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O ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Rodrigues Curi Hallal [fotografo] Reprodução redes sociais [/fotografo]

Governo censura professores que criticaram Bolsonaro

03.03.2021 13:23 7

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O ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Rodrigues Curi Hallal e pró-reitor de Extensão e Cultura, Eraldo dos Santos Pinheiro, foram alvo de um termo de ajustamento de conduta (TAC) após criticarem a gestão de Jair Bolsonaro durante uma live transmitida pelas redes sociais da Universidade em janeiro.

A notificação foi feita após denúncia do deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) junto à Controladoria-Geral da União (CGU) na qual o parlamentar pediu a exoneração dos docentes.

Nos extratos publicados no Diário Oficial da União (DOU) (confira íntegra abaixo) nesta terça-feira (2), as falas dos professores são descritas como manifestações desrespeitosas e de desapreço direcionadas ao presidente.

A partir da publicação, eles terão de ficar dois anos sem infringir a Lei 8.112/1990, que proíbe servidores de promoverem “manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição”.

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Extrato Pedro Hallal

Extrato Eraldo dos Santos

Para a CGU, o Facebook e o YouTube são considerados locais “de trabalho”, por serem meios digitais “de comunicação online disponibilizados pela universidade”. Questionado sobre a decisão da CGU ser uma forma de censura, Pedro Hallal disse que “essa interpretação cabe aos leitores”.

O Congresso em Foco entrou em contato com a CGU para entender se o TAC tem caráter punitivo, mas ainda não teve resposta. O site também procurou o deputado Bibo Nunes e aguarda sua manifestação sobre o caso. A reportagem também tentou contato com o professor Eraldo. O espaço permanece aberto para futuras manifestações.

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Durante a transmissão, Pedro e Eraldo criticaram decisão de Bolsonaro de nomear a professora Isabela Fernandes Andrade, como reitora da UFPel. Ela era o segundo lugar na lista tríplice de indicações. Pedro Hallal afirmou que quem “tentou dar um golpe na comunidade foi o presidente da República” e chamou Bolsonaro de “presidente com ‘p’ minúsculo”.

Pedro Hallal disse ainda que o presidente não manda “absolutamente, em nada na UFPel”. “Quem manda na UFPel é a nossa comunidade. O senhor é desprezível”.

Ainda durante a live, Eraldo Pinheiro afirmou que “o golpe impetrado por esse grupo que está devastando o nosso país”. O pró-reitor complementou: “Grupo liderado por um sujeito machista, racista, homofóbico, genocida, que exalta torturadores e milicianos, que ao longo do tempo vem minando, destruindo as estruturas já precárias em nossas instituições”.

O caso não se assemelha, porém, ao do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que, também em vídeo, usou sua liberdade de expressão para defender o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), atacou ministros da corte e fez apologia ao AI-5, o mais repressivo da ditatura militar. Tal atitude motivou a prisão em flagrante do parlamentar.

Já os docentes, também munidos de liberdade de expressão e dos princípios constitucionais de autonomia das universidades, fizeram diversas críticas ao governo federal e ao presidente Jair Bolsonaro.

> MPF vai apurar dossiê do Ministério da Justiça contra servidores antifascistas

7 respostas para “Governo censura professores que criticaram Bolsonaro”

  1. Jorge Teixeira Carneiro disse:

    Se fosse alguém da direita se revoltando contra alguma safadeza ”juridical”, o próprio Careca do PCC tomaria a decisão de aplicar o TAC.

  2. Tomaz Junior Onishi disse:

    Tadinhos desses vagabundos hauhauhauhauhauhauh

  3. 13582196 disse:

    Tem 62 pedidos de impeachment no congresso, se não andam, o problema são os Deputados Federais e os Senadores.

    #MourãoPresidente

  4. Felix disse:

    Qual governo??? A zona genocida do psicopata e seus companheiros fardados? Está pior que na Venezuela!

  5. Fabio Martins disse:

    Bolsonaro ou Maduro? Brasil ou Venezuela? Porque estamos iguais ao nosso combalido vizinho…

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