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Segundo Lula, principal propósito do encontro com Biden era firmar compromisso mútuo de defesa da democracia. Foto: Reprodução/vídeo

Brasil e EUA

Lula: “Precisamos combater cada vez mais a direita fascista”

12.02.2023 11:56 0

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Estabelecer um compromisso mútuo de defesa da democracia entre os dois líderes dos principais países das Américas. Esse foi, segundo o presidente Lula, o principal propósito da seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. É o que Lula disse em entrevista exclusiva à correspondente da TV Globo nos EUA, Raquel Krähenbül, que foi ao ar no Jornal Nacional na noite de sábado (11).

“Nós sofremos os mesmos ataques com dois anos de diferença”, disse Lula. Nos Estados Unidos, após a vitória de Biden, grupos ligados ao ex-presidente derrotado, Donald Trump, invadiram o Capitólio, sede do poder Legislativo norte-americano, no dia 6 de janeiro de 2021. Seis pessoas morreram durante o ataque. Dois anos depois, no dia 8 de janeiro deste ano, grupos identificados com o ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos três poderes da República em Brasília. Nos dois casos, os atos de violência visavam contestar o resultado das eleições e dar um golpe contra a democracia. “O que eu acho que tem que ficar claro é que nós precisamos combater cada vez, com muita habilidade, com muita coragem, a extrema direita fascista que está surgindo no mundo”.

Segundo Lula, ele e Biden combinaram que farão um esforço conjunto de defesa da democracia em todos os fóruns internacionais de que participarem. Lula disse ainda, na entrevista, que outro propósito importante era restabelecer as relações com os Estados Unidos. Depois da derrota de Trump, de quem era aliado, e da vitória de Biden, Bolsonaro praticamente rompeu o diálogo com os Estados Unidos. “É impensável que duas maiores economias possam ficar tanto tempo sem conversar sobre acordo econômico, sobre acordo comercial, sobre política, sobre transição energética, sobre transição ecológica”, avaliou.

Nesse sentido, Lula classificou que o encontro tinha mais esses propósitos de restabelecer os contatos e combinar compromissos do que efetivamente de firmar acordos concretos. Como um valor de participação dos Estados Unidos no Fundo Amazônia e na defesa das questões ambientais no Brasil. “Eu não vim aos Estados Unidos para discutir a ajuda de 50, de 100, de 200, de 10 milhões de dólares”, disse Lula. “Eu não vim na ideia de que nós iríamos fazer um grande acordo. Nós viemos para restabelecer relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos”.

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“G20 pela paz”

Sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Lula pregou a necessidade de criação do que chamou de “um G20 pela paz”. Ou seja, a criação de um grupo amplo de países que discuta soluções que levem ao final da guerra entre os dois países, e não ao seu acirramento. O G20 é o fórum que reúne as 20 principais economias do planeta, que será presidido pelo Brasil a partir de dezembro deste ano. “Nós precisamos criar um instrumento político de países que não estão nessa guerra e conversar com eles”, defendeu. Para Lula, tanto Vladimir Putin, presidente da Rússia, quanto Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia, estão errados em suas posições. “Alguém tem que falar para o Putin: ‘cara, para essa guerra’. Ou: ‘Zelensky, para essa guerra”’ Para Lula, o Brasil e outros países não diretamente envolvidos no conflito, como México, Índia, Indonésia e China tem “potencial” para conduzir tais discussões.

Lula falou ainda da necessidade de ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), posição à qual Biden também fez aceno favorável. Para Lula, especialmente nas questões relacionadas ao clima e ao meio ambiente, as Nações Unidas precisam criar fóruns mais ampliados que permitam que decisões tomadas sejam de fato cumpridas de forma global. O Conselho de Segurança da ONU, afirmou, foi criado no contexto de uma geopolítica de 1945, após a Segunda Guerra Mundial. “Nós precisamos de uma coisa de 2022”, defendeu. Nesse sentido, defendeu a ampliação para entrada de países como o próprio Brasil, a Alemanha e o Japão, derrotados na Segunda Guerra, e outras nações em desenvolvimento, como Índia, Argentina e México. “O que a gente precisa é que a gente tenha uma representatividade para que, quando se toma a decisão, essa decisão possa ser cumprida e a gente tenha a certeza de que a gente vai recuperar o planeta Terra para nós”.

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