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André Ceciliano é o quinto na corrida para o Senado no Rio, enquanto Moleon é o segundo. Foto: Divulgação/ André Ceciliano

Comentário do dia: Ceciliano pode virar o Jilmar Tatto do Rio

03.08.2022 15:41 0

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De acordo com a pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 14 de julho, lidera as pesquisas de intenção de voto para senador no Rio de Janeiro o ex-craque de futebol Romário, do PL, com 32%. Em segundo lugar, vem Alessandro Molon, do PSB, com 11%. O deputado André Ceciliano, do PT, tem somente 5%.

O rolo no Rio de Janeiro sobre se o candidato ao Senado no palanque de Lula será Ceciliano ou Molon ameaça implodir outras alianças entre o PT e o PSB. À primeira vista, poderia parecer justo o PT argumentar que, uma vez que abriu mão da candidatura ao governo para Marcelo Freixo, do PSB, deveria o partido ficar com a vaga para o Senado. O problema é tirar alguém que aparece em segundo nas pesquisas por alguém que aparece em quinto. Se Molon, segundo a pesquisa, tem dificuldades de tirar a vaga de Romário, muito mais dificuldades terá Ceciliano.

Veja aqui o comentário em vídeo:

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E aí fica impossível não lembrar o que aconteceu na última eleição municipal em São Paulo, quando o PT experimentou o maior fiasco da sua vida com a candidatura de Jilmar Tatto. Até as pouquíssimas piabas sobreviventes do rio Ipiranga sabiam que Jilmar Tatto não teria a menor chance de vencer a corrida eleitoral em uma cidade em que o PT sempre foi forte e já administrou em diversas ocasiões. Tatto teve apenas 8,6% dos votos. Terminou o primeiro turno em sexto lugar.

Na candidatura de Tatto em São Paulo, prevaleceu o comando interno do partido sobre o cálculo eleitoral. O mesmo parece acontecer com Ceciliano no Rio. Ceciliano é presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Mas isso não aconteceu exatamente por uma força política do PT no estado. Ele costurou sua presidência com apoio de outros partidos, já que o PT só tem dois deputados estaduais. Partidos, porém, que não são exatamente os mesmos do espectro político eleitoral que se une agora para tentar eleger Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, presidente da República. Candidato único, Ceciliano venceu em um reduto bolsonarista.

No rolo que acontece no Rio de Janeiro, o que se argumenta é que não será Ceciliano, pelo seu perfil, quem terá melhores condições de aglutinar os votos da esquerda.

Quem acompanha o processo no Rio sabe que desde o início das conversas para lançar Freixo candidato, Molon deixou clara sua intenção de disputar o Senado. E que a sua disposição vem aumentando porque ele percebe crescimento da sua candidatura, ao contrário do que acontece com Ceciliano. Na terça-feira (2), por exemplo, a cantora Anitta e o influenciador digital Felipe Neto fizeram postagens o apoiando.

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O problema agora é o risco de tal situação implodir outras composições entre o PT e o PSB, como agora ameaça o PT para pressionar Molon. Mas vale avaliar como tal situação se dá de fato nos estados. No Espírito Santo, Renato Casagrande desde o início não deseja o apoio do PT. Portanto, lá tal conversa é inócua.

Em Pernambuco, pode prejudicar a candidatura de Danilo Cabral, do PSB. Mas será que isso realmente é algo que incomode Lula? Marília Arraes, hoje no Solidariedade, lidera as pesquisas. Sua possível chance de vitória ajuda Lula a consolidar o apoio de Paulinho da Força, o comandante do Solidariedade, que pode ver seu partido governando um estado importante. Além disso, a derrota de Cabral resolve o que tem sido um problema há tempos em Pernambuco: a divisão do PT local lá em torno de apoiar ou não os governos do PSB.

Impacto pode ter em São Paulo caso o PT retire o apoio à candidatura ao Senado de Márcio França, do PSB. Mas seria uma grande injustiça com França. Lá, sim, ele abriu mão de ser candidato ao governo para apoiar o petista Fernando Haddad.

Certamente, nada disso ajuda. E um pouco de racionalidade para resolver a questão não faria falta. Bagunçar um palanque no Rio e talvez outro em São Paulo não parece algo muito prudente. Lula lidera as pesquisas, mas o páreo não está ganho.

É preciso, porém, que se diga: o problema que há hoje no Rio não é eleitoral. É de política interna dos partidos.

Enquanto isso, o bolsonarista Romário, como bom centro-avante que é, espera bem posicionado. Na banheira da grande área eleitoral.

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