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Sede da Folha de S. Paulo, no centro da capital paulista. Foto: Webysther via Wikimedia Commons

Jornalismo

Entidades apoiam jornalistas que rebateram Folha sobre racismo

20.01.2022 16:04 0

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A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) publicou um comunicado nesta quinta-feira (20) em defesa dos 186 jornalistas da ‘Folha de S. Paulo’ que endossaram um abaixo-assinado contra o que chamaram de “publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal”.

O estopim foi um artigo do antropólogo Antonio Risério, ex-membro do Ministério da Cultura no comando de Gilberto Gil (2003-2008), onde usa termos como “racismo negro” e acusa movimentos antirracistas brasileiros de agirem como supremacistas. O abaixo-assinado foi rebatido com uma resposta do diretor de redação do jornal, Sergio Dávila, dizendo que a manifestação “erra, é parcial e faz acusações sem fundamento”.

Importante: O Congresso em Foco é uma publicação que tem seu site hospedado nos servidores da UOL, que também republica parte do nosso conteúdo em seu site. O UOL é dono da Folha da Manhã S.A., empresa da qual o jornal ‘Folha de São Paulo’ faz parte. Os contratos firmados entre o Congresso em Foco e o UOL garantem independência editorial a ambas as partes, sem necessidade de consulta, edição ou censura. 

Em nota, a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) da Fenaj saiu em apoio aos funcionários. “Defendemos e lutamos para assegurar a liberdade de opinião a todo veículo e profissional no exercício da profissão, mas repudiamos qualquer prática que exceda os limites desse direito”, assinam os autores da nota.

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A Conajira ainda cobra que o jornal, fundado em 1921, promova ações de diversidade racial em seu interior. “Para além de um exame de consciência acerca das publicações recentes – é necessário que a Folha de S. Paulo reavalie e se responsabilize pela falta de diversidade, sobretudo pela falta de inclusão de vozes que fazem parte da redação, assim como pelo racismo sistemático que se reflete no contexto editorial de todo o grupo, que impacta na vida de colaboradores dentro e fora das redações”, apontam os autores da nota. “Tal sistema abre brechas para, entre outras violências, episódios como esse.”

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) disse que a resposta da empresa causa “grande indignação”: “Jornalistas não podem ser submetidos a constrangimento por exercerem o que é sua função: discutir critérios jornalísticos que têm como bússola o aperfeiçoamento da democracia – objetivo que certamente não convive com a tolerância a discursos preconceituosos de qualquer natureza –  e buscar fontes confiáveis”, aponta o SJSP em nota, “respeitando a ciência e os saberes construídos coletivamente, para desenvolver as pautas que interferem no debate público.”

O Sindicato também cobra um debate perene nas redações sobre o racismo estrutural no Brasil. “Lutar pela qualidade jornalística do local onde trabalham deveria ser natural em uma redação, com o constante diálogo para aprimorar a cobertura e as decisões editoriais de uma publicação”, complementou.

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