realizado pelos cientistas políticos e economistas Ricardo de João Braga e André Rehbein Sahtler, e enviado mais cedo aos assinantes do Farol Político, análise semanal de cenários que você pode contratar com preço promocional como parte do pacote premium do Congresso em Foco.

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Veja a relação entre votos nas eleições presidenciais de 2018, considerando os dados atualizados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e incidência de óbitos por covid-19:


Como demonstra a tabela, as 12 unidades federativas mais afetadas pela pandemia têm uma única característica geográfica comum. Nenhuma delas é do Nordeste, onde
Fernando Haddad (PT) venceu no primeiro turno em oito dos nove estados e Ciro Gomes (PDT) foi o mais votado no Ceará. Entre os 12, há dois estados do Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), todos os quatro do Centro-Oeste (Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul), três do Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) e três do Norte (Amazonas, Rondônia e Roraima).

Portanto, a relação inclui desde regiões reconhecidamente mais bem servidas em termos de estrutura de saúde – como é o caso do Sudeste e do Sul – até áreas em que essas condições estruturais básicas estão ausentes (em especial, no Norte do país). Ela também não se distingue em termos econômicos ou populacionais. Abrange estados com grandes e pequenas populações, ricos ou não e de diferentes patamares sócio-educacionais.   

Fora o voto para presidente em 2018, somente um fator distingue os estados mais afetados até aqui pela pandemia: em apenas um deles, o Espírito Santo, o governador eleito (Renato Casagrande, do PSB) foi adversário de Bolsonaro naquele pleito. E, mesmo hoje, somente três dos 12 governadores são da oposição: além de Casagrande, apenas os tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).

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Ricardo Braga, um dos autores do estudo, aponta: “Onde Bolsonaro foi mais votado, foram eleitos em geral governadores que pensam e agem de forma mais parecida com ele, inclusive em relação à pandemia, e isso obviamente tem impacto nas políticas que esses estados seguiram”.

Mas ele acredita que o impacto maior se deu no comportamento de eleitores de Bolsonaro. Por acreditarem no presidente, eles se tornaram mais vulneráveis às atitudes que Jair Bolsonaro adotou ou estimulou, como a minimização dos riscos trazidos pelo vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19; o não uso de máscaras; a oposição às vacinas; o incentivo a aglomerações; a permanente campanha contra o distanciamento social e outras normas sanitárias preconizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)a defesa de um suposto “tratamento precoce” que, além de  ineficaz, pode matar. “Os bolsonaristas talvez não tenham ainda percebido, mas estão entre as maiores vítimas do bolsonarismo”, completa Ricardo.

“Infectados” por informação de baixa qualidade, que circula nas poderosas redes de comunicação a serviço do presidente da República, tais eleitores são, ao mesmo tempo, agentes e vítimas do chamado “negacionismo”, isto é, o ato de se negar a reconhecer uma realidade plenamente demonstrada pelos fatos, pela história ou pela ciência.

No estudo, Ricardo Braga e André Sathler fazem ainda uma estimativa do total de mortes provocadas pelo negacionismo bolsonarista: pelo menos 46,3 mil óbitos, conforme os cálculos mais conservadores. Cadastre-se de graça e veja a íntegra do trabalho.

> Por que defendemos o impeachment de Jair Messias Bolsonaro   

> Acompanhe em tempo real as estatísticas da covid-19 no Brasil e no mundo

63 respostas para “Estados “bolsonaristas” lideram mortes por covid-19”

  1. Luiz araujo disse:

    Os Estados mais bozonaristas tem mais negacionistas e consequentemente mais mortes.

  2. Jorge Viana disse:

    46,3 mil óbitos em 350 mil? É muito pouco! Considerando a média do percentual de votos em Bolsonaro eu aposto em pelos menos 170 mil óbitos diretamente influenciados pelo bolsonarismo.

  3. IJJ disse:

    Excelente levantamento! O gráfico correlacionando as duas últimas colunas ficou show! https://uploads.disquscdn.com/images/3312065d584d5510d26efd7b0ad5117b95ee423d615aaadc95eb854daa564824.png

  4. Churrumino disse:

    Não era de se esperar outra coisa. Quanto maior a burrice, maior a quantidade de mortes.

  5. Sidão Anttogneto disse:

    Reportagem medíocre e sem sentido. Transferir a responsabilidade para o eleitor é coisa de quem não tem o que fazer. O presidente foi eleito pela maioria de votos e democraticamente. Ainda que não tenha votado no atual presidente não tem sentido botar a culpa no eleitor ou quando a Dilma ou o Lula foram, por nós eleitos e fizeram o que fizeram o eleitor também é culpado? A gente vota para tentar melhorar as coisas e o juízo de caráter dos eleitos vem com o serviço deles. Isto posto na somatória os caras que roubam, malversam o dinheiro público ou não ligam para a catástrofe pandêmica não tem responsabilidade nenhuma, só o eleitor, seja ele de esquerda ou direita é culpado. Em síntese reportagem feita para isentar os governantes e transferir para o eleitor a responsabilidades por tudo o que acontece. Coisa de quem não tem o que fazer. A página que é de esquerda tenta focar a culpa no eleitor de direita, mas esquece que, nós, os eleitores de esquerda também votamos na última e em todas as eleições depois de 1989 e portanto temos a mesma responsabilidade do resultado de quem colocamos no poder nos últimos 40 anos !!!!!

  6. Douglas from Brazil disse:

    Então, o Bozo não vai ter eleitores em 2022 caso a pandemia não desacelera…

  7. EstadoZero disse:

    Não sou bolsonarista nem petista, mas conheço de análise de dados… os autores do estudo não utilizaram a técnica correta para a análise, logo, chegaram a conclusões incorretas, muito mais baseadas em achismos e coincidência do que em análise dos números. Calculei a correlação entre %votos e óbitos/100k e deu 0,59, ou seja, pouco representativa para se chegar às afirmações; busquei os dados de casos/100k na mesma data dos dados, e a correlação também deu 0,59, ou seja, regular novamente…fiz para completar o que chamamos de Análise de Variância, que é a técnica correta a ser usada, comparando essas variáveis contra os partidos dos governos estaduais. Isso levou a um resultado que só traz diferenças significativas em relação a votos, mas não para casos nem mortes… ou seja, estatisticamente, não há significância para se afirmar nada sobre as duas variáveis, mas apenas que o %votos foi distinto em relação aos partidos. Finalmente, fiz um arranjo de partidos a favor, contra e em cima do muro, ou seja, 3 grupos, daí a quantidade de casos continua não significativa, enquanto %votos e mortes sim…muito difícil sair afirmando coisas com base na análise realista dos dados. Autores, por favor recorram a quem conhece análise de dados antes de publicarem achismos…

  8. carlos santos disse:

    Faz todo sentido. Quanto mais eleitores bolsonaristas, mais kit COVID e mais mortes.

  9. Carlos Lins disse:

    Qual o significado disso? So se for pra criar a teoria de q o vírus tem viés político. Essa imprensa não é seria mesmo.

    • RN disse:

      Quem começou com a politização do vírus foi o presidente genocida, por ciúmes do Dória.

    • Nabo disse:

      Até pouco tempo atrás alguns minions diziam que o virus era chinês, agora não querem admitir o fato que os bozistas são quem transmitem esse virus

    • Jorge Teixeira Carneiro disse:

      Vc acha que uma coisa que se intitula ”unidade de inteligência” e é vinculada ao UOL é imprensa?
      Vc não acha melhor chamar de blog político engajado a quem lhe financia?

  10. Ernesto Freire Pichler disse:

    O bozofascismo mata, não apenas gente, mas também as florestas.

  11. Tim Tim disse:

    O povo precisa varrer essas ervas daninhas na eleição de 2022. E em 2024 varrer as ervas daninhas que estão em algumas prefeituras. Bozo e seus malucos adestrados nunca mais!

  12. Chipmunk disse:

    Se estão morrendo mais bozonaristas, então esse vírus não deixa de favorecer o país, ao fazer uma faxina, limpando o país de gente que faz apologia da morte, ao ser favorável a liberação de armas e defender o contágio virótico ao quererem liberar tudo, isto é, ser contra o lockdown.

  13. Edison Sampaio disse:

    Acabei de receber alta hospitalar. Fiquei 8 dias quase morto (!!!). Ressurgi dos mortos, literalmente. Mas não estaria aqui se tivesse tomado os venenos prescritos pelo maluco genocida Bolsonaro e seus admiradores tarados. Meu Povo, Bolsonaro é caso prá Polícia e o COVID é caso prá Ciência.

  14. Jorge Teixeira Carneiro disse:

    O vírus não gosta de passar fome.

  15. Clovis Leitao disse:

    Estatística estranha essa! Faça duas colunas em ordem decrescente de percentual de votos e outra de óbitos per capita. Se houver um alinhamento entre estados, de pelo menos dois terços deles, começa a fazer algum sentido. Fora disso, é como meu professor dizia: espanca os números e eles confessam qualquer coisa.

    PS: Não votei no Bolsonaro!

    • Ernesto Freire Pichler disse:

      Põe no Excel e faz um gráfico, determinando a correlação.

      • EstadoZero disse:

        Já fiz! deu 0,59… ou seja, nada…inclusive agreguei mais uma coluna com a quantidade de casos por 100mil hab…resultado 0,59… kkk

        • Nabo disse:

          Você Além de ruim em estatística é ruim interpretação de texto. A matéria só diz que morre mais, não entrou no mérito se é relevante ou não! Onde tem minion tem covid e alguma variante isso é claro!

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