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Hamilton Mourão: expoente da extrema-direita que desembarca agora no Senado. Foto: reprodução/YouTube

Ditadura Militar

“Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, ironiza Mourão sobre investigações de tortura

18.04.2022 13:23 0

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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) riu e respondeu em tom de deboche a questionamentos sobre possível investigação contra militares para apurar crimes de tortura cometidos durante o período de ditadura no Brasil.

“Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, afirmou nesta segunda-feira (18).

O questionamento feito ao general tratava dos áudios do Superior Tribunal Militar (STM) em que ministros da Corte reconhecem tortura cometida contra presos políticos durante o regime militar. As gravações foram reveladas por Míriam Leitão, em sua coluna no jornal O Globo, no domingo (17).

A jornalista teve acesso a mais de 10 mil horas de gravações da Corte feitas durante os 10 anos em que as sessões foram gravadas, inclusive as secretas. As sessões ocorreram entre os anos de 1975 e 1985. Em um dos áudios, este datado de outubro de 1976, é possível ouvir a confissão de ministro Waldemar Torres da Costa de que acredita nas denúncias de tortura. “Começo a pedir a atenção dos meus eminentes pares para as apurações que são realizadas por oficiais das Forças Armadas. Quando as torturas são alegadas e às vezes impossíveis de ser provadas, mas atribuídas a autoridades policiais, eu confesso que começo a acreditar nessas torturas porque já há precedente. ”

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Leitão, que também foi vítima de tortura durante o regime militar, revela ainda outros casos como o de uma grávida de três meses que sofreu aborto após choques em sua genitália, a confissão de um roubo obtida a marteladas por um suspeito que já estava preso.

Para o vice-presidente, a tortura durante o período ditatorial é coisa do passado. “História, isso já passou, né? A mesma coisa que a gente voltar para a ditadura do Getúlio”, acrescentou. “São assuntos já escritos em livros, debatidos intensamente. Passado, faz parte da história do país”, disse.

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